Limites

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Azriel nos levou para uma das muitas sacadas, longe de todos.
- Me deixa ver.
"Está tudo bem."
Deixei que ele avaliasse o hematoma com marcas dos dedos. Passei o indicador sobre o machucado, o osso esmagado e os tendões danificados se regeneraram, restando apenas uma marca arroxeada.
- Poderia ser pior.
"Não permitiria que ninguém me tocasse, se eu não quisesse. Aquele homem só queria atenção, alguma coisa que pudesse ser usada contra vocês."
Ele acariciou a pele marcada e me olhou.
- Sinto, que tenham pensado que seria um alvo fácil.

Dei de ombros me afastando, virei para olhar a cidade iluminada, o céu estava estrelado, a brisa salgada deixando o clima úmido

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Dei de ombros me afastando, virei para olhar a cidade iluminada, o céu estava estrelado, a brisa salgada deixando o clima úmido.
"Acho que mostrei a eles que não sou frágil, ou indefesa."
- Essa pode ser sua maior arma, sua aparência grita fragilidade, mas sua alma é feroz.
"É assim que me vê, como frágil, mesmo sabendo que não sou?"
Continuei olhando o céu, sua sombra dançando na pele do meu pescoço, joguei a cabeça para trás com a caricia sobrenatural.
"Essa sombra sem dúvidas não é a que se faz de minha amiga."
Foi um pouco mais difícil, minha respiração estava entrecortada.
"Não é ela."
Um sussurro sensual, vacilei deixando um gemido escapar, agarrei o parapeito com as unhas cravadas na pedra.
"Nunca foi ela, é uma única sombra. Uma extensão de mim."
Fechei os olhos com força, queria muito sentir raiva, gritar com ele por mentir.
"Esse tempo todo agindo com dualidade e para que?"
O ar estava ficando carregado, havia muita tensão ou podia ser apenas eu sendo esmagada.
"Também sinto algo que não consigo nomear."
A sombra percorria por meus ombros e pescoço com lentidão, despertando um milhão de sentidos, meu corpo era uma confusão, joguei a cabeça com mais força para trás e minhas costas chocou-se contra seu peito. Ele repuxou a sombra que parecia decidida a brincar um pouco mais comigo. Estava quase pedindo que a deixasse, senão fosse por seu toque ser ainda melhor. Suas mãos tocaram meus ombros, descendo até meu braço, ele me girou como num passe de dança, me fazendo parar de frente para ele, as asas ligeiramente abertas, forcei-me a respirar.
- O que você quer, Azriel?
Minha voz estava rouca e arrastada. Sua sombra foi solta de uma vez, nós envolvendo em uma cortina de névoa que cheirava a floresta de cedros adocicada com toque de verbena, eu estava nele, mordi o lábio.
Suas mãos ladearam minha cintura me elevando para que me sentasse no parapeito, não olhei para cidade abaixo, sabia a distância em que estávamos e eu não tinha medo de altura, ele sorriu com malícia. Continuei encarando seus olhos avelã, chutei as sandálias para longe, passei as pernas por sua cintura agarrando suas mãos em meu corpo.
"O que você quer, Azriel?"
Seus olhos percorreram todo meu corpo, uma de suas mãos se soltou traçando o caminho do meu rosto, ombro, braço, cintura e coxa, arqueei as costas sob o toque, sua outra mão me manteve firme no parapeito.
"Assim que me sinto Az, você me provoca, me instiga, mas se me deixar cair, não vou sobreviver."
- Não permitirei que caia!
Sua mão passou por meu pescoço agarrando minha nuca.
"Então diga."
Exigi, ele quase sorriu, beijou a base exposta do meu pescoço, inclinei a cabeça para o lado lhe dando mais acesso. Seus dentes roçaram minha pele e tudo abaixo incendiou.
"Diga?"
- Você.
Sua voz não passava de um sussurro.
"Já disse que sou sua!"
Mordi o lábio inferior, ele avançou contra minha boca, reclamando-a para si, urgência e desejo era o gosto dele, sua língua percorreu meus lábios provando-os, eles se abriram para ela, cedi ao sentir mais dele, passei os braços por seus ombros e o puxei para mais perto, minhas pernas se fechando envolta da sua cintura. Sua língua explorava minha boca, ele colocou uma mão na minhas costas e a outra passou por baixo, espalmando minha bunda para sustentar meu peso. Gemi em seus lábios quando ele me pressionou contra si e pude sentir sua extensão abaixo de mim roçando contra minhas coxas. Presa a ele, me deixei ser conduzida, ele me apoiou contra a rocha da montanha, briguei por espaço em minha boca, mordi seu lábio, o suguei, com a ponta da língua tracei seus lábios já tão decorados em minha mente, um gemido escapou dele, apertei mais as pernas a sua volta, tentando sentir seu tamanho, mas o que consegui foi algo surreal, ele me colocou sobre uma saliência na rocha e com as mãos livres pode descobrir todo meu corpo, sua boca se afastou da minha, ele olhou para o vestido a mão subindo-o.
- Está vestida demais.
Sussurrou em meu ouvido, deixou uma leve mordida na ponta da orelha, revirei os olhos.
"Pode rasgar, não gosto dele!"
Passei os dedos em seus cabelos, ele gemeu, oferecendo sua extensão contra minha coxa exposta, espalmou a mão nas minhas costelas na curva do meu seio.
- Não vou estragar uma peça tão linda, talvez descubra que podemos dar um jeito em qualquer coisa.
Seu dedo demorou-se sobre meu seio, o mamilo empinado me arrependi imediatamente dos ajustes extras. Ele se voltou ao meus lábios sugando-os, exigindo mais, sua mão vagueando por minha coxa nua puxando-a para cima, cada traço mais perto. Até que seus dedos alcançaram minha lingerie, e deslizaram para dentro.
"Az."
Estava difícil manter o mínimo de racionalidade, prestes a cruzar um caminho que nunca havia feito. Seu indicador investiu numa caricia lenta e precisa num ponto em que meu corpo parecia desfazer, cravei as unhas em seus ombros, empurrando meu corpo contra ele, querendo mais dele. Ele se abaixou até minha cintura, os olhos presos aos meus, arrastou minha lingerie pelas minhas pernas, escondi o rosto nas mãos, ele refez o caminho colocando o vestido acima da minha cintura, cravei as unhas na pedra, estava exposta, nua. Bem diante de mim ele se ajoelhou, seus olhos me admiravam, deixou um beijo molhado em minha coxa e sem aviso mergulhou entre minhas coxas, beijando, sugando, fazendo movimentos com a língua que me fizeram perder o sentido, um ponto aceso, iluminando outros. Coloquei a mão sobre a boca para conter os gemidos a cada vez que ele arrancava o centro do meu ser para depois devolvê-lo, cada vez mais exigente, e maior. Ele parou, levantei a cabeça para olhar, estava sem fôlego, mas meu corpo pedia por mais, sua mão puxou as minhas sobre minha barriga, entrelaçando nossos dedos, ele sorriu, seu olhar era faminto.
- Quero escutar, quero vê-la gemer sob meu toque.
Sua atenção voltou-se aquele ponto, sua boca atraía algo que se aproximava com mais ferocidade, a cada investida, ameaçando destruir tudo em mim. Ele sugou, uma, duas, três vezes até que explodi.
- Az... Az...
Minha voz falhando, soltei minhas mãos trêmulas alcançando seus ombros, tentei puxa-lo até mim, ele sorriu, levantou-se, me pressionou contra a pedra. Minhas pernas bambas, suas mãos desceram meu vestido. Um sorriso que ele nunca havia me oferecido estava em seus lábios.
- Você está brilhando.

