LOBO LUA CRESCENTE

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29 de janeiro de 1979

A RUA

Três filhotes de lobisomem, incluindo Kelly com seu braço recém-amputado, estavam sentados ao lado do abrigo de ônibus segurando um chapéu.

"Por favor, senhor," Daniel diz. "Algum trocado?"

O homem passou, a pasta balançando no baço.

"Madame," Kelly murmurou, "Estamos destituídos e sem um tostão." Remus não fazia ideia do que significava a palavra destituído, e nem Kelly. Ele deu a ela um sorriso divertido de onde ele estava por perto.

A mulher contornou o grupo de crianças sujas.

Remus franziu a testa, olhando para a pequena sacola de moedas que pegou de um grupo de mulheres indo às compras. Ao passar pelas crianças, deixou uma no chapéu, oferecendo um sorriso caloroso.

"Obrigado, senhor," disse Michael, seguindo o plano de Remus. "Isso vai para nossa refeição. Você é muito gentil."

"Todos nós deveríamos dar dinheiro para os necessitados," Remus disse desnecessariamente em voz alta. "Todas essas pessoas egoístas que passam deveriam ter vergonha."

Enquanto ele continuava falando, uma mulher de repente largou algumas moedas bruxas, e um homem com uma expressão frustrada dobrou para trás segurando alguns centavos trouxas. As crianças sorriram. "Obrigado, bom senhor, senhora."

Sorrindo, Remus seguiu em frente. Ao passar por uma mãe repreendendo sua filha malcomportada, ele enfiou a mão no bolso do casaco dela e agarrou uma bolsa, substituindo-a por um maço de papeis do mesmo peso. Estava tudo na velocidade e fluidez, velocidade porque ela poderia notar, e fluidez para que qualquer pessoa que estivesse assistindo presumisse que nada estava fora do normal. Remus andou calmamente como se ele não tivesse acabado de roubar o salario da semana.

Ele se atrasou na esquina, fingindo estar observando as roupas expostas na vitrine, mas na verdade se referia a um homem próximo que acabara de pagar suas frutas em uma barraca de marcado com o dinheiro do bolso esquerdo estufado.

Cachos de cabelo cor de areia pendurados no topo de sua visão e ele se perguntou se deveria corta-los novamente, rapidamente descartando essa ideia quando se lembrou do trabalho de má qualidade que fizera da ultima vez. Talvez ele pudesse convencer Lisa a fazer isso por ele. Ele duvidou que ela obedecesse.

Enquanto pensava nela, o lobisomem loiro apareceu à sua esquerda, olhando para vitrine como ele estava. "Você está olhando para ele?" ela perguntou.

"Com o casaco azul?"

"Sim. O bolso cheio."

"Posso distrai-lo."

"Claro."

Remus se afastou da vitrine e começou a vagar pela rua, olhando ao redor com os olhos arregalados como se a visão fosse nova para ele. Quando ele se aproximou do homem, ele franziu a testa para um edifício antigo e mais grandioso, virou-se para o homem e disse, "Com licença?"

O homem ergueu os olhos. "Sim?"

Ele limpou a garganta, cortando seu sotaque até soar como um estudante chique. "Você tem ideia do que esse prédio é? Parece muito impressionante para uma rua como esta."

"Lamento, mas não moro aqui; estou viajando com minha esposa. Embora tenho certeza que o lojista saberia se você quisesse perguntar a ele" Idiota atrapalhão.

Ele se permitiu sorrir ao ver Lisa se retirando. "Sim, claro. Irei fazer isso. Obrigado, senhor."

Caminhando em um ritmo relaxado, Remus sorriu. Outro saco cheio de libras e galeões (você nunca pode ter certeza em cidades mistas de bruxos e trouxas hoje em dia) no bolso de Lisa.

Silver Bullets // Tradução // WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora