Naquela manhã Edward abriu os olhos com dificuldade e com os vestígios de memória que tinha da noite anterior. Ele olhou para o lado e encontrou apenas um lugar vazio e o travesseiro marcado.
Foi só um sonho. Pensou Edward tentando enganar a si mesmo, mas ao olhar por baixo do edredom e notar que estava sem roupa ele sussurrou:
- O que você fez Edward?
Ele pulou da cama e caminhou em direção ao banheiro. Edward tirou a toalha que estava pendurada em um gancho e enrolou em volta de sua cintura.
Após procurar por Melinda em todo o apartamento e não encontrá-la, ele deu-se por convencido de que apenas dormiu sem roupa por ter bebido demasiado.
Edward adentrou debaixo do chuveiro e sentiu sua nuca arder ao toque da água escorrer pelo seu corpo. Ele ficou por horas sentindo o líquido molhá-lo enquanto as lembranças se faziam presentes como lapsos de memória em sua cabeça.
Primeiro veio à tona da lembrança de Melinda sentar em seu colo e provocar sua ereção. Logo em seguida, Edward lembrou dos gemidos da jovem que ecoavam por todo o quarto.
Foi só um sonho, apenas um maldito sonho. Edward tentou convencer a si mesmo enquanto sentia aquele desejo doentio de tê-la novamente em seus braços... sobre sua cama... com os lábios na sua boca... e o corpo nu lhe esperando.
Não aguentando o calor que subia pelo seu corpo por conta daqueles desejos incontroláveis, ele socou o azulejo branco que revestia a parede do banheiro.
- Merda. - gritou Edward.
Após sair do banheiro enrolado em uma toalha, ele caminhou para frente do enorme espelho preso a parede de seu quarto e notou como sua mão ficou machucada e roxa por causa do impacto contra a parede. Edward notou filamento de arranhões em seu pescoço que seguiam diretamente para trás de sua nuca.
Ele entregou-se as lembranças da noite anterior e duvidava da saida surdina de Melinda antes do raiar do sol. Após vestir uma calça jeans escura e uma camisa de manga curta na cor preta. Edward abaixou-se para pegar seu par de botas de cano curto sob a cama e encontrou o sutiã vermelho. Com aquela peça íntima e delicada na palma de suas mãos fora impossível que ele não recordasse e sussurrasse o nome dela.
- Melinda.
Edward vestiu sua jaqueta de couro negra e caminhou em direção a mesa da sala para pegar as chaves do carro e do apartamento. Após pegar o molho de chaves, ele olhou para o telefone fixo enquanto sentia a vontade de ligar para Melinda.
Não. Você não vai ligar para ela. Edward disse para si mesmo enquanto pegava o celular e a carteira.
Ao passar pela porta e fechá-la na chave, ele caminhou em direção ao elevador que ainda estava aberto e apertou no botão que descia para a garagem. Edward olhou para o lado e notou que uma moça ruiva com um bebê de poucos meses em seus braços a fitando-o com desejo.
- Bom dia, senhor Ramírez. - sussurrou a ruiva.
- Bom dia. - respondeu por educação.
- Há quanto tempo não o vejo. - comentou ela. - Deve ser difícil para um homem solteiro viver sozinho dentro de um apartamento. - acrescentou.
Edward apenas forçou um sorriso para moça enquanto olhava os números passar em ordem decrescente pela pequena tela acima dos botões. Assim que o elevador chegou no térreo, ele sentiu seu celular vibrar em sua mão e escutou a moça sussurrar maliciosamente:
- Foi muito bom vê-lo, Edward.
Ele não disse nada, apenas adentrou no estacionamento até chegar na coluna de número 9 e entrou em seu Sedan prateado. Edward colocou a carteira junto com as chaves de seu apartamento dentro do porta-luvas e o celular sobre o câmbio.
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O Soneto Do Cisne Negro
Mystery / ThrillerAlguns segredos não devem ser revelados; Algumas mentes não devem ser estudadas; Algumas pessoas não devem ser tocadas. A história se sucede em um dos anos mais chuvosos na cidade de Paris, localizada na França. Quando Melinda denuncia seu ex-namor...