𝐑𝐄𝐏𝐄𝐍𝐓𝐄𝐀𝐍𝐂𝐄, 𝐤𝐭𝐡.

10. Touché, vadia.

JEON JUNGKOOK | POV

Não demora muito até que a porta se abra e eu veja o rosto da megera. Quando ela percebe que sou eu, revira os olhos e bufa em frustração. Nara ameaça fechar a porta, mas, eu coloco o pé na frente. Barrando seu desejo de bater a porta na minha cara. Ela tenta novamente, mas, meu pé continua do mesmo jeito.

— Taehyung não está aqui. Está trabalhando. — Pela forma que ela empurra a porta, parece querer esconder algo ou está desejando se livrar de mim o mais rápido que pode, porque não quer ver minha cara nem pintada de ouro.

Com toda astúcia que há em mim, empurro a porta o suficientemente forte para que ela não seja mais capaz de empurrá-la contra meu pé. Já que a cena torna-se cômica, ao invés de séria. Uma mulher de seu porte, tentando bater a porta na minha cara e sequer conseguindo êxito com isso. Ela só consegue empurrar meu pé e o pressionar ainda mais no batente da porta. Confesso que dói levemente, mas, não tanto quanto a raiva que estou sentindo. Contudo, eu entendo muito rapidamente todo seu aparente nervosismo e o desejo de se livrar de mim.

— Então é isso que você faz quando ele não está, não é mesmo sua vadia? — Meu riso é irônico e alto. Eu sempre desconfiei.

— Eu não me preocupo com você, porque ele não vai acreditar em palavra nenhuma sua, Jungkook. — Nara sorri e o cara atrás dela, pisca em completo deboche. A Cobra se ajeita calmamente, mantendo a postura e agindo como se aquilo fosse belo o suficiente.

Eu só sei sentir nojo.

— Você já fodeu com quantos ao todo, dentro da casa dele? — Minha pergunta soa alta, e acredito que meus olhos estejam arregalados.

— Não é da sua conta. Vai embora, garoto. E não se mete onde você não foi chamado, é o melhor para você. O que eu fiz da primeira vez foi apenas um pequeno aviso, mas, eu não vou poupar meios para destruir você se você se meter. — Sua voz soa rouca e como um aviso.

Mas, ao invés de me sentir ameaçado, eu compreendo o que ela deseja então eu riu. Eu dou risada porque pessoas como ela não me assustam, é totalmente o oposto. Confesso que fiquei apreensivo depois do seu primeiro "aviso". Mas, percebi que ela segue conforme a oportunidade. Ela mexe em brechas, que ela encontra através do que acredita que sabe.

Nara é apenas uma bandida sem experiência, que acredita fielmente que suas ações não serão descobertas e que as pessoas vão dar bola para suas ameaças. E com isso, eu sinto pena. Porque o fim de pessoas como ela não costumam ser bons. E mesmo com todos os avisos, eu não vou deixar que meu amigo seja consumido por ela. Entendo que ele está errado, mas eu já estive no lugar dele.

Jeon Jungkook já foi um bosta, babaca e sem vergonha. Acreditem. Mas, há salvação para todos e se você é daqueles que não acreditam que pessoas podem se redimir, é uma pena para você. Porque cá estou eu, sendo a melhor pessoa que fui em anos. Não são todos, mas, não podemos colocar no mesmo pacote aqueles que literalmente mudaram de vida.

As pessoas mudam, elas aprendem e se tornam melhores do que foram ontem. Eu preciso acreditar fielmente na mudança das pessoas e principalmente, na mudança do meu melhor amigo.

— Como você consegue? — Minha risada aos poucos vai parando e ela continua me encarando. Os olhos cheios de raiva pelo meu deboche. — Como você consegue fazê-lo acreditar em você?

— Ele tem o coração ingênuo, apesar dos pesares. É uma pessoa boa demais e isso faz tudo ser perfeito. Não preciso de muito, Jungkook. Taehyung acredita em mim, porque veja bem..— Ela sorri. Um sorriso ardiloso e cheio de veneno. Olhar em seu rosto me dá asco. — Estamos há quatro anos fodendo e compartilhando confissões. Ele confia em mim, de olhos fechados e ele sabe que eu jamais seria capaz de tais atrocidades. É uma confiança construída há quatro anos. Que o fez duvidar de todos ao lado dele.