Capítulo 12

1.3K 71 48
                                    

NARRADORA

O corpo de Arthur se encontrava totalmente paralisado enquanto seu coração ameaçava escapar por sua boca há qualquer momento. O jovem nunca havia sequer imaginado que tudo aquilo estaria acontecendo em sua vida. Havia beijado sua melhor amiga, feito amor com ela, e agora a mesma estava grávida de um bebê seu.

Iria ser pai! 

A mente de Picoli estava um caos e por mais que tentasse encontrar as palavras certas para dizer naquele momento, todos os seus conhecimentos pareciam ter sido reduzidos à zero.

- O-o quê? C-Como, como...

- Eu acho que você sabe como isso aconteceu! A-As coisas aconteceram tão rápido, não usamos camisinha e e-eu estava tão confusa que me esqueci completamente de tomar uma pílula do dia seguinte. E-Eu comecei a dormir demais, comer demais, vomitar demais...e hoje...eu fiz o teste, Arthur! Deu p-positivo! 

A loira sussurra sentindo as lágrimas continuarem a escorrer por seu rosto enquanto observava a reação do amigo. Picoli estava mais branco que o normal e todo aquele silêncio pareceu ser a resposta que a jovem temia.

- E-Eu...e-eu...

- Vai embora, Arthur! E-Eu preciso ficar sozinha! 

Diaz suplica cansada, não demorando a empurrar o corpo do jogador de futebol para o lado de fora.

- Carla, n-não...

- Eu sabia disso! S-Sabia que você não ia aceitar...que não iria querer...e-eu, e-eu preciso que você vá embora, preciso pensar e...

Arthur interrompe.

- N-Não, faz isso! V-Vamos tentar conversar...

Picoli sussura ainda confuso, mas antes que pudesse obrigar seu corpo a reagir, os braços finos de Carla reúnem seus últimos resquícios de força e o empurra definitivamente para fora do apartamento.

- VAI! 

Rapidamente a jovem bate a porta com força e sente seu corpo agora fraco deslizar até o chão. A pintora tremia devido ao soluços enquanto apoiava seu corpo cansado na porta. Ainda paralisado com tudo aquilo Arthur respira fundo e descansa sua testa sobre o material de madeira, sentindo seu coração se apertar ainda mais ao ouvir os soluços de Carla. O loiro queria abrir aquela porta, abraça-la e dizer que tudo ficaria bem, que dariam um jeito naquilo juntos, porém, por mais que quisesse, naquele momento tudo o que conseguiu fazer foi abaixar a cabeça e correr para sua casa. Teria muita coisa para pensar, e com certeza, dormir naquela noite, não seria uma opção.

DIA SEGUINTE

ARTHUR

Pai....

Eu vou ser pai!

Encosto meu corpo no vidro que limitava o espaço da varanda do meu quarto, e olho para a frente, vendo o sol começar a se erguer preguiçosamente no horizonte do Rio de Janeiro. Havia passado a noite toda em claro, e por mais que tentasse, não conseguia ao menos pregar os olhos. A palavra "pai" continuava a se repetir em minha mente diversas vezes sem parar, e após muito pensar, a notícia que havia recebido ontem à noite parecia finalmente fazer sentido em minha cabeça.

Eu vou ser pai! 

Se alguém me dissesse isso há um mês atrás, provavelmente teria que suportar ouvir uma das minhas crises de riso, mas agora já não havia mais graça assim.

Acidente Perfeito - Carthur Onde histórias criam vida. Descubra agora