Solidão e desconfiança

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KiHyun pov


Flashback

 Vai andando um jovem, provavelmente eu, por um lugar desconhecido. Belo e antigo, me lembrando onde conheci o meu amigo Boo e a Na. Cheio de velas acesas, sendo coloridas de rosa e vermelho. Janelas abertas. Fui andando sem rumo e encontrei ChangKyun olhando para uma bela pintura. Não sei se o chamei, mas ele se virou e soprou um vento muito forte, mas as velas nunca se apagavam. E ele me estendeu a mão e fomos parar no parque, lugar que ambos gostamos, num passe de mágica. 

 Ai, ai. Tive um sonho tão doido e tão real esses dias... estou encafifado com isso. Por mais que eu saiba, em termos, o que é isso tudo, ainda não consigo entender como. E falando sério, esse é um sonho que cada dia mais está se repetindo e tomando conta da minha mente. 

Será isso um sinal de que nos veremos?

 Há dias vivo pensando nele. Me sinto sozinho aqui. Não tem ninguém para conversar. Espero que ele esteja tomando as aulas pelo menos. Faz quase um mês que não nos falamos. E é assim que eu acabo de ter uma ideia genial!

 Vou fazer como nos velhos tempos e enviar uma carta. Sei que meu amigo e chefe se encontra com a irmã dele, então o que custa fazê-los de correio?

 - KiHyun, você é um gênio mesmo! 

  Sorrio, mesmo sabendo que ninguém verá porque estou solo. Pego uma folha de papel e caneta preta e vou esperando as palavras se organizarem em sentenças relativamente organizadas, mas compreensíveis. 

Como devo iniciar...? Caro ChangKyun... não, muito formal. Oi, ChangKyun... hm, melhor assim. 

 Involuntariamente, um miúdo sorriso surge em minha face. As ideias vão surgindo e vou escrevendo como se fosse um admirador, coisa que sou mesmo. Porém é aquela coisa super óbvia: não posso falar nada de muito extra, assinar com um pseudônimo muito semelhante a nada que possa remetê-lo a minha pessoa nem ser tão clichê. Já disse que odeio clichês? Pois bem, eu os odeio. 

Mesmo sabendo que eu posso vir a viver um...

 E como o tempo passou voando, acabei a cartinha. Ficou bonitinha e um tico misteriosa. Eu gostei, pelo menos. Olho o relógio e percebo que já está na hora de fazer uma pausa, comer um lanchinho e arrumar algo do trabalho para fazer. Provavelmente, ainda não terminei um projeto de fotos que eu mesmo comecei a fotografar e editar. 

- Aaah... ainda continuo ressabiado com aquilo.. o que vem ai? - murmuro, levantando da cadeira e indo até a geladeira pegar comida, conhecida como cenoura, e acompanhamento, conhecido como pastinha de grão-de-bico, para me satisfazer.

 Ao terminar, volto ao cantinho de onde vim, abro o notebook do trabalho e abro meu arquivo. Vou trabalhar nas que possuem prazo primeiro. Depois, vejo o resto. 

...

 E já é o dia seguinte. Não aguentei muito tempo depois das 1 da madrugada e fui dormir. Nenhum sonho estranho essa noite. Mas acordei muito pensativo. Não que isso não seja normal, mas igual a hoje... Sabe quando a cabeça está lotada mas um pensamento toma sua mente e nada mais? Então, é isso que temos para hoje. 

 Já estou quase saindo, afinal são quase 9 da manhã. A cartinha está aqui, bem bonitinha. Não possui nenhum indício de que fui eu quem escreveu, além do mais, minha escrita mudou. Mas isso não tira o medo de ser apontado como escritor por um dos dois. Mas com certeza, meu medo maior é a NaYeon. 

 Solto um suspiro deveras frustrado ao olhar o envelope branco e liso que estava entre folhas de um livro meu, que na verdade é do IM. Ainda me falta um tempinho até chegar a estação que eu desço, logo dá tempo de ler um pouquinho. E também servir de esconderijo de papéis. 

 Agora vou descer. Cheguei na estação. E o restinho do caminho é indo a pé mesmo. Vamos economizar dinheirinho, porque ele não cai do céu ou nasce em árvores. 

 Acabo de chegar no meu terceiro hábitat natural e vou procurar pela secretária. Digo que é uma coisa "secreta" para o chefe Boo e que assim que ela o entregar, deve pedir para que ele me contate. Ela guarda num lugar onde tem mais um monte de coisas e eu me retiro, rezando para que dê tudo certo no final e que eu seja correspondido ao final disso tudo.  

Is my hamster... a human?!?Onde histórias criam vida. Descubra agora