Capítulo 47

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Mentiras perigosas

Cap 47.

        Dois dias haviam se passado e a minha cabeça não parava as lembranças do corpo de konohamaru na minha frente ficavam rodando 24hs e eu não conseguia comer, dormir ou fazer qualquer outra coisa que não seja olhar Daisuke e ver aqueles malditos fichários, mas o que mais estava me assustando era uma foto que achei em um dos fichários e eu só podia dizer a mim mesma que não era possível aquilo que via.

Era uma foto de um casal, uma mulher muito bonita com sua barriga de alguns meses aparecendo, ela tinha lindos cabelos vermelhos tão grandes que passavam seu quadril, perto dela tinha um menininho de mais o menos quatro anos e não precisou muito para saber que era meu irmão Naruto, mas o que estava me incomodando naquela foto era o homem junto a eles, os cabelos loiros que eu não tinha visto antes talvez por causa da toca, os olhos azuis como os de Naruto e o sorriso gentil, o mesmo sorriso gentil que vi naquele dia na festa e os mesmos olhos.

Poderia ser uma coincidência? Pessoas iguais? Gêmeos? Porque se não fosse isso, naquele dia eu havia visto, conversado, ajudado e ganhado concelhos de uma pessoa morta.

Eu tinha visto meu pai!

Agora como? Isso estava me assustando, será que eu estava ficando maluca? Talvez eu sempre fui assim, mas eu falei com uma pessoa que está morta a anos.

O que estava acontecendo?

Eu estava perdida sem saída, sem dormir há dois dias, tinha matado uma pessoa, sim eu havia matado konohamaru quando fui lá buscar informações, nada vai me tirar essa culpa e agora isso. Não sabia para quem contar tudo isso, como iria dizer para alguém " Eu vi meu pai Minato, ele estava vestido de mendingo e dei comida para ele, dei comida para alguém morto" eles com certeza irão me internar.

       Respiro fundo e olho pela janela, era noite Sasuke já tinha vindo aqui me chamar para jantar mas não queria, não conseguiria comer com tudo aquilo em minha mente e o acontecimento recente com certeza me faria vomitar.

    Minha vontade era de deitar e chorar, gritar, surtar mas o que iria adiantar isso? O problema é que quanto mais eu guardo, mais eu fico ferrada com a vida, minha cabeça fica casa vez mais confusa e pesada, minha consciência também, parece que estou voltando a ser aquela garotinha de dez anos que sofria em silêncio, já tive depressão por uns bons anos e quando conheci Ino ela me fazia esquecer o sentimento ruim que é a depressão, para você o mundo está sem cor e formas, a vida está sem sentido e tudo que você quer fazer é ficar em um lugar escuro para chorar e quando você chora você sempre quer alguém para te abraçar naquele momento o problema é que aquela pessoa nunca está ali.

Esse era meu problema diferente de muitas pessoas eu não tinha alguém para me ajudar nesses momentos então eu tive que tentar sair disso sozinha e quando me sentia muito sozinha sempre imaginava duas pessoas sem rosto porque não tinha alguém para me espelhar de exemplo, mas  imaginava essas pessoas como meus pais e quando  estava tendo uma crise de choro, eu imaginava elas me abraçando e falando que estava tudo bem.

   E agora eu só consigo pensar e se eu imaginei meu pai ali naquele dia? Falei com a parede achando que era ele porque era um momento que eu precisava de alguém.

   Me encolhi mais abraçando meus joelhos, fiquei longos minutos assim até ouvir batidas na porta e logo a porta se abre mas eu não fiz questão de olhar para ver quem era.

  - Mamãe? - ouço a voz fofa de criança me chamando e só isso me fez virar, Daisuke estava me olhando e segurando um prato como se aquilo dependesse de sua vida para equilibrar.

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