Capítulo 002

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Cabelinho: menor folgada da porra - jogou a almofada em mim.

Ana: tu comeu, bebeu e nao quero lavar a louça e eu que sou a folgada? - Deitei no sofá.

Cabelinho: sua obrigação mané. - disse se jogando em cima de mim e deitando a cabeça no meu colo.

Lara tinha ido embora alguns minutos antes.

Almoçou aqui e correu com uma desculpa esfarrapada pra não lavar a louça.

Cabelinho: vai colar no baile hoje? - peguei meu celular vendo algumas mensagens.

Ana: não, tenho que corrigir algumas provas e atividade.

Cabelinho: mlk, tu só trampa e não curte nada. - revirei os olhos. - desde que terminou com aquele vacilão, você só vive para esse trabalho.

Ana: Você sabe o quanto ele me privava de fazer o que eu amo, que é dar aula. Agora que voltei, não quero mais perder isso. - falei séria olhando pra ele.

Cabelinho: eu sei Analu... - revirei os olhos com esse apelido. Só usava ele pra pedir alguma coisa. - mas bora curtir um pouco, prometo que te trago cedo pra casa. - fez carinha de cachorro sem dono.

Ana: vou pensar Victor. - empurrei ele pra sair do meu colo. - agora vaza, preciso trabalhar. - ele levantou pegando suas coisas e deu um beijo no topo da minha cabeça antes de sair.

Desliguei a tv, que estava em um canal aleatório.

Corri até meu quarto pegando uma pasta enorme cheia de papel.

Peguei meu óculos e me sentei no chão da sala.

Comecei a revisar algumas provas, atividades e redações.

Eu me orgulhava de cada um aluno meu. Mesmo errando eu via o esforço deles de pelo menos tentar.

E era assim que eu queria ver eles, cheio de vontade de ir atrás dos sonhos.

Levei um susto quando ouvir alguem esmurrando minha porta sem dó.

Levantei resmugando e abrir a porta com a maior cara de cu.

Ana: vai derrubar minha porta caralho? - cruzei os braços.

Grego: acho bom você falar direito comigo. - revirei os olhos.

Grego podia ser o dono do morro, podia ter a fama de ser o mais bruto do mundo.

Mas eu não me importava nem um pouco com isso.

Victor era o melhor amigo dele e consequentemente eu e Grego já trocamos muitas idéia pq o circulo de amizade era o mesmo.

Podiamos considerar que eramos "colegas".

Ana: bateu na porta errada querido, da sua puta particular é na rua de baixo.

Grego: Ai menor, sem paciência pra tu fmz? - ajeitou o boné.

Ana: E tá fazendo o que aqui? - arquei uma sobrancelha

Grego: vim saber como o Zeca tá na escola. - suspirei fundo .

Ana: Entra ai. - dei espaço pra ele entrar.

Grego entrou e eu fechei a porta logo em seguida.

Fui ate os papel no chão e procurei uma redação do Zeca.

O menor era esperto demais. Mas lógico, ficava tentando com o luxo que o tráfico tinha para oferecer.

Ana: Olha - peguei a redação e dei na mão dele. - Zeca é muito bom em redações, atividades literárias...- Sorri - só tem uma certa dificuldade em matemática, mas nada que com muita prática ele não aprenda.

Grego: ele tirou um dez?! Caralho menor é brabo. - riu

Ana: O que atrapalha o Zeca é as má companhia. Sei que você não quer essa vida do tráfico pra ele, o Zeca falta demais na escola pq os vapor fica no ouvido dele pra ele ficar na barreira junto com eles. - Ele fechou a cara. - Ele é um bom menino, só tem que tomar cuidado pra nao se perder.

Ele concordou com a cabeça.

Grego: Firmeza. Era só isso mesmo que eu queria saber. - Pegou o celular e digitou algo bem rápido. - Outra coisa, tô ciente dos bagulho que o Foguinho anda fazendo com você.

Revirei os olhos

Larissa é fofoqueira do caralho menor.

Lara e Grego são amigos, e eu já devia desconfiar que aquela boca de sacola ia falar pra ele.

Ana: Ele não fez nada além de ameaças. - dei de ombros.

Grego: Eu to nem ai. Você não é mais fiel dele, se ele fizer alguma coisa e o Cabelinho quiser ir pra cima dele, não vou segurar ele. - Suspirei.

Ana: Tá.

Amor CriminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora