𝟏𝟒. 𝐐𝐔𝐀𝐍𝐃𝐎 𝐎 𝐀𝐒𝐒𝐔𝐍𝐓𝐎 𝐄́ 𝐑𝐎𝐌𝐀𝐍𝐂𝐄

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📍São Petersburgo, Rússia

(Martin's pov)

Estava frio na Rússia. Muito frio mesmo. Ao ponto de Sisi sentir a necessidade de colocar um casaco mais quente.

Só vi Sisi sentir frio duas vezes na vida. A primeira quando tínhamos 6 e ela ainda era uma pessoa razoavelmente normal. - O que é bem raro na família dela. - E a segunda foi quando ela me forçou a ir Berchtesgaden.

E quando digo forçou, digo que ela foi na minha casa, abriu a porta sem mais nem menos, arrancou minhas roupas das gavetas e colocou na mala.

Depois me puxou pela orelha e me enfiou no carro. E quando eu disse que o meu pai não deixaria eu ir ela disse: "Seu pai pode enviar uma tora de madeira no cu! Eu não vou ficar naquele fim de mundo congelante sozinha com meu pai."

Tínhamos dez anos. E o vocabulário dela não mudou muito com o passar do tempo.

Aqueles foram os quatro dias mais aterrorizantes da minha vida. O pai da Sisi era, no mínimo, assustador.

Sempre que sentava a mesa e ele estava. Sentia que ia fazer xixi nas calças. Tenho certeza que ele só me aturava porque Sisi podia ser bem insistente e não tinha noção nenhuma de respeito a autoridade.

E continua não tendo.

Talvez, pelo fato do pai dela nunca a ter colocado de castigo. E quando colocava, não era incisivo o suficiente para fazê-la ficar mais de duas horas em um.

Resumindo: O pai de Sisi dava medo em todo o alto escalão da SS e qualquer um que tivesse o mínimo de senso. - O que estava faltando na Alemanha na época. - Mas não na própria filha.

E não, eu não vou falar sobre ela ter apelidado a madrasta de Hure quando tinha 12 anos.

Voltando...

Estava fazendo um frio da cassete. Fazendo Sisi conjurar com sobretudo de pele artificial pra mim. É um de pele real pra ela.

Sisi nunca teve muita noção de consciência ambiental. Não sei nem o motivo dela ser vegetariana.

Entortando, é bizarro como ela pode conjurar/ criar looks maravilhosos só com magia.

O trem para Moscou demorou dez horas para chegar por conta da neve e problemas técnicos. E Elisabeth aproveitou o momento para jogar xadrez com os idosos nas praças durante alguma horas.

Para uma pessoa que odiava russos, ela gostava muito deles.

Até demais.

- Sisi, você não acha que já deu de vencer os velhinhos no xadrez? Está fazendo isso a horas. - Perguntei para ela enquanto vencia mais uma partida.

- Para de ser chato, Martin eu estou vencendo. - Ela respondeu.

- Этот парень немного напористый. Он твой парень? - O homem perguntou.

- Нет. Он мой лучший друг, мистер Морозов. - Ela respondeu.

- Tradução? - Perguntei.

- Ele basicamente falou que você é um mala sem alça. E me perguntou se era meu namorado. Obviamente, eu respondi que não. - Ela disse e sorriu para o Senhor Morozova.

- Por que não fala pra ele sobre o tal do Pietro? - Perguntei sarcasticamente.

Tenho certeza de que se não estivéssemos em público, eu já teria sido atacado por uma bola de magia.

- Warum gehst du nicht selbst in die fünfte Hölle?

- Me xingar na nossa língua materna não vai me fazer parar de zoar essa sua alma apaixonada.

- мат - Sisi disse para o Senhor antes de se despedir em russo.

- Vamos para a estação. Falta uma hora para embarcarmos.

- Não acredito que está realmente evitando falar sobre isso.

- Não acredito que ainda não percebeu que não temos tempo para falar sobre o fato de que você cismou que eu estou apaixonada.

- Você sempre foi meio lerda quando o assunto é romance.

- Vamos falar sobre você ter dado em cima do Bucky ontem?

"Oie!? Eu não fiz isso!"

- Não me olha assim. Eu te conheço há 90 anos e dei uma olhadinha na sua cabeça. Sei quando começa a flertar com alguém.

- Não dei em cima dele e não entre na minha cabeça!

- Você primeiro provoca uma reação na pessoa. Depois você elogia a pessoa. Como você fez ontem. E o próximo passo é começar as investidas - ela respirou antes de trocar de assunto. - Temos que comprar a passagem. A fila é ali.

- Ainda não acredito que entrei em um buraco negro mágico pra não cairmos no lugar certo.

- Você é um chato. Pelo menos conhecemos São Petersburgo. Fomos a alguns museus, fomos ao teatro e jogamos xadrez.

- Você jogou xadrez durante três horas. Ninguém normal faz isso. E você só gostou dessa cidade porque fala a língua, gosta de frio e seu livro favorito é Anna Karenina.

- Não ouse falar mal de Anna Karenina!

- O livro é uma tragédia! E você leu ele quinze vezes! Em idiomas diferentes!

- Não pode me culpar. Nunca vou achar alguém como Conde Vrosky.

- Ninguém normal quer viver um romance daquele.

- Eu não sou normal. Eu tenho poderes mágicos e estou com a INTERPOL no encalço.

- Já ouviu falar em terapia?

- Meu pai dizia que era coisa de gente maluca.

- Por que todo mundo na sua família era são.

Lizzie encarou o trem que chegou na estação.

- O trem chegou adiantado?

- O que!?

- Anda discretamente para fora da estação - ela começou a andar rapidamente para fora da estação de trem.

- Esses filhos da puta se teletransportam, por acaso?

- Tá parecendo. - Ela disse.

- Eles estão ali! - Um homem gritou.

- Mudança de planos! Corre! - Ela gritou.

Pra uma pessoa que fuma, o pulmão de Sisi estava ótimo.

Ela vez vários movimentos com as mãos e abriu um portal no chão.

- De novo não! - Eu disse antes de pular.


📍Moscou, Rússia.

- AAAAAAAAAA! - Gritei enquanto caia em um beco coberto de neve.

- Podia ter sido pior. - Sisi comentou se levantando do chão, tirou a neve da roupa e fechou o portal rapidamente.

- Me diz que estamos em Moscou. - Disse saindo do chão.

- Por quê não olha a Praça Vermelha?

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