Capítulo 2

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Era o primeiro dia de gravações e Can sentiu uma estranha euforia e nervosismo ao chegar no set de filmagens. Antes de sair de casa ele deu um beijo na cabeça de Yıldız e a levou para seu próprio quarto (a criança acordou chorando no meio da noite e se esgueirou para a cama dele, dormindo quase que imediatamente ao se deitar sobre o peito largo e escutar a cadência do coração de seu pai). Bem, não se pode condenar um homem por permitir algumas condescendências a sua princesinha e, por mais ilógico que fosse, ele se sentia um pouco culpado por encerrar mais cedo o tempo que havia para ficar com ela. Se não fosse aquele projeto em particular, Can jamais teria aceitado e, mesmo com a culpa pairando por ele, Can se sentia realmente animado.

Mais tarde naquele dia Can saiu do trailer e foi para o set onde aconteceriam as primeiras filmagens. Foi quando ele a viu. Ela estava de costas, mas mesmo assim Can pôde sentir uma onda de eletricidade percorrer seu corpo. Ali estava Demet Özdemir, conversando e rindo com o diretor. E que risada. O som musical era como uma das coisas mais lindas que ele já havia escutado e aquecia todo o seu ser.

Obrigando suas pernas a se moverem, Can se encaminhou para o local onde eles estavam

- Ah, Can! Aqui está você - o cumprimentou Çağri, que já o havia dirigido em um projeto anterior, fazendo com que Demet se virasse para vê-lo. Ela era linda! A beleza que se via pela televisão não fazia jus a ela, a sua beleza real. Nem de longe!

- Olá! Como vai? - Demet abriu um largo sorriso e Can pôde jurar que havia virado um adolescente novamente - Eu sou a Demet, e você é o Can, certo?

- Prazer em conhece-la Demet - Can não poderia dizer o que o levou a fazer aquilo, se a euforia ou algum lapso momentâneo, mas contra seu comportamento normal, Can avançou e envolveu Demet em um abraço, dando um beijo no topo de sua cabeça.

Energia envolvia todo o seu corpo em ondas. Ele poderia facilmente passar horas ali, mas se obrigou a se afastar. Demet estava um pouco sem graça, mas lhe sorriu e Çağri o olhou estranho. Dane-se.

Os três começaram uma conversa animada, mas logo Çağri teve que deixá-los sozinhos para coordenar o posicionamento das câmaras e Can e Demet seguiram para o trailer dele

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Os três começaram uma conversa animada, mas logo Çağri teve que deixá-los sozinhos para coordenar o posicionamento das câmaras e Can e Demet seguiram para o trailer dele. A conversa fluía facilmente, era como se se conhecessem há meses e não há menos de uma hora

- Quando eu soube que você seria o meu par nessa série dei um Google em você. Você passou um período afastado, não foi?

- Sim, a rotina de gravações pode ser muito puxada e eu estava perdendo muito do crescimento da minha filha

- Você tem uma garotinha, não é? Quantos anos ela tem?

- Isso não apareceu no Google? - Can levantou uma das sobrancelhas

- Não, não - disse Demet rindo - Eu não sou uma stalker nem nada, minha pesquisa não foi profunda. Mas acho que li somente algo sobre você ter uma filha

- Eu tento manter Yıldız ao máximo longe da mídia e dos holofotes, ela é muito pequena ainda e você sabe, eles podem ser cruéis

- E como eu sei - o sorriso de Demet vacilou um pouco e Can se lembrou de todas as coisas horrorosas que viu serem divulgadas ao longo dos anos sobre ela. Uma fúria subiu por ele, juntamente a uma vontade enlouquecedora de protege-la de tudo aquilo. O que estava acontecendo com ele?

- Mas voltando a sua pergunta, Yıldız tem dois anos e três meses, mas você ficaria surpresa se a conhecesse

E quase que como se estivesse sentindo que estavam falando sobre ela, o celular vibrou no bolso de Can.

- Um segundo - disse Can a Demet vendo o visor do celular

- Sem problema

- Desculpe interromper Can Bey, mas Yıldız... - apressou-se a falar a babá assim que Can atendeu

- Não tem problema Arzu, sempre que ela quiser pode me ligar. Se eu não puder atender depois eu retorno

Não demorou dez segundo e logo a voz manhosa de Yıldız soou pelo telefone

- Baba, onde o senhor está?

- O papai está trabalhando filha, lembra do que nós conversamos?

- Mas eu sinto a sua falta - aquela voz manhosa e chorosa partia o coração dele, mas um dia ele teria que voltar ao trabalho. Ela iria se acostumar

- Eu sei querida, eu também sinto a sua falta. Mas como eu conversei com você o papai tem que trabalhar. Você já comeu?

- Não - Can quase riu ao escutar o tom emburrado

- Pois vá comer logo e se comporte mocinha. Não dê trabalho a Arzu, certo? Daqui a pouco sua avó irá passar aí para te levar pra passear

- Tá bom! - Yıldız se animou a menção da avó. As duas se adoravam e o passa tempo favorito da Güldem era mimar a neta - Eu te amo papai!

- Eu também te amo meu cordeirinho

Demet tentou não prestar atenção a conversa, mas era quase impossível quando se estava ao lado. O jeito como aquele homem falava com sua filha, a forma como seu tom de voz mudava, era incrível. Não bastasse ser lindo como um Deus, ainda parecia ser um pai maravilhoso.

E bem ali, o muro que ela havia erguido para qualquer sentimento amoroso com qualquer pessoa, começou a rachar.

Ela poderia ter esperança de lutar contra a incrível química que sentiu desde o momento que se conheceram, contra a eletricidade que os rodeava, mas não contra aquilo. Seu coração traiçoeiro batia forte no peito enquanto uma onda de ternura a envolveu ao olha-lo.

Ela estava perdida. 

 

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