A garotinha que contava histórias de terror antes de dormir

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Acordei em um sofá de couro em uma sala muito iluminada, com a minha cabeça latejando. Olhei ao redor, tentando entender onde eu estava, porque na minha cabana que não era. Era uma casa bonita, o chão era de cimento queimado, as paredes estavam cheias de janelas e uma porta de correr feita de vidro estava aberta, um tapete quentinho estava no chão perto do sofá e um portal levava para algo que eu achava que era uma cozinha. Henry passou pelo portal segurando uma bandeja.

- Bom dia, Rosie. - Ele me cumprimentou, sorrindo para mim.

- Oi, Henry. Sinto muito ter dormido aqui. - Cumprimentei.

- Não foi incômodo. Aqui anda bem vazio nos últimos tempos, porque o meu pai tá viajando, então foi legal ter outra pessoa em casa. Toma, é um café da manhã para depois de uma noite regada a qualquer bebida que Eamon fornece. Ovo mexido, leite, banana e pão com bacon. - Ele me entregou a bandeja, sorrindo. Henry sorria bastante.

- Obrigada. - Comecei a comer, tentando lembrar direito da noite anterior. A última coisa que eu lembrava era de Henry dizendo para eu contar tudo.

- Então, Rosie. A semana da lua cheia começa amanhã e vai ser super legal, porque é provável que Amélia e Seth se transformem pela primeira vez hoje. E você também. Você vai se transformar pela primeira vez na alcateia.

- É. Legal. Eba.

- Não tá animada?

- Para quebrar todos os meus ossos todas as noites durante uma semana na frente de um monte de pessoas? Não.

Henry fez uma careta, até que sorriu. Tá bom, então.

- Esqueci que você era domesticada. Não dói. É só um formigamento, para mim. Para Simon é só uma cãimbra, mas ele é um lobo enorme, então pode ser isso. Mas não dói. Da primeira vez você quase não sente nada porque é a maior adrenalina.

- Aham. Claro. - Respondi, sarcástica.

- Não quer acreditar, não acredita, mas é verdade. - Terminei de comer e Henry pegou a bandeja e foi para a cozinha. - Você não quer ir para a sua casa? Você pode não estar sentindo, mas o cheiro do álcool tá bem forte e talvez você queira tomar um banho. - Ele gritou, da cozinha.

- Quero. - Me levantei e fui até a porta de correr. - Henry? Eu não tenho ideia de onde eu estou, você pode me acompanhar para a minha casa?

- Claro. - Ele apareceu ao meu lado, me assustando.

- Você não faz barulho quando anda?

- Não na maior parte do tempo. - Nós saímos da cabana e Henry resmungou quando viu o jardim.

Duas pessoas estavam dormindo no chão do jardim dele, alguns bancos de madeira estavam jogados em uma pilha e algumas garrafas e copos estavam caídas no chão. E quando eu digo algumas eu quero dizer muitas.

Mesmo assim, nós continuamos andando até chegarmos na praça, onde eu já tinha mais noção de onde nós estávamos. Ao passar pela cabana da família de Sirius, escutei risadas. Quando passamos por outras casas, escutei conversas e risadas, de pessoas que se conheciam a vida toda.

- Chegamos na sua cabana. - Henry falou.

- Obrigada por me acompanhar. E me desculpe por ter dormido no seu sofá.

- Nem precisa agradecer ou pedir desculpa, Rosie. Agora nós somos melhores amigos, você pode dormir no meu sofá sempre que quiser.

- Nós somos?

- Nós viramos mais ou menos depois que você disse que se apaixonou com um beijo na mão. Te vejo amanhã, Rosie. - Ele se despediu com um aceno e saiu andando.

Sob a Luz do LuarOnde histórias criam vida. Descubra agora