Capítulo 51.

535 39 49
                                    

Mentiras perigosas.

Cap 51.

  Um sentimento, uma sensação de estar flutuando sobre a imensidão onde só há você e os seus pensamentos, uma calma, uma paz, um lugar tão desejado a única sensação boa que senti na minha vida e era ali que minha alma queria ficar.

  Aquele lugar era minha esperança.

   Minha única esperança.

Minha última esperança, onde não existia dor, onde minha alma não doía, ali eu podia me sentir livre sem me sentir culpada.

Estava em meio à um campo de flores, um lugar onde nunca tinha visto igual a visão que tinha do lugar era sem limites, onde não poderia ser visto até a onde o Sol pudesse tocar, minhas vestes era um simples vestido branco como a neve e meus cabelos soltos sendo o enfeite principal daquele lugar, os raios de sol tocavam minha pele pálida, mas algo naquele campo me chamou atenção, duas crianças passaram por mim correndo, pude ver o menino dos lindos cabelos negros e a pele branca correndo de mãos dadas a garotinha de cabelos rosados balançando pela brisa o que logo pude ter certeza que era eu e Sasuke mais o menos na idade de quando aconteceu o sequestro mas aquilo não me parecia uma lembrança, eles corriam tão felizes pelas flores a pequena menina tinha suas bochechas rosadas talvez pela timidez de estar com o garoto.

- Eles estão felizes não é mesmo? - Meu coração acelerou com aquela voz tão dócil, aquela voz me fez sentir uma tristeza tão grande e eu não entendia muito bem o porque, minhas lembranças estavam uma bagunça, mas ao mesmo tempo meu coração ficava feliz em ouvir de novo aquela voz. - Não é mamãe?

Desviei meu olhar para o pequeno garotinho tão idêntico quanto o outro que eu estava observando com a garota, ele estava sorrindo para mim e com suas duas mãozinhas estendidas a minha direção segurando uma pequena flor vermelha.

Eu me sentei em meio aquele campo ficando um pouco mais baixa que aquele garotinho ali de pé, tinha certeza que se ficasse muito tempo de pé sentia que minhas pernas me trairiam.

- Daisuke.... - Falo seu nome quase em um sussurro e ele me da um sorriso ainda maior.

- Pensei que não iria se lembrar de mim. - Ele faz um pequeno biquinho, mas logo pega a pequena flor e coloca em meu cabelo,  podia sentir meus olhos marejados pelas lágrimas e a alegria em meia a tristeza algo nele me fazia querer chorar.

- Sabe mamãe eu queria ter um cabelo igual o seu, ele parece.... - Ele fala colocando a mão na bochecha me analisando parecendo pensar e logo arregala os olhinhos como se tivesse lembrado de algo. - Aquele docinho fofo.

Dou uma pequena risada com a descrição do garoto, era engraçado o jeito que suas bochechas se coloriam com um vermelho fraco de vergonha.

- Um docinho fofo? - Pergunto um pouco confusa.

- Sim mamãe, aquele que parece nuvemzinhas só que coloridas. - Ele abriu e fechou uma de suas mãozinhas como se quisesse me lembrar que o doce era fofo.

- Você quer dizer algodão doce? - Ele sorri concordando com a cabeça.

- Isso! São algodão doces.

Era tão bom ficar ali, mas algo estava errado e eu podia sentir quando pegava na mão de Daisuke para andarmos juntos pelo campo, quando ele sorria para mim, quando gargalhava ou o cutucava e ele sentia cosquinha, quando corriamos pelo campo e os dentes de leão que havia ali se soltavam e voavam com o vento.

Mentiras Perigosas.Onde histórias criam vida. Descubra agora