02.

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James fez uma careta de dor quando o corpo da garota se chocou com o dele. Prim olhou para o grifino e não conseguiu parar de rir. O Potter a olhou confuso e logo começou a rir também.

— Que merda você tentou fazer?

— Tentei escalar a prateleira.- A Evans saiu de cima do garoto e voltou a rir.

— Não era mais fácil pedir para eu pegar?- James perguntara subindo na cadeira.

— Nós dois sabemos que sou orgulhosa demais.- A ruiva sorriu quando o moreno jogou várias sacolas de doces e salgadinhos trouxas.

— O que é isso?- Ele pegou uma garrafa de vidro. — Vocês esconderam whisky de fogo? Sua irmã sabe que você anda bebendo essas coisas?

— Vai querer beber comigo ou vai ficar enchendo o saco?

James revirou os olhos mas ainda assim pegara duas garrafas, o mesmo desceu da cadeira e entregou o whisky de fogo para a sonserina.

— Acho que temos um banquete.- Primrose se sentara no chão e tirou a tampa da garrafa com os dentes.

— Como você não quebra o dente?- O garoto dissera se sentando ao lado dela.

— Aprendi com o Bash.- Logo a mesma deu um longo gole da bebida que desceu queimando por sua garganta. A Evans fez uma careta e isso fez o Potter rir. — Está rindo do que? Quero ver você agora então.

James a encarou com as sobrancelhas erguidas e bebeu o whisky, ele se esforçou ao máximo para não fazer nenhum tipo de careta, mas não conseguiu. Foi quando a ruiva começara a rir dele.
Os dois beberam até as seis garrafas de whisky acabar.

— Sua irmã vai me matar.- O Potter dissera enquanto se deitava no chão.

— A gente só vai sair daqui na segunda de manhã, não vamos estar de ressaca, ela nunca vai saber. Se você não abrir a boca, é claro.- A cabeça dela doía, tudo girava e a deixava com náuseas. — Pega o balde.- Primrose apontou com o dedo o balde que estava usando para cumprir sua detenção.

James obedeceu rapidamente e pegou o balde, entregou para a garota que colocou tudo para fora. Logo a mesma olhou para ele e deu risada.

— Senta! Rola! Finge de morto!- A Evans gargalhava ao ver a expressão do mesmo. — Bom menino.- Ela dissera quando o Potter se sentou.

— Vou ganhar uma balinha?- James perguntara entrando na brincadeira. A ruiva pegou uma bala de caramelo da sacola e entregou para ele. O Potter abriu a bala, a jogou no alto e pegou com a boca.

— Minha vez.- Prim pegou uma bala e a jogou para cima, a mesma tentou pegá-la com a boca o que falhou miseravelmente.

— Vai praticando, preciso ver uma coisa.- O grifino dissera rindo, ele pegou o pedaço de pergaminho e se afastou. — Eu juro solenemente não fazer nada de bom.- O garoto sussurara e passou os dedos pelo mapa, na procura de seus amigos. — O que eles estão fazendo na entrada da biblioteca?- James se perguntara e depois de alguns segundos entendeu tudo. O primeiro pensamento do mesmo foi gritar para eles, mas logo viu Primrose tentando jogar várias balas na boca de uma vez só, isso o fez sorrir e guardar o mapa.

— O segredo é a quantidade.- Prim encheu sua mão de balas e as jogou para cima, apenas uma foi capturada pela sonserina. — Eu disse.

— Quem sou eu para discordar.- O Potter deu risada e se deitou no chão. — Por que eu não sei nada sobre você?

— Você deve saber alguma coisa.

— Só sei que você é teimosa, orgulhosa e se mete em confusões direto.

— Viu? Não tenho muito o que dizer sobre mim mesma, basicamente é isso aí.

— Qual é? Deve ter mais alguma coisa. Por exemplo, qual seu animal preferido?

— Tordos, lá em casa sempre tem vários...Eu fico cantando algumas melodias e eles repetem. Ou pássaros em geral. E o seu?

— Você canta?

— Canto bem pouco, não é lá aquelas coisas.

— Agora eu quero ouvir Little Evans.

No momento em que Prim começara a cantar, tudo parecia ter desacelerado. A doce e suave voz dela "aqueceu" o ambiente. James fechara os olhos e a ouviu atentamente. Ele se lembrava de uma música que sua mãe cantava para o mesmo quando era pequeno, não eram essas palavras exatamente, mas tinha algo como rosas são vermelhas e violetas, como o mar. O garoto estava hipnotizado. Enquanto ela parecia tão sozinha, tão perdida...

Prim encostou sua cabeça na parede e olhou para o lado, James estava dormindo abraçado com sua mochila azul. Isso a fez dar uma risada baixa. Ela tirou sua capa da sonserina e jogou por cima do garoto.

— Bons sonhos Potter.- A mesma sussurrou e andou até a janela mais próxima, Prim pegou uma caderneta de seu bolso e começara a escrever. As folhas estavam cheias de anotações sem sentido nenhum. Algumas eram palavras-chave, outras eram ideias de músicas, outras eram coisas que não podia esquecer. Uma verdadeira bagunça na verdade.

— Não vai dormir não?- O garoto perguntara com a voz rouca.

— Não estou com sono, mas pode descansar e não se preocupa comigo.- Ela deu um sorriso sem mostrar os dentes e voltara a encarar a janela.

Não satisfeito com a resposta da mesma, James se levantou, pegou no pulso da ruiva e a fez se deitar em cima de uma pilha de livros que ele fez de travesseiro.

— Se não quer parecer uma morta viva de manhã, é melhor descansar.- O grifino se virou para o lado oposto da sonserina.

— Idiota.- A Evans murmurou baixinho e também se virou, foi apenas fechar os olhos que caiu no sono. Seus sonhos eram confusos na maioria das vezes, extremamente confusos. Mas sempre acabavam da mesma forma. Louise em um campo de girassóis, genuinamente feliz.

Prim sempre pensava no porquê de seus sonhos acabarem sempre assim. Mas ela mesma se responde. Louise foi deserdada da família após ser selecionada para outra casa. E desde então, tem o sonho de sair daquela casa e ir para bem longe, especificamente para um campo de girassóis com seus amigos e nunca mais sair de lá.






N/a: se quiserem ouvir a música que  a Prim cantou é essa aqui:




























𝐋𝐈𝐓𝐓𝐋𝐄 𝐄𝐕𝐀𝐍𝐒- 𝐉𝐀𝐌𝐄𝐒 𝐏𝐎𝐓𝐓𝐄𝐑 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora