◇Capítulo I ◇

54 10 30
                                    

"Pois estamos tendo o cuidado de fazer o que é correto, não apenas aos olhos do SENHOR, mas também aos olhos dos homens" 2Corintios 8:21

Mia:

Quando cheguei em casa, logo procurei por minha mãe mas ela não havia chegado do trabalho. Eu queria a sua ajuda para decidir um look que não seja extravagante e sim adequado para a ocasião, e também pedir a sua permissão para sair. Então esquentei a marmita que a minha mãe havia deixado na geladeira e logo após fui tomar um banho e me arrumar, afinal não queria me atrasar. Assim que terminei de tomar banho, ouvi meu celular tocar, percebi que era mensagem do Henri perguntando se eu queria carona mas eu rejeitei, aliás sou muito independente. Fui me arrumar e como sempre eu não achava nenhuma roupa que me agradasse, então sem muita opção peguei um vestido amarelo que era dois dedos abaixo do joelho e rodado, coloquei uma all-star branca, passei um perfume e agora seria a parte mais difícil, pois mesmo que não gostasse de me maquiar, eu precisava estar apresentável com pelo menos o básico para não ficar com meu rosto pálido e sem graça, passei um delineador no final dos olhos, passei uma máscara de cílios, uma base não muito forte e batom meio rosado, para o cabelo fiz uma trança boxeadora. Estava pronta, antes de sair fiz uma oração pedindo a Deus que cuidasse de mim naquele lugar, já que eu não conhecia ninguém. Pego as chaves do carro que minha mãe deixou eu estar utilizando e dirijo o carro até o estacionamento da sorveteria que se localizava no centro da cidade, chegando dentro do estabelecimento avistei o grupinho de Henri sentados em uma mesa de canto na sorveteria. Eu estava tremendo de vergonha e medo por não conhece-los.

- Que bom que veio! Cadê sua amiga? -Diz ele em pé enquanto me aproximo devagar.

- Ela não pôde vir. -Comento tímida.

- Entendo, sente-se aqui com a gente. -Sentei perto de Henri e logo uma atendente veio anotar os pedidos. Todos pediram sorvete de flocos e morango, eu pedi de creme e chocolate.

- E então novata, nos diga algo sobre você. -Diz uma garota de cabelos loiros com uma cara nada legal para mim.

- O que gostariam especialmente de saber? -tento demonstrar tranquilidade, mesmo que eu esteja bem tímida por ser o centro das atenções no momento.

- Sei lá, talvez... se tem namorado, de que colégio veio... quantos anos tem... -Comenta um garoto moreno, que de acordo com as descrições que a Aline tinha me informado antes de vir, seu nome é Julio, sendo o melhor amigo de Henri. As meninas me descreveram quem estaria na sorveteria e me alertaram em ser prudente com as respostas e tomar cuidados com as perguntas.

- Não, não tenho namorado, vim do colégio Hallery e tenho 17 anos.

- Esse colégio não é conhecido por ter só cristãos na maioria? -Pergunta uma garota de traços orientais.

- Sim, é um colégio cristão e com um ótimo ensino. -Todos riam de mim e eu não entendia o motivo da graça.

- Então você é do tipo nerd cristã sem graça... -Fico sem jeito com o comentário de Julio, mas não demonstro a eles e continuo mantendo a cabeça erguida afinal ser cristão não é errado e sim maravilhoso.

- Qual o problema? -Pergunto na esperança de que o assunto logo se encerre.

- Talvez porque não nos metemos com pessoas assim. -Fiquei calada sem entender que problemas eles têm se uma pessoa for cristã e o fato de querer ser uma boa aluna. A atendente chegou com os sorvetes e então tentei esquecer do que eles tinham acabado de me dizer e me deliciei com o sorvete. Até que minutos depois eles novamente começaram a me interrogar de forma que eu já não estava me sentido nada confortável. Olhei as horas no celular e decidi que eu já tinha ficado um bom tempo lá, então me levantei, paguei pelo sorvete que tomei e me despedi de todos. Quando eu e estava indo em direção ao carro senti uma mão me cutucando nas minhas costas me fazendo parar no mesmo instante, era o Henri.

- Você nem me deixou agradece-la por ter vindo... achei que ficaria mais tempo. -Comenta coçando a sua nuca.

- Eu não estou me sentindo bem e percebi que seus amigos não gostaram de mim, então não quero ficar atrapalhando. Bom, eu preciso ir e agradeço por ter me convidado.

- Peço desculpas pelos meus amigos, as vezes eles não tem limites mas são boas pessoas assim como eu, saiba que eu adorei conhece-la. Enfim, queria te perguntar se podemos sair mais vezes... e se preferir não trago meus amigos. -Ele diz isso com uma cara de segundas intenções, percebi que ele tem uma lábia mas não vou cair nesse joguinho igual as outras meninas que eu sei que ele da em cima facilmente quando quer e depois descarta. Pensei muito no que responder, tentando achar as palavras certas e não parecer rude.

- Não entendo o porquê está sendo tão legal e insistindo em sair comigo mesmo nem me conhecendo direito e com a reprovação de seus amigos... No entanto eu realmente acho melhor não nos aproximarmos, não quero especulações das pessoas em relação a uma possível amizade entre nós ou seja lá o que você quer... eu não causei uma boa impressão no seu grupinho da fama e não quero encrenca para o meu lado. -Ele ficou boquiaberto com expressão de espanto por eu ter rejeitado sua proposta, imagino que nunca tenha recebido um Não de uma garota. Me soltei de sua mão que segurava meu braço e me afastei indo em direção ao carro.

Primeiro capítulo fresquinho postado, espero que estejam gostando da leitura. Não deixem de comentar, votar e adicionar na biblioteca de leituras, porque isso me ajuda muito mesmo.
E aí gostaram do capítulo!!??
❤❤

Milagres ainda acontecem Onde histórias criam vida. Descubra agora