22. Amigos

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Akemi mal se aguentava em pé desde o dia em que decidiu se focar apenas em aguçar o seu taijutsu e ninjútsu quando Kakashi se oferecia para tal, colocando completamente de parte a sua dedicação em aprender estratégia. Ela nunca pensou que associaria estratégia a algum garoto e sentiu-se ridícula por tal. Talvez uma pausa seria o suficiente.

A frequência que ia ao quarto era quase nula, usando-o apenas para dormir. Ela tinha saudades de observar o céu sentada no seu telhado, mas seria um saco caso o seu vizinho também lá estivesse. Perto dele, ela parecia perder a noção e neste momento o que ela menos queria era ficar encantada por alguém. O seu desejo era seguir em frente e ignorar o Nara até que aquela onda de sentimentos parasse de possuir o seu corpo e a sua mente para poderem voltar a ser amigos. Ou tentar.


— Akemi você emagreceu? – Ayumi resmungou, interrompendo o treino da filha.


Ela não negou nem afirmou. Passou duas semanas desde que o viu pela última vez naqueles portões de Konoha e mesmo sem o ver, ela não se esquecia do seu aroma, do seu toque, do jeito que ele a observava como se na verdade estivesse a apreciar a figura feminina, como ele a alfinetava e no fim dava aquele sorriso para ela. Aquilo era demasiada frustração para se armazenar em um só coração.


— Filha você está bem? – A mãe aproximou-se com a preocupação estampada no rosto.

— Ando com energia, só isso. – Akemi resmungou e se sentou no chão, ofegante. Os seus olhos observavam o céu das sete da tarde enquanto nos seus ouvidos apenas escutava o palpitar do seu coração.

— Parece ser mais do que isso, não quer falar? – Ayumi se sentou à frente da filha.


Ela devia contar à mãe? Talvez até seria bom para ela desabafar, deitar para fora as suas preocupações, os seus ciúmes e finalmente confessar em voz alta que estava irritada por não falar com Shikamaru apesar de ter sido a sua decisão. Mas desta vez parecia tudo diferente. Talvez era por ser o primeiro garoto que ela achava bonito o suficiente já que os seus olhos sempre ficaram presos na sua ex e depois em outras garotas. O sentimento de estar atraída por um cara era novo e estranho.


— Não é necessário. Você quer que eu faça o jantar? – Akemi se levantou na grama, tentando mudar de assunto.

— Já jantei amor, hoje farei o turno da noite. Chego às quatro da manhã. – Ayumi suspirou, se levantando. – Sabe que eu estou aqui se você precisar certo? Somos amigas acima de tudo. – Os seus dedos igualmente quentes acariciaram o rosto suado da filha. – Preciso de ir, mas se quiser algo pode ir ao hospital, está bem?

— Hm.Não se preocupe, vou jantar e dormir mesmo. Estou exausta.

— Com a quantidade de treino desnecessário é normal que esteja. – Ayumi resmungou.

— Tá bom. – Akemi bufou, cruzando os braços. – Então, bom trabalho.


A mãe bagunçou os cabelos da filha e saiu de casa. Ela devia parar de se exercitar daquela forma todos os dias. Ayumi estava repleta de razão: Akemi ficou perplexa quando enfrentou a sua imagem no espelho do banheiro. Os seus braços e as suas pernas estavam mais magros, embora quase fosse impercetível.

Terminando de tomar banho, vestiu a sua roupa íntima e uma t-shirt cor de vinho que roçava nos seus joelhos. Na cozinha, a ruiva saboreou o yakisoba deixado pela sua mãe. Ela era realmente uma ótima cozinheira.

I WANNA BE YOURS // shikamaruOnde histórias criam vida. Descubra agora