Capítulo sete

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NARRADOR POV

O objeto rodava nas mãos da mulher, essa a qual possuía uma aparência cansada. Retirou a tampa e observou com atenção o batom escuro, o aproximou da própria boca, mas a porta sendo escancarada lhe interrompeu e o batom acabou sendo jogado pra longe conforme seu reflexo.

-Professora, temos um problema. -Disseram os gêmeos esquisitos em coro.

Os saltos batiam freneticamente pelo chão liso dos corredores, ela se sentia furiosa. Como puderam? Como conseguiram? Foi então que parou bruscamente e observou, ao fundo, um trio sendo, também, observado por todo o resto dos alunos presentes.

Nanno, Mier e Samantha.

-O que faremos? -Os gêmeos perguntaram, novamente, em coro.

-Vocês vão pra onde quer que queiram, eu vou cuidar disso. -Murmurou friamente.

A mulher seguiu lentamente o trio, tendo em mente exatamente o que faria. Ninguém nunca saíra daquela sala sem sua permissão, nunca saíra por contra própria. Era um absurdo, algo impossível de ser feito, estava revoltada.

POV SAM

Éramos o centro das atenções, eu não nego que adorei essa popularidade, mas a preocupação ainda me consumia, não escaparemos da professora A por muito tempo e quando ela nos encontrar, eu não sei o que vai fazer.

-Ei. -Nanno virou o rosto e sussurrou em meu ouvido. -Vai ficar tudo bem.

-Sua tranquillidade é fofa. -Ela sorriu levemente e segurou a minha mão, me passando segurança. -Obrigada.

Já na sala, sentei no meu lugar e esperei a aula começar. Ou qualquer outra coisa trágica. Ah, chega de negatividade.

-Nanno... -Mier se virou. -Você não foi punida pelo que fez ontem? -Perguntou na maior cara de pau possível, que garotinha filha da puta, Nanno se virou inocentemente e respondeu.

-Só me fizeram ouvir as quatrocentas e vinte e sete regras da escola numa sala escura e sem pausa.

-Não ficou com medo? -Perguntou inocente, mas a levantada de sobrancelha não passou despercebida por mim e pela Nanno que sorriu largo enquanto eu me mantinha calada.

-Olha. -A menina de sua frente disse. -A Jelly tá totalmente diferente. -Todo mundo se virou e observou a menina com uma cara assustada.

-Escuta. -Jelly disse com os olhos ainda vidrados no chão. -O New ainda tá mal pra vir pra escola.

Pela visão periférica, me assustei ao enxergar a professora A parada na porta junto da professora B, com uma cara nada amigável.

-Particularmente achei bem chato.

-Nanno... -Sussurrei em desespero, tentando chamar a sua atenção, mas ela fingiu não escutar.

-E entediante... De... ficar ouvindo... -Ela parou com uma mão no rosto e sorriu. -Mas não foi tão assustador assim. Se todos quebrarmos as regras, podemos até fazer uma festa na sala do arrependimento.

Mier ia responder mas a professora limpou a garganta e imediatamente nos viramos para frente.

-Levante-se. -Professora A exigiu.

Sua última vítimaOnde histórias criam vida. Descubra agora