LUA DE LEITE MINGUANTE

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12 de maio de 1979

A TRILHA

Remus estava livre. Suas pernas não se moviam assim há meses. Seu uivo foi longo e foi lançado na noite, levando para longe e para longe.

Acima, a bola inchada da lua sorria de seu assento no céu.

Ele correu, correu e correu. Milhares de odores no chão da floresta, mas o que o fez parar era assustadoramente familiar.

Minha. Minha alcateia. Meu alfa.

Um pequeno arranhão na base de uma árvore, impregnado daquele cheiro de família, de pertencimento.

Farejando o chão, ele encontrou a trilha (já havia algumas semanas e já estava sumindo) e a seguiu. Ele uivou noite adentro.

Um uivo de resposta muito à frente dele acendeu seu coração de alegria.




13 de maio de 1979

O BANHO DE SANGUE

Havia sangue em suas mãos, escorrendo por seus braços, manchando seu cabelo, manchando seu rosto como uma pintura de batalha. O sangue se acumulou em cada ruga de sua pele, secando nos cotovelos e atrás dos joelhos e na depressão de sua coluna. O sangue, espesso e escuro e ainda quente.

Risos ecoaram no ar enquanto Remus se colocava de joelhos. Ele ergueu a mão trêmula para limpar o sangue (muito, muito sangue) de seus olhos, nariz, boca. Ele olhou para as nuvens, onde a lua ainda não tinha afundado, pairando no céu azul frio como se estivesse esperando o entretenimento antes de finalmente ir embora. Ele podia sentir isso puxando seu peito. A grama estava escorregadia com mais sangue sob seus joelhos e pés descalços.

Sangue. Oh, o sangue. Então, muito disso como um lago, um rio, um pântano. Ele estava se afogando.

Mais risadas latentes do resto da alcateia. Eles se reuniram em torno dele em um círculo, provocando e zombando. Ele nem mesmo conseguia se levantar após a transformação antes de estarem com ele novamente, como fizeram como lobos, rasgando, chutando e mordendo cada centímetro de carne que podia alcançar.

Traidor, eles rosnaram. Lobo domesticado filho da puta.

Não, ele choramingou. Não. Por favor, não.

Fazia horas e ele ainda estava no mesmo lugar, nu e banhado em seu próprio sangue. Ele estava com muito medo de ser humilhado.

Rostos familiares, rindo e rindo ao seu redor, em todos os lugares, cobrindo sua visão. Não havia nada além de sangue e rostos e aquela risada incessante. Vocês eram meus amigos, ele queria dizer. Em vez disso, ele tossiu um punhado de sangue e olhou ferozmente.

Eles o chutaram para o chão novamente e o ciclo reiniciou.

Dor e sangue e rostos sorridentes e sangue e dor e sangue e sangue e-




15 de maio de 1979

A SALA DO MAPA

Eles estavam de volta a Sala do Mapa no Escritório dos Aurores, desta vez com Emmeline e seus livros de feitiço, Moody e sua 'VIGILÂNCIA CONSTANTE!', Caradoc (que havia retornado na noite anterior) com um olho roxo latejante. Lily aparecia de vez em quando com ideias, ou atualizações, ou xícaras de café da manhã inglês para James e Earl Grey para Sirius.

"Você é uma joia, Lil," James disse com um sorriso preguiçoso no rosto. "Uma xicara de chá deve dar conta do recado."

Moody revirou os olhos e chutou a perna da cadeira de Potter. "Cala a boca, garoto. Continue com os relatórios. Onde estão as aparições de lobos?"

Silver Bullets // Tradução // WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora