Part 4

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Ao se aproximar do seu trailer Can abriu um largo sorriso ao escutar a risada de sua filha vindo lá de dentro. Ele estava cansado, com sentimentos a mil, mas aquele som lhe revigorava.

Havia sido um dia extenuante e de muitas emoções. O beijo que trocou com Demet lhe veio à cabeça, mas ele logo colocou essa lembrança de lado. Teria muito tempo para pensar sobre isso mais tarde, mas agora devia manter seus sentimentos, que levou muito esforço para organizar, em ordem. Assim que concluiu a cena de beijo com Demet, Can ficou por mais uma hora gravando sozinho, o que lhe deu tempo para represar toda a confusão que o beijo fez nele.

Mas qual foi sua surpresa ao abrir a porta do trailer e ver sua filha rindo e sentada no colo de Demet. O som das risadas de ambas preenchia o lugar e Can ficou estático, observando enquanto a mulher por quem se apaixonara fazendo cosquinhas em sua filha.

Todo o trabalho de manter os sentimentos em ordem que tinha feito caiu por terra naquele momento e tudo veio à tona como uma avalanche. Can sentiu o coração acelerar no peito ao mesmo tempo que se enchia de amor, de uma forma tão forte que parecia não caber dentro de si. Todo um cenário passou por sua cabeça e ele não podia se impedir de imaginar. Nem ele queria parar. Não mais.

O tempo parecia ter parado naquele momento e era como se só existissem aquelas duas no mundo.

- Para, para, por favor - dizia sua pequena entre risos. Demet enfim parou de lhe fazer cócegas e plantou um beijo estalado na bochecha rosada.

Can sorriu para a cena e olhou ao redor. Sua mãe o observava com um sorriso de canto de boca e uma comunicação silenciosa aconteceu ali. Ela sabia.

- Babacim!! - Yıldız chamou sua atenção, com a fala ainda um pouco ofegando. Ela pulou do colo de Demet e correu para os braços do pai, lhe abraçando as pernas

- Olá meu pequeno cordeiro - disse Can a pegando no colo e dando um beijo em sua bochecha - Eu te fiz esperar muito?

- Não - Yıldız acenou negativamente de forma enfática - Primeiro eu achei que demorou um pouquinho e que o senhor nunca iria vir, mas aí a senhorita Demet chegou e ficamos brincando. Passou rapidinho, rapidinho

- Hum, foi? - Can olhou em direção a Demet, que os observava. Seus olhares ficaram preses por uns instantes até que ela o desviou sem graça

- Sim! Ela é minha amiga agora - disse a menina orgulhosa - Papai, a senhorita Demet pode ir tomar sorvete com a gente?

Can olhou da menina para Demet, sem saber como responder direito. Claro que ela poderia, mas Can temia força-la na direção de algo que ela não estivesse pronta. Mas Demet respondeu por ele ao se levantar colocando a bolsa no ombro

- Eu adoraria minha querida, mas outro dia - Demet riu quando Yıldız fez biquinho - Eu prometo que marco com seu pai, está bem?

- Tá bem - respondeu a menina ainda um pouco tristonha

- Agora deixa eu te dar um beijo - Demet de aproximou de Can e deu um beijo na menina que a abraçou pelo pescoço - Aproveite seu passeio e não vai tomar sorvete demais, está bem?

- Eu vou tomar só com pouquinho assim - juntando o polegar e o indicador ela foi abrindo os dedos o máximo que podia, para indicar a quantidade que iria comer.

Can e Demet riram e mais uma vez seus olhares se encontraram. Demet respirou fundo, inalando o aroma dele e sentiu o coração errar uma batida, fazendo com que sua voz saísse quase sem fôlego

- Tchau Can

- Tchau Dêm, e obrigada por brincar com Yıldız

Demet lhe respondeu com um sorriso, passando uma das mãos carinhosamente pelos cabelos loiros da menina e, com um último aceno se despediu de Yıldız, Can e Güldem.

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