Capítulo 21

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NARRADORA

- P-Pérola...

Carla sussurra com a voz falha enquanto ainda tentava digerir o que havia acabado de ouvir.

- Não se dê o trabalho de tentar me "consolar", não preciso da sua pena! Mas é isso, eu sou apaixonada por você, sempre fui, mas você sempre esteve tão focada em conhecer caras que no final sempre acabavam te machucando, que pelo visto não percebeu o que estava diante dos seus olhos. Eu não odiava o Felipe só por achar ele um babaca, eu o odiava porque ele tinha alguém que eu sonhava em ter...ele tinha você! Aí então começou toda a história com o Arthur...Você não tem idéia do que eu senti quando vi vocês se beijando naquela boate, não imagina o ciúme que eu senti quando soube que vocês dormiram juntos, e quando descobri que você estava grávida dele...Meu Deus, eu cheguei a odiar essa criança na sua barriga, mas depois percebi que a culpa não era dela....era minha, por ter me apaixonado tanto por você! Droga, Carla, eu estive com você em todos os momentos, eu suportei te ver com outro durante tanto tempo, te consolei quando os babacas dos seus exs machucavam seu coração, eu tive que aguentar ser sempre sua segunda opção com Felipe e com o Arthur mas eu não suporto mais! Eu não quero continuar escondendo o que sinto, mas também não quero ser mais o seu segundo plano ou a amiguinha que você chama quando está triste. Eu cansei de tudo isso e acho melhor eu ir embora!

Em um movimento rápido a morena abre a porta e se retira do escritório, deixando uma Carla complemente paralisada para trás. O coração da loira estava partido, e agora sua mente estava um caos. Diaz nunca havia desconfiado dos sentimentos da jovem, e por mais que estivesse apaixonada por Arthur, se sentia culpada por ser responsável pela dor de sua melhor amiga. Para a pintora, Pérola era como uma irmã. Haviam crescido juntas, e por mais que aquela bomba fosse confusa demais para compreender naquele momento, não estava disposta a abrir mão de toda a história que tinham juntas. Como se houvesse reconquistado o controle sobre seu corpo Carla sai da galeria correndo, conseguindo alcançar Pérola antes que a mesma atravessasse a rua.

- PÉROLA! AMIGA, ME ESPERA!

A loira grita desesperada sem se preocupar com alguns olhares curiosos que às encaravam. Pérola continua a andar, mas antes que pudesse continuar seu caminho Carla corre desajeitadamente até a morena, à fazendo finalmente parar.

- Pérola...e-eu não sei o que dizer! Eu nunca imaginei que era isso que você sentia, e e-eu sinto muito por ter te feito sofrer mesmo sem perceber! E-Eu me sinto uma idiota por tudo isso, e por mais que tudo ainda seja confuso...você é minha melhor amiga, minha irmã, e e-eu não posso viver sem você. Por favor, não vai! Eu te amo, Pérola!

Diaz afirma com a você trêmula devido ao choro que se aproximava, mas antes que pudesse dizer algo a mais, Pérola foge bruscamente do seu toque, lhe lançando um olhar cheio de decepção e dor.

- "Amiga"...você sempre vai me ver assim, não é?

Pérola sussurra em meio às lágrimas, sentindo seu coração se apertar ainda mais diante do silêncio de Carla.

- Eu te amo, mas cansei de abrir mão da minha vontade para te ver feliz. Adeus,
Carla!

Em um movimento rápido a morena vira de costas e atravessa a rua ouvindo os gritos da pintora.

- P-PÉROLA, VOLTA AQUI! NÃO VAI! PÉROLA!

Totalmente desesperada Carla corre atrás da morena sem se importar com os carros que se movimentavam na rua. Diaz não conseguia pensar direito, mas antes que pudesse chegar até a calçada, uma luz forte toma conta de seu rosto, fazendo seu corpo paralisar. Pérola andava rapidamente para longe do local, mas antes que pudesse conseguir se afastar totalmente, um mal pressentimento toma conta de seu coração, à fazendo virar novamente em direção a mulher que tanto amava.

Acidente Perfeito - Carthur Onde histórias criam vida. Descubra agora