Era 07:04am quando Edward despejou o café quente dentro da xícara e sentou-se a sua mesa em frente a tela do notebook. Ele abriu o aplicativo Wattpad e clicou no livro de poesias que Melinda havera escrito.
Ler aqueles poemas só faziam com que ele a sentisse mais perto, mesmo que Melinda estivesse em qualquer lugar de Paris. Edward ainda lembrava do cheiro de lavanda misturada com orquídeas que ela trouxe no sábado a noite.
Controle-se, Edward. Ele disse para si mesmo enquanto fechava a tela do notebook.
Não demorou muito para Edward escutar as batidas na porta e ao abri-la avistou uma jovem morena de cabelos cacheados e compridos.
- Oi. - sussurrou a garota.
- Bom dia. - ele disse enquanto desocupava o vão da porta.
- Sou Sofia Ash. - ela disse adentrando no apartamento.
Ao fechar a porta Edward olhou para a jovem e disse:
- Por favor, sente-se
Sofia caminhou em direção ao sofá de couro e sentou-se enquanto assistia o psiquiatra acomodar-se na poltrona a sua frente.
- Bom, eu sempre contei as coisas para minha amiga. - ela fez uma pausa. - Mas ela foi visitar a família desde ontem e eu preciso dizer isso. - acrescentou.
- É normal os jovens compartilhar segredos com os amigos. - disse Edward. - Eles acobertam todas as nossas ações e se tornam cúmplices de algumas aventuras. - concluiu.
- Ela vai surtar quando descobrir que... - ela fez uma pausa. - Eu não devia ter me envolvido com ele. - acrescentou.
- Ele quem, Sofia? - perguntou Edward.
- Com...
Antes que ela pudesse responder, ambos escutaram o barulho de notificação chegando em um celular. Sofia retirou o aparelho de dentro da bolsa e levantou-se do sofá dizendo:
- Desculpas, mas eu preciso ir.
Edward olhou confuso para a morena e no momento em que se levantou da poltrona, ela correu e saiu pela porta como se estivesse com medo dele.
No decorrer do dia, ele tentou manter-se sóbrio o suficiente enquanto desejava saber onde Melinda se encontrava ou que poderia estar fazendo.
Eram 03:00pm e enquanto o céu parisiense começou a derramar uma forte tempestade sobre a cidade, Edward encontrava-se colocando água na parte interna de sua cafeteira. Quando escutou batidas na porta do seu apartamento, ele caminhou em direção a entrada e a abriu.
- Melinda? - ele sussurrou ao vê-la em pé em frente a sua porta.
Ela vestia um longo vestido de veludo na cor cinza e um par de saltos. O cabelo louro estava preso em um coque frouxo e os lábios suaves pintado por um batom vermelho.
- Olá, Edward. - sussurrou Melinda.
- Entre. - ele fez uma pausa. - Acho que você não marcou consulta para hoje. - acrescentou.
Ao adentrar no apartamento ela sentiu um cheiro de chuva inalando todo ambiente, Melinda logo avistou a janela aberta e o vento frio empurrando a cortina branca. Ao virar-se para olhá-lo, Edward estava encostado na borda mesa onde tinha um vaso de plantas artificiais e a secretária eletrônica sobre o móvel.
- Na verdade, não. - respondeu Melinda. - Eu passei esses últimos dias na casa da minha avó. - concluiu.
Edward a olhou de cima a baixo tentando não parecer um homem perverso, mas não podia negar que o vestido justo valoriza a cintura dela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Soneto Do Cisne Negro
Mystery / ThrillerAlguns segredos não devem ser revelados; Algumas mentes não devem ser estudadas; Algumas pessoas não devem ser tocadas. A história se sucede em um dos anos mais chuvosos na cidade de Paris, localizada na França. Quando Melinda denuncia seu ex-namor...