32. A chegada

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O sol aziago iluminava as ruas de Konoha, as nuvens começavam a juntar-se na tela azul e Akemi acordou maldisposta. Shikamaru já não estava ali, como era habitual. Eram nove da manhã quando finalmente ela deixou a cama. Algo dentro dela não parecia certo; um mau pressentimento.


— Mãe. – A palavra saiu desfasada, captando de imediato a atenção da mulher que arrumava as compras.

— Filha, você tá bem? – Ayumi se aproximou preocupada, examinando o rosto da filha.

— Não sei, estou com um mau pressentimento.

— Você tá com febre. – Ayumi murmurou baixo, estranhando a temperatura da testa da garota. – Como é que você tá com febre?

— Eu não sei. – A garota tentou mover a cabeça, mas em vão.

— A sua menstruação. Você tá menstruando?

— Supostamente hoje ou amanhã.

— Vá para o quarto, eu levo o pequeno-almoço lá. – A mulher suspirou, dirigindo-se novamente à cozinha.


Ainda sem poder revelar muito, as Taiyou enfrentam grandes dificuldades durante a menstruação. Para nenhuma mulher dessa linhagem, esses tempos eram prazerosos. Muita dor vinha junto.

Akemi subiu as escadas lentamente, agarrada às paredes. Era bastante comum durante a menstruação ela ter aquelas dores, mas havia algo mais e ela não sabia como explicar. A ruiva adentrou na cama e não pôde deixar de sorrir quando sentiu o perfume de Nara na sua almofada. Porém, se a mãe soubesse a mataria. Num movimento rápido, pegou no seu perfume habitual e borrifou sobre os lençóis e a almofada.


— Ontem o Shikamaru se comportou? – Ayumi entrou no quarto com a bandeja que carregava o leite com cereais, um copo de água e um comprimido. – Aqui. – Ela pousou nas pernas da filha, se sentando ao seu lado.

— Hm.

— Você e ele parecem se dar bem.

— É. – As suas respostas eram curtas e se a sua mãe lhe questionasse o porquê, ela diria que estava demasiado ocupada a comer.

— E você gosta dele.

— É- - A garota arregalou os olhos, se engasgando. – Como é?


Ayumi deu uma risada longa, levando a mão à barriga. As expressões da filha não tinham preço. A Taiyou não fazia questão de dizer nada até notar que a filha escondia alguma coisa ao despejar metade da embalagem nos lençóis.


— Filha, desde que você se saiba cuidar, a mãe não é contra a nada. – Ayumi finalmente se acalmou, prosseguindo com o discurso. – Ele parece ser um cara legal. Apenas peço que vocês tenham consciência.

— Mãe que raio de conversa é essa? – Akemi estava pintada de vermelho e mal conseguia processar as palavras que lhe chegavam aos ouvidos. – Nós somos amigos.

— Ora filha, não há mal nenhum em ter um namorado.

— Mãe, nós literalmente somos amigos.

— Eu e o Kakashi também, por isso é que partilhamos a mesma cama. – Com a última fala e um piscar de olho atrevido, Akemi sentiu que a sua alma estava a sair do corpo. – Não há motivos para você ficar assim meu amor.

— Você não tem um pingo de vergonha né?

— Pelos vistos nem você. – Ayumi deu um sorriso debochado. – Mas cada coisa tem o seu tempo. Não tente apressar as coisas ou fazer com que tudo aconteça demasiado rápido. Não se esqueça das lições do passado.

I WANNA BE YOURS // shikamaruOnde histórias criam vida. Descubra agora