Cecília: olha quem resolveu aparecer. - disse assim que me viu.
Fechei a porta de casa e ja fui agarrando ela.
Minha mãe morava no morro vizinho, mas por conta do meu trabalho e da preguiça, eu quase não via ela.
Assim que meu encontro com o DK resultou em muita vergonha, eu resolvi vim pra cá.
Sabia que o fofoqueiro do Zeca não ia ficar com a língua presa, e ia acabar contando pra alguém.
E no momento, não tava afim de ter olhares me julgando naquele morro.
Sim, o que me restava ali era julgamento. Eu era uma professora que vivia incentivando meus alunos a sair da vida do crime, mas namorei por 4 anos um traficante e quando eu termino com ele, o que eu faço? Pego o dono do morro.
Eu era a vergonha da minha profisson.
Ana: qual foi patroa, só faz duas semanas que não apareço. - dei um beijo na bochecha dela e me sentei no sofá.
Cecília: fiquei sabendo que terminou com aquele embuste. - joguei a cabeça pra trás. - nunca gostei daquele seboso...
Ana: mãe, eu sei. Não vamos falar disso agora, tá? - ela concordou.- Cadê o Paulo e a Clara?
Cecília: Clara tá na rua de cima brincando com a filha da Neide. - Foi pra cozinha e eu fui atrás. Ela pegou um pano de prato e começou a secar a louça, eu sentei na cadeira. - e o Paulo tá na boca, resolvendo os b.o dele.
As vezes eu acho que eu puxei esse lado da minha mãe, de gostar de perigo.
Meu padrasto era dono do morro que eles moravam e tinha uma boa relação com o Grego. Eles dois e mais quatro pessoas, comandavam uma das mais importante facções do Brasil.
A mídia sabe muito pouco deles, mas o que se sabe é que dentro do morro de cada um, quem faz a lei é quem ta no comando. Mas quando eles tinha um alvo ou inimigo em comum, eles agiam em grupo.
Vocês olhando pra cara do Paulo, nem imagina o quanto maligno ele é com quem ele quer.
Cecília: Como anda lá na escola? - dei de ombros
Ana: Bem até. Achei que depois de ter parado do nada de dar aula sem aviso ou comunicado,a diretoria não ia deixar eu voltar. Mas eu conversei direitinho lá e eles me entenderam. - Sorri de lado.
Cecília: Paulo quis dar uma surra no foguinho quando descobriu que ele te bateu. - Dei de ombros. Ela secou uma xicara e me entregou. Peguei e coloquei café que estava na garrafa no meio da mesa.
Não tem outra coisa que defina o povo brasileiro do que uma garrafa de café em cima da mesa.
Ana: Se fosse só ele tava bom - falei baixo tomando um gole em seguida. Minha mãe me olhou séria. - Que é?
Cecília: Cabelinho não sabe disso? - neguei com a cabeça - bem que eu devia saber, Cabelinho não deixaria ele vivo.
Ana: Quanto menos confusão, melhor mãe.
Cecília: Ele merece coisa pior Ana, ele te bateu, te machucou, te privou de fazer o que ama. - Coloquei a xicara em cima da mesa vendo que ela já estava se exaltando.
Eu não queria tocar nesse assunto justamente por isso.
Odiava ver minha mãe com raiva e esse assunto era o que mais afetava ela.
Ana: E eu to livre agora. - Ela bufou. - Foguinho, querendo ou não, tem os parceiros dele também. Isso viraria uma guerra e não quero ninguém morrendo ou matando por minha causa.
Ela ficou em silencio e voltou a secar a louça.
Pouco tempo depois eu puxei assunto fofocando da vida dos outros.
Aos poucos tudo foi ficando leve outra vez.
Cecília 42 anos
Ana Clara, 9 anos
Paulo, 45 anos, vulgo BK
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Amor Criminoso
Teen FictionFica na visão da viatura que eu te resgato de Fazer Sabe que nós dois é freio de Blazer Larga dessa vida que eu vou te levar pros States E se tu quiser, se pá, te ensino a andar de skate Nós agiliza teu passaporte, na sequência tira o visto Como ass...