Capítulo 9

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DIA SEGUINTE

CARLA

Abro os olhos lentamente sentindo uma leve dor atingir minha cabeça, mas logo deixo de lado o incômodo da provável ressaca e sinto um sorriso bobo se formar em meu rosto ao ver Arthur dormindo serenamente ao meu lado. Seu braço forte abraçava minha cintura enquanto sentia o calor aconchegante de seu corpo me envolver. Olho para o relógio ao lado da cama, e após ver o ponteiro indicar que já se passava das 05:00 da manhã, volto o meu olhar para Arthur. A boca macia que havia me levado à loucura na noite anterior, formava um lindo biquinho, e sem controlar minhas mãos deslizo os dedos por sua barba. 

Ele é tão lindo!

Sinto minha mente me guiar até a noite anterior e um calor fora do normal tomar conta de mim somente ao relembrar todo o prazer que havia sentido. Ninguém nunca havia me deixado daquele jeito, e por mais que não quisesse comparar, Felipe não chegava nem aos pés de Arthur...

O meu melhor amigo! 

Permaneço totalmente alheia em meus pensamentos até a realidade me acertar como um soco no estômago.

Meu Deuso que eu fiz?

A razão parecia voltar aos poucos à minha cabeça, me fazendo arregalar os olhos ao observar nossos corpos ainda nus na cama.

Eu dormi com o meu melhor amigo! 

Essa frase se repetia um milhão de vezes em minha mente, e sentindo uma confusão sem tamanho tomar conta de mim me levando da cama com cuidado para não acordar Arthur.

 Eu não podia...

Eu não devia ter feito isso...

Não...Não...

Que droga!

Eu e Arthur somos melhores amigos desde sempre, nós crescemos juntos, e se nossa amizade acabasse por causa da noite passad...

Nãonão!

Fecho os olhos com força sentindo uma pontada ainda mais dolorosa atingir minha cabeça, me fazendo respirar fundo. Eu me sentia totalmente envergonhada e confusa. Havia acabado de terminar com o Felipe e já havia me entregado para o meu melhor amigo. Eu arrisquei a minha amizade com Arthur por causa de uma noite de prazer, e o pior de tudo é que eu...

Gostei!

Quem estou querendo enganar? 

Eu amei! 

Amei tudocada toquecada beijocada 
estocad...

Meu Deuseu  posso estar ficando 
louca! 

Balanço a cabeça negativamente tentando arrastar esses pensamentos da minha mente, e me esforçando ao máximo para não fazer nenhum tipo de barulho recolho a roupa que havia usado na balada na noite anterior, não demorando a vesti-la. Eu não podia estar aqui quando ele acordasse, e muito menos podia suportar o seu olhar de arrependimento ao perceber o que havia acontecido entre nós. Termino de me vestir e paro por um momento em frente à cama, o admirando por mais alguns minutos. Minha mente estava um caos assim como o meu coração, e mesmo sabendo que sofreria com aquela decisão eu sabia que no momento aquilo era o certo a se fazer.

Eu precisava me afastar!

- M-Me perdoa! 

NARRADORA

A loira sussurra com a voz embargada, e antes que fizesse mais alguma loucura Carla sai do apartamento de Picoli na certeza de que não poderia voltar ali tão cedo. A mente de Diaz estava um caos, não sabia ao certo o que havia à levado a fazer aquilo, mas sabia que precisava de tempo para digerir todo o misto de sentimentos que transbordava dentro de si. Lembrar de Arthur fazia seu coração acelerar, mas sabia que aquilo não podia acontecer. Ele era seu melhor amigo e não suportaria perder a amizade que tinham. Sabia que não conseguiria ficar muito tempo longe dele, mas precisava se esforçar, precisava se lembrar do que realmente eram, e acima de tudo, 
precisava convencer seu corpo e seu coração de que aquela noite não se repetiria nunca mais. 

Aquilo havia sido uma erro, um deslize, um...

"Acidente"!

E por mais que fosse difícil, Carla precisava enterrar aquelas lembranças o mais fundo possível.

Ou ao menos tentar! 

As horas pareciam se passar lentamente, e após recuperar todas as suas energias Picoli sente seu corpo começar a despertar. Sentia uma leve dor de cabeça devido a todo o álcool que havia ingerido na noite anterior, mas nem isso era capaz de desfazer o sorriso bobo em seus lábios. Ainda podia lembrar do calor do corpo de Carla sobre o seu, os gemidos carregados de prazer, as mãos macias deslizando por sua pele, e o gosto maravilhoso dos lábios rosados da pintora.

Havia feito amor com sua melhor amiga!

Arthur ainda achava aquilo uma loucura, mas não podia negar o desejo de fazer com que aquela noite se repetisse milhares de vezes. Ainda de olhos fechados o jogador de futebol sorri largamente e acaricia o lado de sua cama, não demorando a arregalar os olhos em surpresa ao não encontrar o corpo de Carla ali. Em um movimento rápido Picoli pula da cama, e após vestir a mesma calça de moletom que havia usado na noite passada, o jovem corre até o banheiro, soltando um suspiro frustado ao ver o mesmo vazio. A cada cômodo que vasculhava à procura de Carla, o loiro sentia a esperança de encontrá-la em seu apartamento, se esvair aos poucos. Rapidamente o jovem volta a seu quarto começando a pensar que toda a noite anterior não havia passado de um sonho impossível de acontecer, mas antes que pudesse finalmente se convencer daquela idéia absurda, o jogador de futebol sente seus olhos lhe guiarem até a camisa preta jogada ao lado da cama. A mesma camisa que sua melhor amiga havia usado antes que ele à arrancasse de seu corpo perfeito e se perdesse em cada curva de sua pele macia. Em um movimento rápido Arthur segura a peça de roupa em suas mãos e a leva até o nariz, suspirando ao sentir o cheiro de Carla impregnado ali.

"Não havia sido um sonho...

Foi tudo real!"

ARTHUR

Caminho de uma lado para o outro na sala e levo o celular mais uma vez ao ouvido, não demorando a ouvir minha chamada ser direcionada à caixa postal novamente. O tempo havia se passado rapidamente, e eu já havia perdido a conta de quantas mensagens e ligações havia mandado para Carla. Eu sabia que depois da noite que tivemos as coisas poderiam se complicar um pouco, mas isso não negava a vontade que sentia de ter acordado com ela ao meu lado para que juntos nós pudéssemos conversar com calma. Não estava disposto a perder a amizade de Carla, mas também não queria fingir que nada aconteceu entre nós. Tudo aquilo também era confuso para mim, afinal, sempre à vi como minha melhor amiga, mas após a noite de ontem era impossível não à desejar como mulher. Ainda sentia meu corpo incendiar ao lembrar da sua pele suada junta a minha, seus suspiros, seus gemidos...

Droga!

Balanço a cabeça negativamente tentando afastar toda a minha excitação e volto a discar o seu número, jogando o celular com força no sofá ao ser mais uma vez ignorado. Estava irritado, confuso, excitado, preocupado e ansioso, mas antes que pudesse terminar de cogitar a idéia de ir em seu apartamento, ouço a campainha tocar e meu coração acelerar. Corro até a porta na esperança de encontrá-la do outro lado e finalmente abro a mesma, sentindo minhas mãos suarem em expectativa.

- Carla...

Acidente Perfeito - Carthur Onde histórias criam vida. Descubra agora