Distância

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Ao entrarmos no salão todas as atenções voltaram-se para nós, olhei para frente, para ninguém, apertei os dedos em seu braço.
"Está maravilhosa, não se curve, não se diminua."
Olhei para ele agradecida, sua mão enlaçou meus dedos fazendo carinhos suaves. Paramos ao lado do trono como na primeira vez, Keir já havia chegado, quando Rhys e Feyre sentaram-se fizemos nossas reverencias, eles eram os únicos a quem baixaria a cabeça. Feyre assentiu, nos levantamos deixando que os súditos da Escavada continuassem de joelhos.
– Keir.
Ordenou Rhys, o velho rabugento se levantou e caminhou para próximo do trono, Mor agitou-se, cerrei o punho na lateral do corpo, a sombra dançou em meu pescoço.
"Não o mate agora, já estão de partida."
A sombra desceu por meu braço forçando minha mão abrir e ficou ali.
– Agora com sua partida para a tarde, quero deixar claro o desprazer que foi recebê-lo em minha casa, em minha cidade, forçar sua presença aos meus.
Rhys passou o olhar por mim, assenti, assim como Cass e Az.
– Façam sua refeição, partam e aguardem minha visita.
– Sim, senhor.
Vê-lo tão encolhido, humilhado me tirou um sorriso e ao olhar Mor ela também parecia levemente mais animada.
Nos sentamos, Rhys e Feyre dividindo a ponta, Mor, Lucien e Amren a esquerda, Cass, eu e Az. Tive que ficar entre eles, porque Azriel parecia especialmente incomodado com alguns olhares.
"Se continuar atuando assim, não vai haver dúvidas."
Toquei sua mão sobre a mesa e ele não recuou, retribuiu com um sorriso sutil, sua sombra veio para meu ombro.
"Mais da metade dos machos estão tentando descobrir o que tem embaixo do seu vestido."
Apoiei o queixo na mão e lancei lhe um olhar preguiçoso.
"Coisa horrível, esses lindos e enormes olhos azuis, eles pensando em rendas e transparências?"                                                                                                                                                                

 "Coisa horrível, esses lindos e enormes olhos azuis, eles pensando em rendas e transparências?"                                                                                                                                                       ...

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Seus olhos voltaram a mim com intensidade, sorri.                                     "Você também quer saber o que tem por baixo."                                                    
Ele me serviu vinho, sem soltar minha mão, a sombra brincou em meu pescoço.    
"Vai mostrar?"                                             
"Só quando implorar."
Soltei nossas mãos, encostei as costas na cadeira ignorando os olhares dos machos que vez ou outra ousavam olhar a parceira do encantador de sombras.
– Cass, está tudo pronto.
Muitos me olharam.
"Podemos ir quando quiser."
Falei dessa vez só para ele que apenas assentiu, terminei meu prato, com Az ainda tenso ao meu lado, toquei seu joelho ele virou para me olhar.
"Será que pode relaxar um pouco?"
"Quando todos voltarem a suas tocas, talvez."
"Hoje partirei com Cass para o acampamento Illyriano."
A tensão foi quebrada de imediato, ele parecia surpreso.
"Não pode se afastar dele, nem por um segundo."
A sombra de repente parecia gelo em minha pele, estremeci.
"Vou ajudar feridos."
Sua mão agarrou a minha em seu joelho. Ele encarou Rhys, apertei seu joelho chamando sua atenção para mim.
"Illyrianos são selvagens, como Rhys concordou com isso?"
"Pare com isso, Azriel. Sei me cuidar e será por pouco tempo, dias talvez. Cass estará lá, está exagerando."
"Eles... Meu povo, eles brutalizam as fêmeas."
"Eu sei me cuidar."
"Faça o que precisar e volte!"
Não falamos mais, horas se passaram até que finalmente estivéssemos livres. Rhys foi o primeiro a destruir o disfarce, um simples gesto de mãos e os tronos gêmeos desapareceram, os sofás e poltronas estavam de volta.
Tirei os saltos me sentando num canto perto da janela, voltada para montanha, aos poucos todos abandonamos os personagens. Mor se jogou no sofá com Cass ao lado.
– Pensei que essa tortura não teria mais fim.
– Obrigada, Luz por ter feito tudo isso.
Feyre falou, sorri.
– Não foi nada, espero não ter causado problemas com a questão do primeiro dia.
– Aquilo foi incrível!
– Mas deveria ter ressecado o pau dele.
Mor acrescentou ao olhar para Rhys.
– Talvez não conseguisse achar.
Todos riram. O clima era bom.
– Rhys e Az irão ao acampamento levar suas coisas, quando voltarem, partimos.
Cass falou então me levantei, fui para o quarto me trocar. Nuala havia conseguido dois conjuntos Illyrianos, ao menos como eles eu estaria vestida. Minha mala estava pronta, com peças extras. Olhei para as joias sobre a mesa, os brincos e o conjunto de safira, sabia que ele estava na porta antes mesmo de bater.
– Entre.
Ele só atravessou, dei-lhe as costas, encarando seu rosto no espelho.
– Me ajuda a tirar?
Seus dedos novamente demoraram em minha pele.
– Rhys e eu já levamos suas coisas. Posso atravessar você também.
Saí da frente do espelho deixando o vestido deslizar até a cintura, peguei uma blusa no guarda-roupas e vesti, peguei a calça me virando para ele. Fiz gesto para que ele virasse, ele relutou, mas virou agitando as asas, terminei de tirar o vestido e vesti a calça de couro.
"Quero saber uma coisa."
– O que?
Cerrei os olhos admirando as poderosas asas.

A Corte de Sombra e LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora