A transformação

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Estávamos todos no pátio, as mesas haviam sido empurradas para os cantos e a lua iluminava um grande círculo no meio da praça. Todos nós estávamos em um círculo nas sombras, Henry à minha direita e Dean à minha esquerda.

Eles pareciam ter discutido enquanto eu estava com Sirius, porque Henry resmungava sozinho sobre como Dean era uma "vampiranha ridícula". Quando eu perguntei a ele sobre, meu amigo respondeu que ela era quase uma vampira de tão horrível que ela é, e que é uma piranha ridícula, por isso, "vampiranha ridícula".

Eu ri quando ele disse isso e Dean nos fuzilou com os olhos. Quando ele percebeu, Henry mandou ela voltar a tentar arrancar o braço de Teddy e passou a ignorá-la.

Alexei, o pai de Henry, estava perto de nós, contava sobre as diferenças entre a alcateia Delyan e outras alcateias, como a ordem da transformação.

- Na nossa antiga alcateia, todos se transformavam juntos, sem essa besteira de hierarquia. Aqui, o alfa se transforma primeiro, depois a família dele, em seguida os Delyan. Depois, os betas mais altos aos mais baixos na hierarquia.

- Dean e a família dela vão ser os últimos. - Henry zombou.

- Vai se ferrar cachorro molhado. - Dean retrucou. Eu conseguia sentir o ódio de onde estava, mesmo que não fosse direcionado para mim.

Jonathan foi para o meio do círculo, assim como Alexei disse que iria acontecer. Quando o feixe de luz lunar o atingiu, eu virei o rosto para o outro lado e fechei os olhos com força. Escutei um uivo. Apertei ainda mais os olhos, o mais fechado que eu consegui, e tentei me acalmar. Eu não escutei nenhum grito de dor, talvez Henry não estivesse mentindo. Os minutos foram passando, uivos sendo emitidos toda vez que alguém se transformava.

Um cutucão no meu braço me fez abrir os olhos. Era Henry, que sussurrou:

- Sua vez.

A ansiedade me tomou, mas mesmo assim eu dei um passo hesitante para a frente. Analisei a multidão de rostos ao meu redor e encontrei o olhar de Sirius e ele me lançou um sorriso encorajador. Retribuí o sorriso, logo antes de dar mais um passo à frente.

Assim que o feixe me iluminou, todo o meu corpo começou a formigar. Uma animação tremenda me preencheu e a formigação aumentou ainda mais. Meus olhos estavam nas árvores, mesmo que eu quase não conseguisse vê-las com a escuridão que fazia fora do círculo. Aos poucos, as árvores mais perto de mim ficaram mais nítidas, enquanto as mais longes ficaram borradas. O pátio parecia incrivelmente claro, como se estivesse de dia. Pisquei algumas vezes para tentar acalmar essa sensação de ansiedade e notei que estava ficando cada vez mais perto do chão. Alguma coisa caiu sobre minha cabeça, ocultando minha visão, e me sacudi para sair de debaixo dela. Era a minha camisa.

Olhei ao redor, piscando sem parar, enquanto tentava entender o que estava acontecendo. Não tinha doído. Não tinha mesmo. Era até uma sensação boa. Agora entendia porque todos estavam tão animados com a semana da lua cheia.

Sob a luz do luar, eu não era mais Rosalie Ballard, uma garotinha que tinha medo do escuro e acreditava veementemente em contos de fada, cuja única alegria na vida era um garoto que não sabia quase nada sobre ela. Não, sob a luz do luar eu era uma nova Rose, uma que não temia a noite e a lua, uma Rose que ansiava por isso. Uma Rose que tinha amigos e era feliz e estava se descobrindo. Sob a luz do luar, eu me senti como Rose Delyan.

Sob a Luz do LuarOnde histórias criam vida. Descubra agora