Capítulo 5

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NARRADORA

Carla sussurra de repente pegando Arthur totalmente de surpresa com sua pergunta. Picoli não sabia o que dizer, e antes que pudesse pensar em algo seus olhos se direcionam acidentalmente até os lábios da amiga. Aqueles haviam sido os primeiro lábios que havia beijado em sua vida, e por mais que tentasse lembrar daquele acontecimento como um acidente inocente entre duas crianças, ainda podia sentir o gosto de morango que a boca de Carla tinha quando se beijaram pela primeira vez. Diaz parecia estar em outro mundo, e aproveitando a proximidade em que estavam a jovem separa um momento para admira-lo de perto. Sabia o quanto Arthur era lindo, podiam ser amigos, mas isso não à impedia de reconhecer a beleza do jogador de futebol. Sempre foi apaixonada pelo sorriso de Picoli,  e antes que pudesse perceber sua mente lhe guia de volta até alguns anos atrás. Eram crianças e Carla não sabia direito o que fazer, também seria seu primeiro beijo, e apesar de toda amizade que havia entre ambos, ter Arthur como o seu primeiro parecia ser a coisa mais correta do mundo. Ela lembrava da sensação gostosa que havia sentido quando os lábios dele se uniram aos seus, e por mais que fosse uma loucura, por um breve momento Carla imagina o que aconteceria se ele quebrasse a pequena distância que havia entre os dois e à beijasse novamente. Seu coração ainda estava partido, até a noite anterior pensava que Felipe era o homem de sua vida, e sabia que talvez tudo aquilo fosse um momentâneo caso de carência, mas desejava bem no fundo que assim como ela, Arthur cedesse à loucura e a beijasse de vez. Ambos sentiam seus corações baterem rapidamente, e ainda esperando a resposta de Picoli, Carla volta a olhar no fundo de seus olhos. A mente de Arthur estava um caos, mas antes que o loiro pudesse dizer o que realmente queria, a porta do quarto da jovem se abre rapidamente, fazendo o casal se separar com o susto.

- EU NÃO ACREDITO QUE AQUELE IDIOTA TEVE CORAGEM DE FAZER ISSO COM VOCÊ!

Ronan entra no cômodo correndo em direção a amiga e a abraçando de forma protetora. Arthur e Carla não estavam entendendo nada, mas antes que o jogador pudesse questionar a entrada repentina de Ronan, Pérola entra no quarto também.

- Eu contei a ele o que houve, e ele quis te ver urgentemente! 

A morena explica sorrindo levemente, não demorando a ver Arthur caminhar em sua direção. O loiro sabia que Pérola havia ido embora chateada na noite anterior, e mesmo não sabendo ao certo o motivo, Picoli à abraça de lado em um forma de se certificar de que estava tudo bem. Correspondendo ao abraço Pérola sorri de lado, antes de voltar a observar Ronan e Carla, com Arthur ao seu lado.

- Eu sinto muito, Cá! Aquele imbecil não te merecia, você sempre foi boa demais para ele! 

Ronan consola a amiga, recebendo um sorriso agradecido logo em seguida.

- Obrigada, amigo! Obrigada à todos, não sei o que seria de mim se não tivesse vocês aqui comigo nesse momento tão difícil!

Carla agradece emocionada, não demorando a sentir Pérola, Ronan e Arthur se jogarem por cima dela à fazendo rir. A pintora sorri sentindo seu corpo ser acolhida por um abraço em grupo enquanto uma paz sem tamanho voltava a aquecer seu coração partido.  Talvez a traição de Felipe fosse difícil de esquecer, mas Diaz tinha certeza absoluta de que enquanto tivesse aquelas pessoas maravilhosas ao seu lado conseguiria superar qualquer dificuldade. As horas se passam como num piscar de olhos, e após passar o dia inteiro com os amigos na casa de Carla, Picoli se joga no sofá de seu apartamento antes de soltar um suspiro cansado, tentando processar tudo o que havia acontecido até agora. Ontem à noite havia espancado o ex namorado babaca de sua melhor amiga, e hoje quase haviam se beijado. 

"Mas que merda está acontecendo 
comigo?"

Arthur se questiono mentalmente, sentindo as lembranças daquela manhã voltarem à sua cabeça. A mente do jogador estava um caos. Sentia a pergunta de Carla continuar a martelar em sua cabeça, mas antes que pudesse pensar mais sobre aquilo o loiro vê Ronan sair da cozinha com uma lata de cerveja em mãos, se jogando ao seu lado no sofá logo em seguida.

Acidente Perfeito - Carthur Onde histórias criam vida. Descubra agora