Capítulo um

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Colégio Pantawittaya, 7:00h- Bangkok.

Nanno se sentou ao meu lado, ajeitou a maleta na mesa e se virou para mim, me olhando diretamente e sorrindo.

-Qual o seu nome? O meu é Nanno. -Me senti nervosa, não poderia responder a garota, não enquanto a professora tivesse nos observando.

-Hem Hem. -Professora B limpou a garganta falsamente. -Você chegou no meio do semestre, vai ter que trabalhar mais pesado do que os outros, Nanno.

A garota fechou o sorriso e se virou, ficando totalmente de frente pra mesa, eu senti uma certa pena.

-Tudo bem, turma. Abram seus livros na página cento e vinte e oito, capítulo quatro.

Assim que a professora olhou pra lousa, escrevendo algo, eu virei pro lado esquerdo, dando a ampla visão do rosto da novata.

-Oi, eu sou a Sam. -Disse meio desconcertada porque Nanno virou seu rosto da mesma forma, dando toda a sua atenção pra mim. Nanno soltou um risinho e acenou com a cabeça, abaixando para mexer na sua bolsa.

-Ninguém perguntou mas eu falo mesmo assim, sou a Mier. -A garota se intrometeu aos sussurros. Anotei mentalmente que deveria socar a cara da garota mais tarde.

-É um prazer conhecer vocês. -Murmurou ainda mexendo em algo na sua bolsa.

Continuamos a tirar as coisas normalmente. De repente, um leve barulhinho soou no piso, notei algo vermelho no chão e arregalei os olhos perplexa. Era um batom. Não pensei duas vezes antes de me abaixar e pegar o pequeno objeto.

-O que tá acontecendo? -Professora B se virou desconfiada.

-Nada, professora, caiu minha caneta.

-Toma cuidado, Sam, se não assim você vai acabar distraindo os seus colegas. -Disse em um tom calmo de reprovação.

-Sim, senhora, desculpa.

Fiquei ainda mais nervosa porque sentia o olhar da novata sobre mim e quando virei o busto, entregando o batom na mão da garota, ela estava com a cabeça levemente inclinada, parecendo realmente interessada no que via. Foi impossível não se sentir nervosa e aquilo me deixava nervosa porque eu não sabia de onde vinha essa sensação, eu nunca tinha me sentido tão intimidada por alguém e era realmente revoltante me sentir daquela forma. Tentei chacoalhar a cabeça e me livrar dos pensamentos mas aquilo pareceu ser engraçado pra Nanno, que transformou aquele sorriso de lábios num ainda maior, mostrando os dentes, era um sorriso muito bonito, Eu tinha que ser sincera... Era mais bonito do que eu pensava.

-Nanno... -Sussurrei e o desespero me consumiu quando notei minha voz trêmula e nervosa, que tipo de pessoa eu parecia ser, agindo daquela forma estranha?

Até tentei dizer algo mas a professora A apareceu, tinha me esquecido completamente da revisão diária. Aquele garoto e aquela garota de sempre estavam com ela, eles eram inspetores e pra diferenciar suas importâncias usavam blusas com mangas enormes e abertas, eram ridículas.

-Vamos, aleatoriamente, verificar as mochilas agora.

Não dei muita importância, escondia tão bem meus pertences que nas raras vezes em que eu era revistada, nada era encontrado. Mas minha paz foi quebrada quando, Nanno, desnecessariamente agarrou sua mochila com posse, parecendo totalmente nervosa. O inspetor ao qual eu não saberia dizer o nome porque nunca, se quer, me importei em decorar, se aproximou e tentou agarrar sua maleta mas ela resistiu, estranhei a atitude mas continuei observando a sua coragem ousada.

Sua última vítimaOnde histórias criam vida. Descubra agora