Quinta feira. 12:45.
O sinal para o intervalo toca e todos os alunos saem apressados da sala, inclusive Jimin. Diferente de todas as vezes eu não espero todos saírem e saio no meio dos alunos, por algum motivo eu quero ver ele e sentir aquela coisa estranha quando ele sorrir para mim.
Um pouco desesperado por não encontar ele no meio da multidão eu olho para todos os lados, quando olho outra vez para a porta da sala dele eu o vejo saindo totalmente cabisbaixo. O que há de errado?
Ele sorri triste para Jimin e então olha para mim, seus olhos estão cansados e eu sinto meu coração acelerar. Ele não vai sorrir ou acenar? Eu estou parado aqui justamente para isso. Ele continua a me encarar sem fazer nada. Juntando um pouco de coragem eu balanço a cabeça em um breve aceno.
Ele franze as sobrancelhas e mas ainda sim não desvia os olhos, Jimin o puxa e então ele fica alguns segundos parado. Com mais um pouco de coragem eu levanto a mão e aceno, com um sorrisinho torto.
Ele continua parado e então Jimin o balança, dou mais um sorrisinho e aceno outra vez, ousando usar uma piscadinha inocente. Sem esperar para ver sua reação eu me viro e caminho para a sala dos professores, se ele vai fazer alguma coisa ou não eu já não sei. Mas eu pelo menos segui meu coração sem ser interrompido desta vez.
Não tem ninguém na sala dos professores além de mim, acho que eles saíram para almoçar juntos. Respiro fundo e tento ignorar o sorriso que insiste em surgir quando lembro de como ele ficou desconcertado com meu pequeno gesto.
O que minha mãe diria ao saber que estou sorrindo bobo por acenar para um homem? Ela com certeza diria algo como "o que você pensa que está fazendo? Deus está olhando você pecar tão descaradamente na frente das pessoas. Aja como um homem".
Mas eu não estou com ela agora, então posso seguir meu coração como um adolescente. Como eu queria fazer aquele dia. Mesmo que faça tanto tempo, eu ainda lembro de como meu coração acelerou e de como eu gostei de beijar aquele garoto. Eu nunca senti a mesma coisa com as garotas.
É engraçado pensar que minha mãe me levou a igreja para "me curar". Ela realmente pensou que eu estava possuído por algum demônio e disse que se eu não seguisse as leis de Deus eu iria morrer antes dos dezoito anos e aqui estou eu, vivendo uma vida totalmente insuportável.
Se Deus realmente existe ele deve me odiar, ter permitido que minha mãe me colocasse no meio da rua e gritado para todo mundo que eu estava possuído foi uma puta falta de consideração. Se ele me ama, porque não fez com que minha mãe perdesse a memória por alguns segundos e esquecesse o que viu?
Respiro fundo e deixo os trabalhos de lado. Eu ainda quero saber o que aconteceu com ele e o porque ele estava tão triste. Mas eu não vou perguntar, é melhor não.
Mas eu espero que não tenha nada haver comigo, agora a ideia de que ele possa estar desistindo faz meu coração doer um pouco. Eu ainda não decidi nada sobre me deixar mostrar o que eu realmente penso ou em manter minha imagem de um cara estúpido e super hétero.
Eu estou totalmente confuso, acho que no fundo eu tenho medo de me envolver com ele e fazer com que ele também seja obrigado a ouvir coisas horríveis da minha mãe.
Taehyung-Você sabe o que deu nele? -pergunto para Jimin que dá de ombros.
-Você deve ter se confundido, acho que ele estava falando com alguém atrás de você. -ele diz e eu faço um biquinho.
-Mas porque ele já estava parado quando eu saí da sala? E não faria sentido ele ficar parado naquela distância para falar com alguém atrás de mim. -falo e Jimin me olha.
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• Se Eu Tivesse Dezessete Vidas • [TaeKook]
FanficTaehyung desde que se entende por gente sempre foi apaixonado pela literatura e a arte, respirava isso, usava disso para aliviar o peso de carregar tanto sofrimento nas costas. Sendo mais específico, o peso de nunca ser correspondido pelo cara ao qu...