Sorri, é claro que estava brilhando, não tinha descrição melhor para aquilo

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Sorri, é claro que estava brilhando, não tinha descrição melhor para aquilo. Ele pegou minha mão a levantou para que eu visse. Minha pele estava prateada, como se a Lua me presenteasse com seu brilho.
- Luz é mesmo o que você é!
Olhei nossas mãos unidas, voltei a olhar seu rosto, meu corpo ainda tremendo com toda a atenção recebida.
- Se quando está satisfeita você brilha.
Ele afastou uma mecha de cabelo em meu rosto, coloquei a mão no seu.
- E quem disse que estou satisfeita?
Desafiei e ele sorriu largo.
- Mais tarde, precisamos voltar.
"Não quero, por mim os babacas da Escavada podem ir ao inferno!"
- Olha a boca.
Sorri com a repreensão.
"Você ainda pouco estava com a boca, bom..."
- Então pode mesmo ser cruel.
Ele tirou seu corpo sobre o meu, me segurou pela cintura, levando-me até a mesa e me colocou sobre ela. Pegou minhas sandálias, colocou-as de volta em meus pés, esfreguei a mesa com a mão, lancei-lhe um olhar provocativo.
- Tentador, mas vamos manter as aparências um pouco mais.
Ele beijou meu joelho me ajudando a descer. Fiquei a sua frente, o cheiro dele me invadindo, balancei a cabeça um turbilhão de coisas passando por mim.
"Todos saberão o que estávamos fazendo?"
- E nenhum tem nada com isso, você é parte dessa Corte, do Círculo, é minha...
A frase morreu, engoli seco.
"Vamos."
- Não quis dizer.
"Tudo bem, Az. Aparências, deve ter o bastante um do outro para quase nos confundirem."
Ofereci a mão para que ele nos levasse de volta ao faz de contas, a mentira de que era sua parceira e que ninguém deveria me tocar.
Chegamos ao salão, poucas pessoas nos olharam, peguei uma taça da bebida âmbar que certamente não deveria beber, desviei de todos nossos amigos evitando ser questionada, não atraí muita atenção ao me aproximar do trono.
"Vou me retirar, não me sinto muito bem."
Rhys assentiu, Feyre me deu um sorriso triste. Fiz a reverência esperada e caminhei pelo salão, consegui uma garrafa da bebida âmbar. Não me despedi de mais ninguém, quase corri quando Cass e Mor vinham na minha direção, quando tive certeza de que ninguém me veria tirei o salto e corri para o quarto. Acendi todas as luminárias, arrastei a cama com dossel e tudo para frente da janela, afastaria as sombras o quanto pudesse. Bebi quase metade da garrafa. Como me livraria do inferno em que pus a mim mesma? A dor na alma eu já sabia que viria, mas porque me permiti sentir a física? Seria melhor que pulasse daquele parapeito, enfim. Talvez se eu propusesse outro acordo? Arranquei o vestido com ódio, percebi que estava sem a lingerie.
"CANALHA"
Ele estava desfilando com ela em seu bolso, precisei de um banho frio da cabeça aos pés. Vesti a camisola preta,  quando ela estava em meu corpo, olhei para ela com desgosto, tentaria branco. Preto ainda era a cor de Azriel.

A Corte de Sombra e LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora