Capítulo 15

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Demet chegou em casa cansada e correu para baixo do choveiro para tomar um banho e relaxar. O dia havia sido longo e cansativo, mas ao pensar no trabalho que estavam entregando para o público, em poder trabalhar com a pessoa que amava e passar tanto tempo ao seu lado, fazia tudo valer a pena e ser gratificante.
Ela estava realizada, essa era a palavra. Nunca antes estivera tão bem, tanto na vida pessoal quanto na vida profissional. Demet suspirou e se jogou na cama grande e macia e abriu um enorme sorriso ao pensar em Can.
Tudo fora muito intenso desde o príncipio, era verdade, mas também era maravilhoso. Nunca antes Demet havia sequer sonhado em viver aquilo e pensar que um amor daquele era possível. Todas aquelas histórias perfeitas, com um amor avassalador... Para Demet só existia na ficção como aquela que estava gravando, e que também poderia acontecer na vida real, mas de forma rara. Por isso nunca se imaginara vivendo aquilo, que poderia ser possível para ela e ela seria uma daquelas raras pessoas entre bilhões na Terra a poder viver um relacionamento como o que ela estava vivendo.
Não que ela não fosse uma pessoa sonhadora. Ela era. Mas havia aquela pequena voz, lá atrás da mente dela, falando que ela não era boa o bastante, que não era digna o suficiente. E era uma voz difícil de ser calada e que crescia a medida que a vida ia passando e as decepções iam acontecendo.
Mas Can chegou em sua vida e tudo mudou. De forma inesperada, em um rompante.
Aquilo era tão típico dele.
Ele era uma verdadeiro força da natureza, que não se deixava parar e lutava por aquilo que queria. E com ele ela se sentia segura e plena, pois ele sempre estava ali, ao seu lado, acreditando nela as vezes mais do que ela mesma. Ele a incentivava, a tratava como ela nunca havia sido tratada antes.
Ele a admirava.
E ela o admirava.
Pensar em toda a sua história com a Yıldız... Quanta coragem havia sido necessária. Em um mundo onde muitos homens não tinham responsabilidade afetiva com os filhos, ele pegou toda a responsabilidade para si e se saiu muito bem
Era ele o homem que ela queria para ser o pai dos filhos dela.
Demet se assustou um pouco com o rumo que seus pensamentos estavam tomando.
Ela era sonhadora, era bem verdade. Mas ela também era muito medrosa e tinha medo da decepção, da rejeição e do abandono. Afinal, ela mesma havia sido vítima de abandono, e isso gerou uma grande ferida nela que vez ou outra ainda sangrava e havia deixado suas marcas.
Talvez ver que Can seria incapaz de fazer algo assim que a conquistou irremediávelmente.
Normalmente Demet policiava os rumos que seus pensamentos tomavam, ponderando sua imaginação e devaneios. Mas pensar na relação de Can e Yıldız fez com que todo o seu cuidado ruisse e sua imaginação corresse solta.
E foi bem quando Demet estava imaginando uma cena familiares, com Can, Yıldız e ela com uma barriga gigantesca, que seu celular tocou.
De tão imersa que estava em pensamentos, não percebeu o celular trocar de início e quando foi atender, a ligação havia caído.
Demet olhou a tela e viu que a ligação perdida havia sido de Yıldız.
Demet abriu um enorme sorriso e retornou. A pequena atendeu ao primeiro toque
- Senhorita Demet - soou a voz animada do outro lado
- Olá pequena, como você está?
- Ah, senhorita Demet, eu estou muito feliz!!
- Sério meu bem? Eu fico muito feliz também então - Demet abriu um enorme sorriso enquanto ia até a cama e deitava - Mas posso saber o motivo de tanta felicidade?
- Porque você será a minha mamãe!! - exclamou a menina de supetão do outro lado
Demet ficou paralisada por alguns instantes e deu graças a Deus por estar deitada, do contrário, de tão aturdida que havia ficado, seria capaz de cair
- Co-como? - exclamou bobamente
- Bem... Eu vi na televisão hoje que você e o papai estavam namorando e fiquei muito, muito feliz. E todo mundo diz que depois do namoro vem o casamento
Yildiz parou um pouco para tomar fôlego de forma audível. Ela estava soltando tudo de forma tão rápida que uma partezinha no fundo da mente de Demet, transpondo o torpor, até se preocupou dela passar mal. A menina estava no modo acelerado, em contra partida de Demet, que as coisas pareciam que iam entrando lentamente em seu cérebro
- Claro, o papai me falou que as coisas não são assim, que podem demorar um pouco e...
- Seu pai sabe? - perguntou Demet novamente
- Sim, senhorita Demet, não consegui entender o que eu disse antes? A vovó as vezes reclama que quando eu fico muito animada eu falo muito rápido. Mais rápido que o normal. Eu falo rápido? - inquiriu - Mas continuando... O papai disse que as coisas levam um tempo para acontecer e que eu tenho que viver um dia de cada vez, mas ele falou que quer casar com você, então você vai ser a minha mamãe
- Ele quer casar comigo? - o coração de Demet se acelerou no peito. A essa altura ela já se sentia intelectualmente prejudicada, falando coisas bobamente. Mas era como se seu cérebro estivesse entrado em modo suspenso
- Siiiim - exclamou Yıldız seguido de um suspiro, como que já cansada daquelas interrupções, mas se obrigando a ser paciente e explicar o que, pra ela, era o óbvio - Ele quer se casar com você, e eu quero que ele se case com você, para você ser a minha mamãe. Sabe, se eu pudesse escolher uma mãe, seria você. Fico feliz que o papai tenha te escolhido também. Eu acho que temos bom gosto.

