A twist in my story

Capitulo 12

No capítulo anterior...

"Não foi muito tempo depois que sentiu seu corpo todo estremecer e ela sair da Terra.

Paraíso.

Quando começou a voltar a si, ela escutou, ao longe, um gemido gutural vindo de Can e sentiu seu rosto enterrado na curva do seu pescoço e ele abraçando-a com mais força.

A paz e a satisfação foram tão grandes que ela poderia ter morrido e estar no paraíso agora

- Papai?

Foi como se tivesse tomado um banho de água fria e seus ossos, que antes pareciam ter virado gelatina, voltaram a forma sólida em um instante e os nervos se retesaram

Yıldız... como podiam ter esquecido dela?"

Por um milésimo de segundo ambos ficaram paralisados, ainda grudados e em choque. Para no segundo seguinte se olharem com olhos assustados e as afastarem e correrem a uma distância de mais de um metro um do outro para a sala, que foi de onde identificaram ter vindo o som.
Não demorou muito para que eles percebessem que Yıldız não havia visto nada. A criança estava em pé, perto do sofá, imóvel, com olhos sonolentos e assustados, enquanto uma bagunça de cacos de vidro se estendia pelo chão ao seu redor.
Can se precipitou em direção a filha, prestando atenção vagamente aos vidro afiado que se encontrava pelo caminho,  na ânsia de chegar logo até Yıldız e toma-la nos braços, em segurança, para longe do período.

Como não haviam percebido aquilo?

- Querida, você está bem? - Can a tomou nos braços e a avaliou de cima a baixo. Felizmente nem um arranhão podia ser visto e ele pôde sentir um ledo ser retirado do seu coração e a respiração, que não havia percebido estar prendendo, voltar a adentrar seus pulmões
- Sim papai! - respondeu a pequena com a voz ainda sonolenta, enquanto tirava um fio de cabelo sobre os olhos - Foi sem querer. Desculpa senhorita Demet! Eu acordei e vi um gato e fui atrás dele, mas ele não me deixou pegar e...
- Tudo bem querida, não tem problema - Demet passou a mão na bochecha de Yıldız e deu um sorriso doce para a garota na tentativa de tranquiliza-la, já que seus olhinhos começavam a encher de água - Veja, vou lá dentro levar uma vassoura, varrer isso e prontinho, vai ficar como novo
- Mas... Mas eu quebrei seu negócio - Yıldız apontou com o pequeno dedinho
- Eu nem gostava muito dele mesmo! - respondeu dando de ombros

Demet foi buscar a pá e a vassoura e Can a ajudou a arrumar aquela bagunça. Yıldız, que os observava quieta sentada sobre o sofá, ainda estava sentida, por ter quebrado o vaso, apesar dos esforços de Demet de tranquilizar a garota.
Os sentimentos de todos ali estavam um caos. Yıldız, ainda tão pequena, se culpando por pensar não ter se comportado bem na primeira vez que foi à casa de Demet e em seu íntimo remendo que, por aquele motivo, não ser mais convidada por ela para ir a sua casa e ser abandonada pela figura materna que ela sonhava ter. Demet se sentindo culpada por ter se deixado levar com uma criança tão próxima e tendo estado tão próximos de serem pegos pela mesma e por nem terem escutado quando ela derrubou o vaso - mas recaptulando, deve ter sido bem na hora em que... bem, Can foi um pouco mais efusivo e a mesa pode ter arrastado um pouco. A sensação que se deu foi tão forte que ela sentiu seus ouvidos zunirem. E Can... Can estava questionando a sua paternidade. E se Yıldız tivesse visto algo? O que acarretaria na cabecinha dela? E se ela tivesse se cortado? Ou sofrido um acidente? Todas essas dúvidas povoavam sua mente fazendo com que ele se sentisse muito culpado e mal. Ele havia se deixado dominar, se deixado levar pelo desejo. Mas com sua filha dormindo ao lado? Sem nem mesmo a proteção de uma porta? Que tipo de pai era ele?

Quando decidiu por encarar a responsabilidade de ser pai solteiro, Can temeu não ser suficiente, não ser bom suficiente. E agora ele via esses medos sendo passados em seu rosto.