Vem cá

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Arrancar tua blusa

embaraçar teus cabelos

incendiar teu desejo

lamber tuas tatuagens...


Minhas vontades mais sacanas

desencadeadas

pela ânsia

de te ter

em qualquer cama

que pudéssemos.


Sua solidão

é tão semelhante

a minha,

suas feridas lembram

minhas cicatrizes.


Suas linhas

até parecem

minhas,

são metáforas

mentiras

e histórias

que eu já quis dizer

e por não saber

não disse.


Quero te escrever

com euforia e meiguice

no meu corpo.

Tenho fome e sede

das tuas curvas

humanas, reais.


Mordo os lábios

fantasiando

sua língua

liquidificando

minhas fendas,

balança minhas pernas!


Vem, me chamega

me enlaça por horas,

deixa eu te rasgar as costas

arrancar pedaços

atrasar horários

marcar-te com a boca

te agarrar forte.


Me come, me transa, me ama, me fode.

Vem cá.

Calabouço - PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora