𝐑𝐄𝐏𝐄𝐍𝐓𝐄𝐀𝐍𝐂𝐄, 𝐤𝐭𝐡.

11. Sentir as vezes não é o suficiente

TIMESKIP | JUNGKOOK, 18:40PM

— Você tem certeza que viu ele, Jungkook? — Olho para Yoongi, que ergue as mãos em rendição e respira fundo junto a mim. Se tem uma coisa que me deixa injuriado, é que me acusem de ter visto coisas. Como se eu fosse louco. No momento, me encontro bem consciente das coisas que digo e sei do que estou falando. É por isso que o hyung suspira e depois de erguer as mãos em rendição, abaixa-as e aguarda mais informações minhas.

Jimin, do jeito que entrou calado, continuou calado. Tenho quase certeza que ele deseja se abster do assunto Taehyung. Principalmente depois do que aconteceu e do que Yoon me contou que aconteceu com ele. É nítido que Jimin esteja abalado emocionalmente e que ele precisa cuidar de sua mente, antes que acabe surtando. Mesmo não tendo culpa com tudo que aconteceu, ele se sente péssimo e direciona toda sua raiva para Taehyung.

Custo a acreditar que ele vai perdoá-lo tão cedo. Porque devido aos acontecimentos anteriores e o como Taehyung fez Jimin de idiota, não tá escrito.

— Eu não estou louco. — Respondo, por fim, depois de tantos monólogos internos. E me direciono até o sofá, me sentando confortavelmente nele. Ou tentando, já que a minha mente ainda viaja diante de tantas descobertas que fiz em um único dia. — Eu vi ele estacionando o carro um pouco antes da casa dele. Ele entrou e depois de alguns bons minutos, ele saiu.

— Se ele viu a cena que você disse, provavelmente fez algo. Assim como pode não ter feito. — Yoongi comenta. — Caso eles ainda estivessem na sala, poderia ter alguma complicação. Mas, e se quando você saiu, eles não foram para o quarto?

Sua expressão é pensativa, assim como a minha. Ele logo se senta ao meu lado e Jimin faz o mesmo, se sentando do outro. Me mantendo no meio. Penso em suas palavras e percebo que é uma possibilidade. Foi tempo suficiente para eles terem ido para o quarto e Taehyung ter chegado de leve e ouvido tudo dentro do quarto. Assim como não é. Isso não impede ele de ter feito alguma coisa, quando estavam na sala.

Pensar nas possibilidades, me deixa paranóico.

— Sinto que a Areum foi vingada. Mas, é triste rir dessas coisas. Porque ainda sim, levar chifre é triste. — Comento baixinho. Sentindo vergonha de ter ficado feliz por saber que Taehyung leva chifres. É o famoso karma, afinal. O que fazemos aqui, pagamos lá na frente. Pode demorar, mas a lei do retorno nunca falha.

O silêncio se instala por alguns minutos, já que sinto meus namorados me encarando. Não evito sentir minhas bochechas esquentarem, pela vergonha que senti levemente por ter dito tal coisa. E por ser uma coisa muito incomum de se dizer, ao meio de uma indagação séria.

Contudo, o silêncio acaba, quando tanto Jimin, quanto Yoon se rendem às risadas por ouvir minhas palavras. Sinto minhas bochechas corarem muito mais e respiro fundo, e um bico chateado se forma em meus lábios.

— A vida é assim, Jungkook. — Jimin sorri leve e deita a cabeça em meu ombro. — Mas, não ache que eu me esqueci que você foi completamente imprudente em suas ações. Aquela mulher poderia ter te feito algo, Jun.

— Jimin, acho um pouco equivocado dizer que ela teria feito algo ou mandado alguém fazer algo com o Jungkook. — As bochechas de Yoongi ficam coradas e ele segura as risadas. — Já se ligou no tamanho do neném?

— Nossa, pelo amor de Deus. — Bato a minha mão sobre meu rosto, enquanto Jimin e Yoongi se rendem as risadas como duas hienas. Sinto a vergonha me consumir, e a decepção que eu sentia já nem me existe mais. É apenas vergonha, pela tentativa de piada.

— Ela sairia perdendo, com certeza. — Jimin afirma e ri, Yoongi ri junto consigo, muito mais do que antes.

— A idade está mexendo com o senso de humor de vocês. Ainda bem que eu sou jovem. Por buda. — Me vanglorio. E os risos cessam, sendo assim, a minha vez de rir. Provavelmente peguei no ponto fraco.