Um Mês, Alguns Dias e O Lago (Explícito)

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Um pequenino lago era iluminado pela lua, e se tornava tão azul quanto um céu pela manhã. O campo ao redor da água mansa e tranquila, tinha a grama mais verde de todas, e algumas flores brancas rasteiras ajudavam a ornar a paisagem.

Desci do cavalo com pressa, e sequer esperei Jean. Corri até a borda do lago, e tirei minhas botas, jogando-as um pouco mais longe. Tudo o que eu queria era sentir a calmaria daquelas águas azuis como o céu. Encostei a ponta dos dedos na água. Morna como uma banheira!

- Jean, olha só! É quente! - gritei animada, virando-me para vê-lo. Ele tirou alguns pertences da pequena bolsa que ficava nas correias do animal, e colocou-os no chão de grama verde. Era realmente como um grande tapete!

- Eu sei - respondeu depois de alguns minutos, terminando de amarrar o cavalo em um pequeno tronco.

Voltei a encostar os dedos dos pés na água do lago, e gargalhei o mais alto que pude, quase como uma louca. Em toda a minha vida, nenhum lugar havia me chamado tanta atenção; eu estava apaixonada. Era como em um livro. Na verdade, era como em um sonho.

- Parece que está animada - Jean disse rindo. Virei-me para olhá-lo, e balancei a cabeça afirmando que sim.

Durante alguns minutos nossos olhares permaneceram cruzados, criando uma tensão que eu já conhecia. Jean piscou, e aproveitando que eu estava com meus olhos fixos em seu corpo, começou a se despir ali mesmo, onde estava. Aquela cena era digna de ser admirada, e assim o fiz; permanecendo parada, com meus pés embaixo da água quente.

Suas mãos desabotoaram todos os botões de sua camisa (que por sinal era bem maior que seu corpo), um por um, jogando-a no grande tapete verde natural. Seu corpo foi iluminado pelo reflexo da luz da lua, e acho que nessa hora meu queixo caiu sem que eu notasse.

Desviei meu olhar na direção em que suas mãos iam, e o observei desamarrar todos os cordões que seguravam o restante de pano em seu corpo. Bem como fez com a camisa, fez também com as calças, e logo depois com sua cueca branca (as cuecas de Paradis eram um tanto quanto antiquadas, e imagino se Jean vestisse algo de algodão como já existia em Marley; seria minha perdição ver seu membro todo marcado pelos tecidos apertados).

Totalmente nu, despido de tudo o que me impedia de vê-lo por completo, Jean sentou-se no grande campo, pegou seus pertences que havia tirado da bolsa, e me olhou. Apenas me olhou.

- O que pensa que está fazendo? - perguntei, realmente tentando entender o que ele fazia.

- Não vai entrar na água? Não me espere, eu demoro um pouco quando estou aqui.

- Você já veio aqui? - virei-me de costas, desamarrando os cordões do vestido. Deslizei os panos que cobriam meu corpo por cima de minha cabeça, e logo depois os joguei em um lugar seco da grama.

- Poucas vezes. Descobri por um acaso, e só venho aqui quando acho realmente necessário - ele respondeu sério, concentrado. Queria ver o que estava fazendo, mas a água quente do lago realmente estava absurdamente atrativa.

- Entendi - disse, removendo as últimas peças íntimas de pano que cobriam meu corpo.

Dei pequenos passos em direção à água, até que ela cobrisse apenas metade de minhas nádegas. Deslizei as mãos pela água, sentindo o vapor subir à superfície. Fechei os olhos e suspirei fundo; não era mesmo um sonho?

Permaneci ali por alguns minutos, observando o movimento calmo e tranquilo das águas. A forma como elas não eram nem um pouco agitadas, diferentemente do mar, me trazia uma paz difícil de se descrever. A luz da lua, tão clara como um grande holofote, deixava-me extasiada. Agora, ela brilhava em minha pele, fazendo-me parecer a personagem principal de alguma história. Ri, pensando na bobagem.

Drowning (Parte I) - Jean KirsteinOnde histórias criam vida. Descubra agora