Um cigarro
um abraço
e um poema improvisado
para nos tirar
desses conflitos,
por favor!
A vida é uma calcinha
enterrada na bunda
numa rua
em que não podemos tirar.
O pior é saber
que nem tudo são flores
e que os baixos
têm mais frequência
que os altos
nessa montanha russa.
A saudade personificada
me abraça
e me põe pra dormir
agarrada
de conchinha.
Só quero saber se me aguento
ou se aguento minha solidão.
Ah, a solidão...
Essa que me dilacera
me joga na terra
e na brita,
e que me abre feridas
que tento aguentar.
Palavras têm que ser vomitadas
para pararem de doer
e remoer o juízo.
Minto omitindo as desilusões
que destroem
o que pensei ser segurança
e mais uma vez a esperança
simboliza a espera
quase patética
de felicidade.
Quero ser feliz do início ao final.
Tá tudo meio mal,
a utopia me contagia:
só quero bads suportáveis.
A empatia deve ser coletiva,
mas só uma poetisa
para entender outra poetisa.
É difícil ser intensa
e sensível
num mundo repleto
de pessoas rasas
e medíocres.
Permanecer nesta pele é sufocante
quase impossível
e para sentir-me algo além de nada
penso em libertar-me
com navalhas.
São tentativas de cortar
as veias dos meus medos
e dos devaneios
mais sombrios.
Essa insegurança complexa
é repleta
de sofrimentos singulares.
Há quem diga
que a gente só aprende
a lidar com a idade
e com o (de)correr do tempo.
Mas em algum momento passa,
tudo passa
os tormentos vãos.
Pássaro
passarinho
(as dores)
passarão.
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Calabouço - Poesia
PoetryPeço desculpas pelas loucuras, depravações e amarguras contidas neste livro. Este é o diário de uma jovem refém do tempo, aprisionada em sua própria mente.