Fuga

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ChangKyun pov


 Abandono meu próprio apartamento nessa noite, levando uma bolsa pequena. Tomei a atitude de cabeça quente, mas ainda racional.  Sabia que o que estou fazendo não é de todo mal, pois como disse, preciso de tempo e espaço para refletir e processar as informações. 

 Agora estou do lado de fora do prédio, ligando para minha irmã. E de lá de cima, imagino eu, KiHyun me olha pela última vez e fecha as cortinas. Estará ainda transtornado? 

Que pergunta besta. Claro que ele está assim.

 Então, em um táxi qualquer, entro e vou para meu ninho. Terei paz aqui e só vou conversar com meus os amigos daqui uns dias, já que prefiro falar com uma pessoa que vai me entender de verdade primeiro. Pago o motorista, saio e bato na porta da casa.

- Irmãozinho! 

- Oi, Nana... - entro na casa a passos arrastados. A mais velha, só de olhar para o meu semblante, sabe que a situação não estava boa.

- Conta pra mim o que houve, bruxinho. 

- Olha, o que você faria se a pessoa que você começou a gostar é, na verdade, a personificação do seu bichinho de estimação?

- Não sei. Mas posso perguntar uma coisa? - o mais novo assentiu. - E o que você faria se você fosse um humano e a pessoa que gostas é um bruxo de um mundo super diferente e que vive nos seus sonhos? 

 Fico quieto. Não consigo deixar escapar uma palavra mas, de pouco em pouco, vou tentando juntar as peças e chegar ao ponto que NaYeon indicou. E quando finalmente começo a falar, a jovem assentiu. 

- Vocês vão se reencontrar um dia. E se ainda estiver com a chama de uma vela rosa acesa, é sinal que ainda há amor. 

- Irmã, como sabe disso tudo?

- Experiência, Kyunie. Mas me diz, ele é um gatinho?

- Ah, não! Um hamster. 

- Hamster...? Bruxinho, pode me falar mais desse ser amanhã?- assinto, antes de me retirar para meu quartinho que possuo naquele enorme apartamento.

...

 É cedinho ainda, mas tenho de levantar porque existe um despertador indicando que hoje tenho algumas aulas do EAD. Faço minha higiene diária e sigo até a cozinha. Preciso de café para começar meu dia, assim como uma máquina velha precisa de óleo para funcionar direito. 

Minha irmã não está por aqui, logo deve ter ido trabalhar. E bem, faço log-in na conta que uso para aulas e clico no primeiro link. E com alegria em baixa, eu vou assistir as aulas. 

Por mais que eu pule uma aula aqui e outra ali, eu obtenho ótimas notas. E pessoal, não sigam meu exemplo. 

 ...

 Meio dia e meia. Me encontro com fome e na dúvida entre pedir comida ou ir ao mercado ali do lado e comprar miojo. Vou optar pela segunda opção por não ter de ficar esperando muito para comer. E sem demoras, procuro meu chaveiro e me preparo para sair. Encontro-o, acho a chave correta e destranco a porta. Faço o procedimento padrão de saída de apartamento, e sigo até o mercado. Compro meu almoço e volto para casa. 

- Comida! Finalmente! - água está quente e é só derramar sem fazer bagunça, coisa que deu errado porque caiu na bancada e em mim. Trato de secar a bancada e corro ao telefone, colocando no viva voz a chamada com a proprietária da casa. 

 Vamos conversando e eu almoçando. Falamos amenidades no início, mas chegamos em um assunto que ela categorizou como sério: KiHyun. A expliquei a situação e ela me fez perguntas diversas, mas uma em si me chamou atenção. 

- Bruxinho, ele disse se tinha algum tipo de conexão contigo de alguma forma? 

- Disse. Somos almas gêmeas, segundo ele. 

- Chang, acabamos por aqui por ora. Caso sonhe comigo ou com ele, saiba que é para anotar num caderninho. Te amo, okey. 

 A chamada foi encerrada. Não entendi muita coisa, mas caso isso aconteça, vou seguir suas instruções, e tentar descobrir o que é que está havendo.



Is my hamster... a human?!?Onde histórias criam vida. Descubra agora