Lord Byron

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— Acredito que Lord Byron seja um ser desprezível, mas, confesso, gosto e admiro quase tudo o que ele escreve. —Afirmou Georgiana. Ela, Bingley, Darcy e Elizabeth, estavam discutindo literatura, música e poesia, sentados em cadeiras em um lado sombreado do jardim dos Darcy.

— Acho-o, por vezes, demasiadamente melódico. Aparentemente, sofre tormentos terríveis. O pobre homem deve levar uma vida miserável! E os boatos sobre sua vida pessoal confirmam as suposições que eu tinha apenas pela leitura de suas poesias. — Disse Elizabeth, continuando o tema.

— Miserável de tudo, menos de dinheiro, disso sabemos. E eu não consigo compreender o porquê de tanto pessimismo, o homem vive uma vida de rei. — Indagou Bingley.

— Creio que a riqueza seja sua maior miséria, o comportamento ostentoso é uma forte demonstração de seu caráter frio, presunçoso e prepotente. — Conclui Darcy.

— Quando fala desta forma, querido, parece até mesmo que já foram próximos. Você o conhece? — Questiona Eliza, intrigada com a maneira que o marido falou de alguém que, ela imaginou, ele nem sequer conhecia. Pois muito raramente o marido usava adjetivos tão alarmantes para falar de alguma pessoa.

— Não, não o conheço pessoalmente, mas estou ciente dos males que este homem causou a um de meus mais estimados amigos, meu amigo Edward Pattinson, da época de meus estudos em Londres.

— Edward... Ah, certamente me recordo. Faz tanto tempo que não o vemos, irá convidá-lo para o baile, certo, meu irmão? — Indaga Georgiana.

— Foi um dos primeiros para quem enviei o convite, Georgie. — Darcy diz, com simpatia.

— Se é um amigo tão estimado, como não me lembro sequer de alguma menção a seu nome? — Lizzy olha um pouco aflita para seu marido. — Oh, Darcy querido. Não me diga que fui tão egocêntrica a ponto de não notar a presença de alguém importante para você, em nosso casamento?!

— Não, Lizzy. — Darcy a reconforta acariciando sua mão. — Ele não pôde comparecer ao nosso casamento. E creio que esta tenha sido a primeira vez que menciono o nome de tal amigo para minha esposa,  já lhe contei várias histórias sobre minha pessoa, mas, creio,  poucas ou quase nenhuma da época de faculdade. — Ele sorri e todos os outros também.

— Ah, Elizabeth, lhe garanto que essas são as melhores. — Brinca Bingley. — E como está o rapaz Edward, Darcy? Presumo que já esteja casado e bem estabelecido, pelo o que me lembro, ele sempre foi muito sensato e bem intencionado, creio que tenha encontrado uma ótima companheira.

— Na verdade, Charles, Edward não se casara. Mas, certamente, se casará em breve, pois está muito bem estabelecido financeira e socialmente, é dono de diversas propriedades em Londres e em Bath e ainda encontra tempo para advogar e ser um dos melhores e mais jovens advogados de nosso país.

— Estou ansiosa para conhecê-lo. — Diz Elizabeth, contente.

— Devíamos voltar ao assunto que nos direcionou à toda esta conversa. — Propõe Georgiana. — Quais serão as melodias e instrumentos tocados no baile? Já estamos nos preparativos há duas semanas e nos resta apenas uma para decidir este detalhe tão essencial. 

— Sim, claro! — Diz Elizabeth após uma breve risada — Nos perdemos completamente nos assuntos, mas, lembro que eu já fiz minha parte e escolhi cinco ótimas composições para piano e violoncelo. Fitzwilliam e Charles, quais são as propostas por vocês?

— As de sempre! — Os dois dizem ao mesmo tempo, o que faz todos rirem.

Os quatro permanecem no jardim até decidirem toda a seleção de músicas para o baile, que ocorrerá no próximo sábado. Enquanto isso, Jane e Caroline estão no centro de Derbyshire para reparar, pela terceira vez, o vestido de Caroline. Segundo ela, o vestido não estava bonito o suficiente e tinha algumas linhas desalinhadas e, quanto mais ela olhava, mais defeitos via no vestido que iria usar no baile.

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