E algo mais mudou

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ChangKyun pov

algumas semanas após ao encontro 


  Fazem alguns dias desde que resolvi dar uma chance de conhecer melhor o Oliver, e por coincidência, meu felpudinho está mais quieto que o normal. Isso me preocupa, porque eu não sei se ele está bem mesmo. Vontade de levá-lo ao veterinário hoje. 

 Porém, antes quero testar uma coisinha. Pode ser que não tenha efeito, mas não custa tentar. Bato levemente meu dedo na porta da gaiolinha, na tentativa de chamar atenção do mesmo. Nenhuma reação. Tento novamente e nada. Só me falta esse bicho ter morrido. 

- Você morreu? - joguei a pergunta no ar, nem esperando a resposta. - Eh, acho que vou preparar seu enterro. Até o dia combina com esse clima triste...

 Me retiro da frente da gaiolinha e procuro uma caixinha que possa servir de caixão. Encontro uma das antigas embalagens de nankin que usava. Vazia e do tamanho certo. Volto para a gaiola, abro a portinha e quando vou pegá-lo, o bichinho se move. Se fosse gente, eu julgaria as atitudes como de um adolescente um pouco revoltado. Será que ele ouviu Refund Sisters e ficou assim?

- KiHyun... 

- Silêncio, humano. Eu quero mimir!

- Tudo bem... - dou meia volta, fecho a portinha e o deixo lá. 

 Com essa coisa dele dormir mais do que o normal, eu estou tendo a alegria de poder ser um jovem bagunçado novamente. Mas claro, não tanto quanto meses antes. E existe redução de gastos, já que ele come menos também. Pode ser mais do que estranho eu estar comemorando isso, mas tenho meus motivos. 

 É tarde ainda. E não tenho que sair para lado nenhum, então vou me trancar no outro quartinho e fazer uma imersão no livro que estou tentando ler há tempos. E de companhia, música e café. 

...

 Não tenho ideia de quanto tempo faz que estou aqui dentro, só sei que são 7 da noite e que praticamente terminei o livro. Vou dar uma espiada lá fora, olhar a janela e pensar na vida. Passo para o meu quarto e paro no único buraco planejado que me permite ver o exterior desse quartinho que, por ora, está com baixa luminosidade. 

- Kkukkung... - o engaiolado chama, enquanto assinto, sem tirar os olhos de lá de fora. - O que pensaria se... eu pudesse ser gente?

- Não tenho ideia, Kiwi. - admiti, ainda pensando nisso. Seria estranho ter um animal mágico vivendo comigo esse tempo. Um arrepio percorre meu corpo. Ignoro isso e mais um mundo de coisas e penso em milhões de outras coisas, inclusive nessa utopia.

 Mas como tudo que é bom dura pouco tempo, meu celular vibra insistentemente no bolso da minha calça. Pego-o, vendo que se trata apenas de algumas ligações da operadora e mensagens de Min e Won. Respondo ambos rapidamente e resolvo me jogar na cama. Fecho os olhos e volto a pensar, esperando que alguma hora eu adormeça.

Is my hamster... a human?!?Onde histórias criam vida. Descubra agora