05. Aplaudir e assobiar

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— Ou você sai da cama ou eu juro que te levo de pijama! – Ayumi gritou pela terceira enquanto preparava na cozinha um pequeno cabaz de agradecimento para a família Nara. – Você tem dez minutos!

Akemi enterrou a cabeça no travesseiro macio, desejando sair daquele mundo. Ela não se queria levantar, não queria se arranjar e muito menos queria ver a cara do garoto que dorme na casa ao lado. Conhecendo-o pobremente, ela sabia como aquele almoço iria ser desastroso, constrangedor, uma catástrofe e mais mil palavras que ela não poderia ficar a listar com os gritos da sua mãe que se estava impaciente. Em derrota, a garota se levantou para os seus ouvidos sobreviverem mais um dia e trancou-se no banheiro após escolher as suas roupas diárias. Ela tentou demorar o máximo que podia naquele banho que era mais agradável do que qualquer outro plano, mas mais uma vez, Ayumi gritou, advertindo a sua filha por estar a ser desmazelada. Depois de se secar, escovou os seus dentes e o cabelo, vestiu a sua roupa íntima e passou o desodorante vestindo por fim a sua roupa rotineira.


— Finalmente! Agora, anda. – Ayumi estava com um rosto impaciente, ela odiava atrasos e a sua filha também, tornando a situação ainda mais estranha na mente da sua mãe. Ela nunca se atrasava para quase nada a não ser que houvesse um bom motivo.


As duas mulheres caminharam até à casa ao lado, encarando o céu enublado, dando índices de mau tempo para a tarde.


— Akemi, Ayumi! Ainda bem que vocês chegaram. – Yoshino Nara apareceu por d'trás da porta, sorrindo abertamente para as duas mulheres ruivas. – Se sintam em casa!


Ambas entraram na casa dos seus vizinhos, sendo cumprimentadas por Shikaku. Akemi sorria e assentia com a cabeça às perguntas que lhe eram feitas, soltando algumas palavras quando era necessário, tentando destruir os pensamentos e as suas especulações idiotas cultivadas pelo nervosismo de voltar a ver o Nara mais novo.


— A loira está cá em casa, Yoshino? – Shikaku gritou da sala, recebendo um não.

— A loira? Vocês têm uma filha loira? – Ayumi sorriu, bebericando a água que lhe foi oferecida pela figura masculina.

— Ah não, é uma garota que anda enrolada com o meu filho. – Shikaku murmurou.


Ele não gostava da loira, nem um pouco. Shikaku costumava dizer a Shikamaru em criança que ele devia procurar uma mulher parecida com a sua mãe, porém, o seu filho parecia ter entendido mal a sua mensagem. No início, tanto ele como a sua mãe adoraram e foram bastante recíprocos com a ideia de ter a Temari na sua família, ela demonstrava ser aquilo que ele idealizava para o seu filho até um certo ponto onde a personalidade forte de Temari começou a ser demasiado acentuada em tudo o que eles faziam, ela sentia a necessidade de opinar sobre tudo, de se envolver em tudo, de querer mandar em tudo e Shikaku começou a não suportar aquilo, apesar do seu filho parecer bem. Dois meses para cá, a garota e o jovem Nara vinham tendo vários episódios de discussões que acordavam o seu pai a meio da noite sendo impossível não os ouvir e os únicos momentos em que tudo parecia estar ameno, na verdade ele podia jurar que ouvia palavrões, mas num tom mais baixo por descuido de deixar a porta aberta.


— Namorada, Shikaku. – Yoshino o corrigiu, trazendo nas suas mãos um tabuleiro com entradas. – Shikamaru deve estar a chegar em breve com o pão. – A mulher sorriu.

— Isso.


Ayumi ficou bastante curiosa, Shikaku era um homem reservado, mas não parecia ser uma pessoa capaz de não gostar de alguém, a não ser que houvesse um motivo forte por trás. Porém, ela decidiu não puxar esse assunto pois tanto a Yoshino como a sua filha pareciam desconfortáveis, a deixando ainda mais confusa e curiosa.

I WANNA BE YOURS // shikamaruOnde histórias criam vida. Descubra agora