Guerra

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Os exércitos aliados já avançavam, abrindo e rompendo os escudos para que Rhysand pudesse liberar todo seu poder, quando as proteções foram derrubadas os acordos de Feyre e Rhys se fizeram valer, destruindo grandes partes do exército Hyberiano. O Rei ainda não estava há vista, eu estava lá para garantir que ele apareceria, para afastá-lo do caldeirão, Cassian ordenou os Illyrianos e eles partiram retalhando os que conseguiam de alguma forma cruzar as linhas. Mor me lançou um sorriso feral, assenti!
Corremos lado a lado, Cass sobre nós projetava escudos vermelhos e atacava, assim que o primeiro Hyberiano farejou minha presença, foi como se toda uma sessão do exército voltasse sua atenção para nós, a ordem de me tomar e me entregar ao Rei ou continuar lutando os fez agir sem nenhuma precaução. Os que agiram seguindo a primeira ordem morreram antes mesmo que eu sacasse as espadas, mas os que preferiam a minha morte Mor e eu tivemos que acabar com suas vidas com nossas lâminas, atravessando e cortando. 

Recuei alguns metros para ajudar os aliados, forcei o acordo, tomando vidas inimigas e dando-as aos nossos

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Recuei alguns metros para ajudar os aliados, forcei o acordo, tomando vidas inimigas e dando-as aos nossos. Estava as costas de Mor quando o vento me encontrou "O caldeirão tem algo para vocês." Cassian desceu dos céus e aterrissou ao lado de Nestha que gritava por ele, Azriel, Rhys e Cass projetaram seus escudos quando uma luz branca rompeu do horizonte, varrendo centenas de vidas tornando-as poeira. Inimigos e aliados, Hybern pouco se importava com os seus. "Mais uma vez" o vento avisou, continuei a mandar esferas para Rhys e assim eles fortificavam os escudos, outra onda branca varrendo vidas.
– Ele precisa recarregar, atrairei ele.
Avisei, sem que esperassem saltei, para longe dos escudos, tomei mais que meia dúzia de vidas até que Hybern desse as caras flutuando sobre a morte, seus soldados fizeram um círculo a minha volta, fechando qualquer passagem,  e eu não fugiria enquanto a luta de verdade acontecia do lado de fora.
– Agora luta com bestas aladas?
Avancei contra ele, atacando seu peito e pescoço. Busquei por sua energia vital, mas ele estava preparado, havia feito uma blindagem que não deixou que pouco mais de uma centelha de vida fluísse dele. Meu ataque revelou a ele o que me mantinha em pé. Seus olhos brilharam com uma satisfação fria, quando olhou para Azriel do outro lado do campo.
– Azul, de novo... Sempre tive ciúmes e não entendia por que abandonou o cinza que lhe caia tão bem.
Aproveitei o momento em que sua jugular ficou exposta a ponto de pedir que minha espada se enterrasse ali. Saltei golpeando seu peito, mas ele agarrou-me pelo pescoço. Era sua cria, ele me tornara naquilo, então sabia exatamente como me parar, meu peso não era nada para ele, me puxou para perto.
– Fede a ele! A escória!
Alcancei a adaga na cintura e cravei em seu peito enterrando toda a lâmina, ele sorriu ao retirar a adaga e enfiá-la lentamente em meu ombro, não gritei, porque não conseguia, porque não daria a ele a satisfação de me ver sofrer em suas mãos.
– Queria ficar para ver o que meus homens podem fazer a você, talvez a maculem depois de morta, talvez reste alguma coisa para o encantador, talvez não.
Cuspi em seu rosto e coloquei os pés em seu peito para alavancar o salto, cai de costas no chão e me coloquei em pé com dificuldade. Ele limpou o rosto com a mão e depois lambeu, o nojo me fez virar o rosto.
– Ele assistirá sua queda.
Hybern acenou para seus homens e sumiu em poeira, com alguma sorte teria conseguido tempo para os outros.
Arranquei a adaga em meu ombro e forcei a cura, não tive muito tempo antes da primeira leva de ataques, presa naquela roda, sem poder saltar, mas ainda poderia tomar aquelas vidas, que com tanto ódio e ganância queriam a minha, me dividi entre matar com a espada e com a magia, mas os soldados não paravam de surgir, meu corpo já não conseguia conter mais tanto poder e a sensação de que poderia explodir era uma crescente. Quando a onda branca varreu parte do círculo, e a barreira que me impedia quebrou precisei de mais de cinco saltos para alcançar nosso exército, muitos já haviam caído. Me concentrei nas Cortes e dissipei a energia para recuperação deles, mortos e feridos levantaram-se para lutar novamente.
– Tudo bem? Disse para ficar ao meu lado!
Mor falou ao meu lado, apoiei as mãos nos joelhos. Bufei e limpei o suor da testa, a mão ensanguentada, me reergui girando as espadas. Minha voz estava esganiçada, minha garganta ainda se recuperando.
– Elas conseguiram?
– Ainda não tem como saber.
– Então continuamos!
Sussurrei olhando para o rosto da guerreira ao meu lado. Sua espada e roupas escorrendo sangue, os cabelos manchados e mesmo assim Mor parecia uma Deusa em meio a carnificina. Seguimos matando os Hyberianos que avançavam, e quando estava abarrotada de energia, recuava para levantar os nossos, assim fizemos até que uma energia muito maior do que qualquer uma que já havia sentido fez chão e céu estremecer. Mor segurou-me pela mão quando um enorme pássaro de fogo incendiou fileiras e mais fileiras de Hyberian, e nos atravessou. Cai de joelhos e o vento me achou "Esse não é o maior"
– O que?
Mor gritou, olhamos para frente a tempo de ver Amren se jogar dentro do caldeirão. A pequena rabugenta entrou no caldeirão, e liberou o maior animal que já tinha visto ou poderia ter imaginado. E junto com o pássaro cuspidor de fogo, exterminou os Hyberianos. Mesmo exausta e quase sem conseguir me mover, saltei para aquele meio ensanguentado, tomar a vida daqueles Hyberianos em agonia me trouxe alívio ao final.
Não era um monstro, não tirava vida, eu também as devolvia, saltei até nossos feridos uma, duas, três, até não conseguir mais ficar em pé. Não fui rápida o bastante para desviar da flecha de freixo, ela atravessou meu braço, peito e costas enquanto eu tentava proteger meu coração. A flecha envenenada, trilhou um caminho de destruição em meu corpo.
Anos sendo prisioneira de Hybern me ensinaram a não gritar e ali caída e ferida, exausta com a consciência se esvaindo, queria pedir por ajuda. Mas gritos não muito longe fizeram com que eu tremesse, e minha atenção foi tirada de minhas dores, era Feyre ela gritava, suplicava por ajuda. Meu coração se apertou por Rhys, não conseguia sentir mais sua energia, Mor, Az, Amren, Feyre, mas não Rhysand, não o grão-senhor da Corte Noturna. O freixo e o veneno me debilitaram bastante, me agarrei com força aos corpos em volta, rastejando, com a mão cravando tecido e terra tentei alcançá-los. Oferecer a ele a minúscula partícula de vida que ainda me restava, lutando para chegar até eles, senti Cassian e ele estava muito ferido, mas lá estava eu, caída por uma maldita flecha de freixo presa ao peito, sem voz, imóvel, uma inútil.

A Corte de Sombra e LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora