Farsa

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– Veja quem saiu da toca.
–É bom ver você também, Amren.

Não estava nenhum pouco animada ao me sentar, me servi de ensopado, comecei a comer e percebi o olhar dos outros em mim.
– O que é?
Passei a mão na boca, talvez estivesse suja Feyre balançou a cabeça em negativa.
– Luz?
– Hoje à noite...
– Sim, Mor já me avisou. Indiferença, queixo erguido, consigo fazer.
– Não é isso.
Rhys falou e sorri aliviada.
– Não preciso estar presente, isso é maravilhoso.
– Não!
Feyre negou, me encolhi na cadeira derrotada.
– O que então?
– Menina, todos sabem do laço de parceria.
Amren falou impaciente, bufei.
– Com todo respeito, mas essa Corte é muito fofoqueira.
– Mas a questão é que não foi aceita.
Bebi uma golada do vinho.
– Quais eram os assuntos antes da minha chegada?
Rhys e Feyre trocaram olhares divertidos. Amren os advertiu.
– Luz, toda Prythian sabe da parceria, e se desconfiarem que vocês não são...
– Farão de tudo para ferir você, porque assim machucam Az também. Precisam se apresentar juntos, essa noite, o mais próximo possível para que não sintam o cheiro individual de vocês.
Olhei para Rhysand e sabia que sua preocupação com o irmão era verdadeira.
– Uma piada bem ruim, sobreviver para conhecer meu parceiro, para me tornar um alvo por ser sua parceira, sendo que nem realmente sou.
Encarei o teto desejando que ele caísse sobre mim.
– Sabem que ele não se importa, que ele recusou a parceria.
– Ele disse isso?
– Não! Está estampado na cara dele toda vez que me olha. De todo modo farei o que me pedem, me deem licença, preciso procurar meu parceiro e me esfregar nele até que seja um único cheiro.
Empurrei a cadeira e me levantei com raiva.
– Divirtam-se! Gosto dela, tem coragem.
Amren falou antes que eu sumisse.
Não precisava procurar muito. Se ele não estava na sala, estava treinando. Abri as portas pesadas do salão de treinamento, ele levantou os olhos por um segundo e continuou o que estava fazendo.
– Preciso falar com você!
– Não posso.
Revirei os olhos uma raiva crescente se formando, saltei entre os dois trogloditas.
– AGORA!
Cass deu um passo para trás.
– Ache outro para fazer de saco de pancadas, preciso desse.
Saltei novamente esperando na porta do lado de fora, quando ele me alcançou comecei a andar.
– Não pode simplesmente aparecer e fazer exigências.
Parei de andar e virei, refiz os passos até ele.
– Posso sim, quando seu, nosso grão-senhor pede que me apresente a seu lado como algo que não sou. E como diabos toda Prythian sabe?
Ele arregalou os olhos, balancei a cabeça.
– É não queria escutar minha voz? Adivinha, passará a noite agarrado a mim.
– Será só pelo tempo que a Corte dos Pesadelos estiver aqui.
– E será exatamente isso, um pesadelo, Azriel.
– É mesmo tão difícil ficar perto de mim?
"Não é difícil, não é ruim. É a dor que fica depois que não está mais"
– Queria poder fazer diferente.
"Eu também."
Respirei fundo me acalmando.
– Como podemos fundir nossos cheiros? Isso é péssimo dito em voz alta.
Encostei-me a parede.
– Existe a forma mais carnal.
Engoli seco.
– Não iria sugerir, estou apenas listando: abraços, beijos, toques...
– Só melhora, não pode me dar uma jaqueta sua para que use até a noite?
– O cheiro só fixa no contato, pele a pele.
"Pela Mãe, o que restará de mim ao fim disso?"
– Sinto muito.
"Não sinta, tome um banho e vá até meu quarto. Daremos um jeito nisso."
– Suor é pele a pele, você sabe.
"Não vou tocar você se estiver suado como um porco, por mais que seu cheiro seja bom."
– Você tem cheiro de verbena e doce.
Ele sorriu, balancei a cabeça.
"Nossos cheiros deve ser o que? Doce amadeirado ou névoa de verbena?

 "Nossos cheiros deve ser o que? Doce amadeirado ou névoa de verbena?

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A Corte de Sombra e LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora