Capítulo 4 | Uma Subida na Árvore que deu Errado

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"As pessoas são solitárias, porque constroem muros ao invés de pontes.'' — Antoine de Saint-Exupéry [O Pequeno Príncipe]

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Minhas mãos correram sobre as elegantes teclas do piano, um sorriso no meu rosto. Fazia anos que eu não tocava piano desde que meu pai e Ichioka o venderam. Mas agora, meus dedos tocavam as teclas em uma melodia feliz. O som encheu a sala e de repente me senti viva por um momento. Eu não me sentia assim há oito anos. 

— Você sabe onde o Himiko está? — Mina perguntou. Meus dedos pararam no piano.

— Com a Srta. Asui neste exato minuto — respondi brevemente. — Elas foram visitar o futuro noivo da Srta. Asui, Sr. Tokoyami.

Mina acenou com a cabeça.

— O Sr. Tokoyami é um jovem bom e bonito. Afinal, ele é o primo favorito de Eijiro — disse ela com aprovação. Eu sorri.

— O Sr. Tokoyami é realmente bonito — observei. — Lindo cabelo escuro e uma aparência viril. Não estou nem um pouco surpreso que a Srta. Asui se sinta atraída por ele.

— Ele também é bastante rico. Parece bom para a Srta. Asui — Mina riu.

Eu balancei a cabeça, olhando pela janela além das árvores atrás da casa e além do bosque em direção à propriedade Tokoyami. Eu só conseguia ver um lado dele através das brechas nas árvores.

— Você acha algum homem bonito, Ochaco? — Mina perguntou baixinho. — Você nunca corteja homens. Você nunca pareceu nem um pouco interessada por nenhum deles.

— Eu... estava — sussurrei. — Mas não tenho muita esperança agora. Qualquer homem que me desejar terá que aguentar minha velha pele e pobreza.

— Ochaco, querida, você é muito bonita. E algum dia, um homem aparecerá, será rico o suficiente para se casar com uma garota como você. Você é uma mulher poderosa e fina, Ochaco, não importa sua posição social.

Eu balancei a cabeça vagamente, ainda olhando para a escuridão, toda a felicidade de antes completamente esquecida. Minha mente agora zumbia com atividade. O que eu daria para esquecer tudo o que estava na minha cabeça naquele momento.

As nuvens lá fora eram sombrias, cinzentas e não faziam absolutamente nada para melhorar meu humor. Pareciam à beira da chuva e não acho que aguentaria uma chuva torrencial. Talvez se eu voltasse a tocar piano, aquela abençoada onda de paz voltasse.

De repente, a porta se abriu e três figuras entraram apressadamente em casa. Bem, um deles parecia um pouco torto antes que eu percebesse que era o capitão Midoriya carregando Himiko nos braços, com a Srta. Asui logo atrás deles.

Himiko estava radiante.

— Ochaco! Torci meu tornozelo enquanto caminhava com a Srta. Asui e não achamos que iria chover! O céu estava cinza e eu não conseguia ficar de pé. Mas, felizmente para nós, o capitão Midoriya apareceu como um cavaleiro de armadura brilhante e me resgatou! Ele gentilmente me carregou para casa e, oh, Ochaco, vou precisar de gelo ou algum remédio. Dói muito! Oh, capitão, você foi tão corajoso! Obrigada por me salvar! — Himiko balbuciou, jogando os braços em volta do pescoço de Deku.

Deku corou violentamente e murmurou:

— O-o prazer é meu, Srta. Toga. Fico feliz por poder ajudar.

— Oh, mas capitão! Você foi mais do que ajuda; você foi um herói! — Himiko falou. Ela ainda estava com os braços em volta do pescoço dele.

Nossa Doce Persuasão [Izuocha]Onde histórias criam vida. Descubra agora