Demet deu uma leve risada com aquele final e percebeu que grosssas e pesadas lágrimas haviam banhado deu rosto. Ela fungou e passou uma mão rápido por sobre as bochechas, mas novas lágrimas vieram. Ela estava emotiva e com o coração tão repleto de amor que parceira que não iria caber dentro do peito
- Se eu pudesse escolher uma filha, seria você, meu amor - respondeu Demet, enfim
E ela percebeu que sim, que era verdade. Que ela amava demais o Can, ele possuía uma parte de seu coração apenas para ele, mas Yıldız conquistou seu próprio espaço, que foi aumentando de forma rápida. Era um amor diferente, pleno, incondicional, que ela nunca antes imaginou poder sentir
E então, ela se sentiu completa e com um propósito firme em sua mente e seu coração: ela iria amar e proteger aquela menina enquanto seu coração batesse, a cada respiração sua.
E então, Demet percebeu sua vida mudar. Era como se agora observasse o mundo sob um novo prisma e seu mundo agora girava de uma forma completa e deliciosamente diferente.
Então era aquilo que era ser mãe?
Demet sorriu consigo mesma e soube em seu íntimo a resposta: ela agora era uma mãe.
A felicidade explodiu em seu peito fazendo novas lágrimas rolarem.
Ali, nascia uma nova Demet
Ali, muito longe de uma sala de parto, nascia uma mãe, pois do contrário da forma tradicional, Yıldız não foi gerada em sua barriga, mas foi gerada em seu coração.
Ela não podia imaginar um amor maior do que aquele.
Ela mal podia esperar para viver essa nova fase de sua vida.
E ali, sua história dava uma reviravolta

N/A: Merhabalar!!!!! Demorei, mas voltei. Sim, como o capítulo anterior, terminei com um pouco menos de história. Mas como já os deixei esperando um bom tempo, decidi já postar o que eu tinha escrito (e também, depois disso, eu sinceramente não tinha nada mais a acrescentar nesse capítulo 🤧)
Então me digam: vocês preferem que eu espere ter capítulos maiores para postar, ou, por vezes, posso seguir postando capítulos menores (a medida que eles forem surgindo)?
Obrigada por continuarem a acompanhar e estarem sempre aqui me apoiando
Espero que tenham gostado e que aproveitem a leitura
🥰😘

A twist in my storyOnde histórias criam vida. Descubra agora