Tornar-me
transfigura-me
e ser o que sempre fui:
metafísica.
Tenho testemunhado
brigas entre meus eus,
mas não venho torcendo
por mim.
Mais que nunca
preciso
re in ven tar - me.
A maior dificuldade
consiste em saber
o que ainda sou.
O que restou
após a vinda
tão repentina
de Napoleão
nesse continente
de rimas e desilusões?
Serei novamente
outra:
morena; ruiva; loira;
amante; esposa;
e invisível
se me convier.
Porém, não me convém
ser o que deseja ou espera.
Esta parte
volta e meia parte
antes do fim
do poema,
pena
que toda e qualquer
metade minha conflita
e se afogue em suas próprias mentiras.
Erupções de tinta
folhas e canetas
jogadas ao espaço,
cada pedaço
pede pra ser
novamente
Caeiro,
mas quebro os retratos
ainda inteiros
caio em meus buracos
e explodo
ao perceber
que sou
como sempre fui:
Álvaro.
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Calabouço - Poesia
PoetryPeço desculpas pelas loucuras, depravações e amarguras contidas neste livro. Este é o diário de uma jovem refém do tempo, aprisionada em sua própria mente.