Capítulo 35

1K 50 40
                                    

1 MÊS DEPOIS

CARLA

Termino de analisar a última papelada do mês e sorrio satisfeita ao ver que a galeria estava caminhando perfeitamente bem. Um mês havia se passado após minha conversa com Arthur em seu noivado, e por mais que fosse difícil, eu estava conseguindo fingir que estava tudo bem. Há cada dia que se passava a data de seu casamento com Sarah se aproximava ainda mais, e apesar de estar bem ao lado de Felipe, o antigo caos de sentimentos voltava a me assombrar de pouco em pouco. Eu não sabia o que pensar, o que fazer, ou o que dizer, tudo o que conseguia sentir era meu coração se dividir em, dar uma nova chance para o amor de Felipe, ou me entregar ao sentimento proibido por meu melhor amigo. Percebendo a idéia que havia cogitado balanço a cabeça negativamente tentando afastar esse pensamento da minha mente. Arthur está prestes a se casar com uma mulher incrível, e não tenho o direito de interferir nisso. Já é tarde demais, e tudo o que me resta fazer é aceitar essa realidade, e me prender a segurança que um relacionamento com Felipe pode trazer à mim e à minha filha. Tentando focar minha mente no trabalho à minha frente volto a me concentrar no que tinha para resolver antes que me atrasasse para o jogo do Arthur e do Ronan, que aconteceria nessa noite. O tempo volta a se passar rapidamente, e antes que eu pudesse perceber já aguardava a chegada de Maria Clara da casa do pai. Como em todos os jogos, Arthur costumava passar a manhã ao lado de Maria Clara, jurando que nossa filha era seu amuleto da sorte nas partidas. E após passar o dia com nossa princesinha, meu amigo se via obrigado a trazer Clara de volta para casa antes de se preparar para o jogo. Desperto dos meus pensamentos ao ouvir a campainha tocar e rapidamente abro a porta, não demorando a sentir meu coração teimoso acelerar ao ver Arthur parado em frente à entrada enquanto segurava nossa filha em seus braços.

 - M-Mamãe! 

- Oi, meu amorzinho, a mamãe já estava morrendo de saudade de você! 

NARRADORA

Diaz declara sorridente enquanto matava a falta que havia sentido da filha, não demorando a sentir suas mãos suarem levemente ao sentir o olhar fixo do jogador sobre si.

- O-Oi, Arthur!

- Oi, Cá! Bom...só vim deixar a Maria Clara aqui, tenho que ir para o estádio pra me preparar para o jogo de hoje.

- Ah sim, claro, nos vemos lá então. Boa sorte!

- Obrigado! 

Com um pequeno sorriso o loiro se aproxima da filha para se despedir, mas antes que o pudesse fazer, as mãos pequenininhas seguram sua camisa, o impedindo de ir embora.

- Fica, p-papai! Fica! 

Picoli tenta explicar sua situação para a filha, mas antes que percebesse já era puxado pela pequena até seu quarto. Desistindo de tentar resistir Arthur se rende ao pedido de Maria Clara, não escondendo o sorriso ao vê-la apresentá-lo novamente a todas as suas bonecas. Carla observava a cena da porta do quarto, sentindo seu coração bater feliz ao ver o amor nítido entre pai e filha. Arthur continua entretido na breve brincadeira com Maria Clara, mas não demora a sentir uma enorme curiosidade nascer dentro de si ao ver uma boneca que até então era totalmente desconhecida para si.

- Que boneca bonita, filha! Quem te deu ela?

- Meu t-titio!

- O titio romany?

- Não! Foi o meu t-titio..."Feliple"! 

O jogador ouve o nome de Lombardi sair com dificuldade dos lábios da filha, sentindo uma ira sem tamanho tomar conta de si. Já se via obrigado a aceitar a "relação" do homem com a mulher que ainda amava, mas de jeito nenhum iria concordar com a aproximação de Felipe com sua filha. Picoli sentia uma mistura de ciúmes tomar conta de si, mas antes que pudesse reagir àquela informação, a voz do homem que estava "roubando" sua filha ecoa de repente pelo apartamento, fazendo Arthur se levantar rapidamente.

Acidente Perfeito - Carthur Onde histórias criam vida. Descubra agora