𝟎𝟏. 𝐇𝐘𝐃𝐑𝐀

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📍Localização desconhecida

(Martin's pov)

-Rauff, você vem? - Herman me perguntou novamente ainda apontando a arma para meu peito.

A quantidade de sangue no chão tinha aumentado. Os pés do homem estavam manchando o mármore branco, registrando as mortes que ocorreram.

- Herman? - Perguntei de volta.

- Você conhece outro?

- Você sabe que sim. - Disse em tom de deboche, mesmo sendo verdade.

Herman me pegou pelo braço, me arrastando até a saída do prédio. Lembrando-me da quantidade de vezes que ele fez isso comigo quando era mais jovem e pré disposto a arrumar problemas das formas mais criativas que podia encontrar.

- Eles estão mortos? - Perguntei encarando os corpos no corredor. - Me diz que não, por favor.

- Só os chefes, o resto está apenas inconsciente. Não tinha munição para todo mundo.

Aparentemente, minhas boas memórias fugindo de Herman para beber afastaram a percepção de que, na maioria das vezes, ele era um homicida altamente qualificado.

- Como você tá vivo? Tipo, você deve ter uns 100 anos.

- 104, na verdade.

Silêncio. Herman estava bem demais para quem tinha mais de um século de vida. E quando digo isso, não quero dizer que ele estava vivo e saudável como as raras pessoas que chegam nessa idade.

- Esse, normalmente, é o momento em que você explica como caralhos você tá vivo e parecendo ter 40 anos.

- Explico isso quando estivermos no carro.

Ótimo, agora vou ter que entrar no caso com um cara que acabou de matar pessoas. Minha vida estava, de fato, indo de mal a pior.

Me disseram que só se planta o que colhe. Mas sabotaram a minha horta!

- Cara, você vai me explicar que porra tá acontecendo?

Perguntei a ele no banco do carona de seu carro. O veículo era bonito e limpo, considerando que o dono tinha como trabalho assassinar pessoas.

- Resumindo: Temos uns caras muito loucos de Madripor querendo achar uma arma biológica alemã. E temos uns caras muito loucos que voam querendo achar a mesma arma biológica.

- E o que eu tenho a ver com isso? - Indaguei ele com sinceridade. Não sei se ele havia percebido, mas estava tentando criar uma nova vida pra mim.

- Essa arma está em um cofre que só abre por retina. A retina de Sisi.

- Sisi está viva? Pensei que... Você sabe. - Fiz uma arma com a mão, apontei para a cabeça e dei um tiro falso. Mostrando a forma como me disseram que ela tinha morrido.

- Ela está viva, mas desaparecida.

- Sisi não pode estar viva. Eu vi as fotos do corpo. A cabeça dela estava dilacerada depois da bala atingir o cérebro dela.

Herman me entregou papéis da Shield. Os documentos diziam que Elisabeth tinha sido entubada no mesmo soro que fui. Por conter radiações extra molecular de alto nível.

E quando digo alto nível, estou usando o eufemismo.

- Isso é impossível. Se Sisi tivesse esses níveis de radiação extra molecular ela morreria e explodiria tudo ao redor. E quando eu digo tudo, eu quero dizer tudo mesmo. Tipo, o continente europeu inteiro. Congela-lá seria como guardar uma bomba nuclear que pode explodir a qualquer momento do seu lado.

- Americanos nunca foram muito inteligentes. - Herman disse. - Voltando. A única pessoa que conhece Sisi bem o suficiente para achá-la. É você.

- Por que a arma está em um cofre que só abre com a íris da Sisi?

- Porque o cofre era da Hydra. E a única pessoa viva que pode abri-lo é ela.

Estou começando a pensar que a minha horta não foi a única a ser sabotada. Sisi não sabia muita coisa sobre ciência, no máximo o que eu falava pra ela para entedia-la.

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