04.

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Era segunda de manhã, Prim estava no salão principal comendo pudim quando avistou sua irmã andando furiosamente em sua direção.

— O que eu fiz agora?- A mais nova perguntara.

— Como você aceitou uma aposta com ele? E por que me colocou no meio?

— É só uma aposta Lil, e eu vou ganhar, achei que acreditasse em mim.

— A questão é que você precisa ganhar! Nunca pensei que fosse dizer isso mas, você precisa arranjar todos os problemas possíveis.

— Sair com ele seria tão ruim assim?- Primrose deu risada enquanto se levantava.

— Olha, eu preciso que você ganhe, entendeu? Acho que não vai ser tão difícil...

— Não, não vai. Agora eu preciso ajudar a Madame Pomfrey, nos vemos mais tarde.- Prim saiu do salão principal e andara apressada pelos corredores.

Quando a ruiva chegou na enfermaria, Remus estava deitado em uma das camas e seus amigos estavam ao redor do lobisomem, conversando sobre a lua cheia.

— Achei que tivesse me abandonado.- O Lupin falou rindo fraco.

— Esse mês foi ruim pelo visto.- Prim começara a limpar cuidadosamente os machucados do garoto.

— Mas para minha salvação, tenho você e a Madame Pomfrey.- Ele tentou dar um sorriso.

— Falando nisso, cadê ela?

— Teve uma emergência familiar.- Remus fizera uma careta de dor. — E você? Tem alguma novidade?

— Por incrível que pareça não.- Prim terminara de passar os antissépticos e as pomadas que Madame Pomfrey havia lhe disponibilizado.— Prontinho.- A Evans sorriu sem mostrar os dentes e logo deu uma barra de chocolate para o garoto.

— Você é a melhor, sabia?

— Sabia.- Primrose deu um beijo na testa de Remus. — Preciso ir para minha aula, descansa um pouco.


Prim estava correndo de Lucius pelos corredores. O cabelo dele que um dia já fora platinado, estava inteiramente pintado de rosa. Ele andava furiosamente atrás da Evans.

A ruiva foi parada pela professora Sprout que analisava a situação e tentava segurar o riso.

— O que aconteceu?- A diretora da lufa-lufa perguntara calmamente.

— Essa sangue ruim nojenta colocou corante no meu...- O Malfoy foi interrompido pelo soco que levara de Primrose.

— O único nojento aqui é você!

— Os dois parem com isso! Detenção depois das aulas, e nem adianta protestarem!- A professora Sprout olhou para a nascida trouxa, tentando demonstrar conforto. Prim apenas assentiu com a cabeça e voltou ao seu trajeto.

— Colocar corante rosa no condicionador do Malfoy foi incrível.- Louise dissera rindo.

— Socar a cara dele também.- Sebastian colocou o braço ao redor dos ombros da sonserina.

— É...Foi sim.- A Evans se esquivou e soltou um suspiro.

— Não fica assim por causa dele, ele é só um supremacista idiota.- A Parkinson revirou os olhos. — A gente vai na cozinha, quer ir?

Primrose negou com a cabeça e saiu andando até a torre de astronomia, era o único lugar que conseguia pensar. A garota apoiou as mãos na barra que a impedia de cair. Ela encarava o céu com um breve sorriso no rosto.

O dia estava perfeito, nem muito ensolarado e nem muito nublado. Nem muito frio e nem muito quente. A Evans começara a cantarolar uma canção que estava escrevendo, a garota ficou tão imersa na letra que nem percebeu James e Sirius adentrando a torre de astronomia.

— Eu lhe venderei por uma canção.- Ela escreveu isso em sua caderneta e quando a mesma se virou, acabou se assustando com os dois grifinórios. — Querem que eu tenha um infarto?

— Quantas detenções já conseguiu hoje?- Sirius perguntara arrastando uma espécie de lousa que seria usada como placar.

— Três. Uma por colocar corante no condicionador do Malfoy, outra por socar a cara dele e a terceira por não fazer a lição de transfiguração.

— Você está na frente por uma.- O Black marcou no placar.

— Por enquanto.- James murmurou e deu um sorriso de canto. — E a ideia do corante foi genial.

— Por que você socou a cara dele?- Sirius perguntara tirando o pó de giz dos seus dedos.

— Ele me chamou de...- Ela olhou para baixo e respirou fundo, não podia deixar aquilo afetá-la. — De sangue ruim nojenta.- A garota pode ver os punhos dos grifinórios se fechando e logo os impediu de fazer qualquer coisa. — Eu já cuidei disso, mas obrigada por se importarem.- A Evans soltou um sorriso fraco e saiu andando para a sua comunal.

Como todas as noites nas masmorras, fazia um frio insuportável, Prim se revirava em sua cama, tentando adormecer. Ela estava com os pensamentos a mil por hora. Ideias de pegadinhas, suas aulas do dia seguinte,  as lições que esqueceu de fazer e em como venceria aquela maldita aposta.

Mas tudo isso evaporou quando escutou alguém batendo na porta de seu dormitório, quando a mesma viu Regulus lá parado, ficou aliviada.

— Rose.- O garoto falou impulsivamente.— Posso ficar aqui?

Era o código deles, a versão abreviada de um pedido mais longo: Me deixe ficar e me faça esquecer os pesadelos. Me deixe ficar e afaste os sonhos ruins. Lembranças de casa que o torturam cada dia, lembranças de como sua família era infeliz.

— Vem.- A ruiva indicou com a cabeça e ele se deitou ao lado da mesma. — Mais sonhos ruins? Quer falar sobre isso?- Prim o olhou com o mesmo olhar acolhedor que sempre tinha quando ele precisava.

— Eu não quero ficar sozinho.- Estava nítido que Regulus estava prestes a chorar, mas mesmo assim tentava ficar calmo.

— Você não está sozinho, não precisa se preocupar com isso ok? Foi só um sonho ruim.- Primrose deu um beijo na testa do garoto e se virou para tentar dormir.

— Foi só um sonho ruim.- O Black repetiu e virou para lado oposto da sonserina.

Regulus sempre tinha pesadelos e nunca soube como lidar com isso. Em uma de suas piores noites, quem o ajudou foi Primrose, mesmo não fazendo ideia do que se tratava, ela tentou acalmar o garoto.

Prim sempre estava lá quando Arcturus mais precisava, crises de ansiedade, pesadelos e até fazendo companhia em silêncio.

A Evans olhou para sua cintura e se deparou com o braço do Black a puxando para perto. Isso a fez o olhar confusa. Ele sempre fazia isso quando finalmente conseguia dormir, como se não quisesse deixar ela escapar.
























𝐋𝐈𝐓𝐓𝐋𝐄 𝐄𝐕𝐀𝐍𝐒- 𝐉𝐀𝐌𝐄𝐒 𝐏𝐎𝐓𝐓𝐄𝐑 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora