FLOR DA LUA CRESCENTE

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INTERLÚDIO

Lisa foi mordida quando tinha nove anos e foi carregada para a caverna que servia de quarto para os filhotes naquele mês. Seu cabelo caiu sobre ele como uma auréola, Remus pensou.

Só no dia seguinte ela acordou e, quando o fez, se debateu onde estava deitada, recusando-se a deixar que alguém a tocasse. Remus assistia da porta.

"Quantos anos você tem?" ele perguntou uma vez que a sala estava limpa, todos os outros desceram para comer.

Ela olhou para ele. "Faz diferença para você?"

Ele encolheu os ombros. "Só estou tentando ser amigável."

Um momento de contemplação, no qual ela se sentou, jogando seus longos cabelos sobre o ombro. "Eu tenho nove, quase dez."

"Eu também", ele disse. "Nove, quero dizer. Meu aniversario é em março. Não sei que dia, no entanto. Então, ainda não faço dez anos."

"Meu aniversario é em um mês, é o que minha mãe diz." Ela fungou. "Eu sou mais velha que você."

"Não, você não é."

"Você mesmo disse! Seu aniversario é em março, o meu é em agosto."

Ela zombou, mas estava internamente satisfeita por ter alguém novo com quem conversar.

E assim foi.




27 de maio de 1979

O ANTIGO MARINHEIRO

"Estou pronto para lhe contar algumas coisas agora"

Eles olharam para ele – Moody com seu olho mecânico zunindo para cima e para baixo no corpo de Remus, Dumbledore com seus olhos azuis fixos e mais nítidos do que nunca. Sirius ficou atrás de Remus, parado e quieto, mas definitivamente e Remus não tinha certeza do por que estava tão aliviado com isso.

"Vamos conversar enquanto bebemos, vamos?" Dumbledore disse depois de um momento de silêncio. "Por que você não vem comigo e nós vamos usar o flu da cozinha?"

O fogo os cuspiu em um bar, bem cuidado, mas bastante pequeno, consistindo de apenas cinco mesas em toda a sala. A mulher no bar acenou com a cabeça uma vez para eles e indicou a cabeça em direção a uma mesa no canto, um pouco separada das outras. "Bom dia, Alvo. O que você vai aproveitar hoje?"

"Quatro cervejas amanteigadas, por favor, Madame Bigbury. E uma tigela de batatas fritas. Ketchup extra."

"Sente-se e eu trarei para você."

Remus tinha certeza de que o sotaque do West Country nunca foi tão forte quanto o de Bigbury. Ela soava – e parecia – a garota estereotipada dona de uma pousada de contrabando da Cornualha. Era típico de Dumbledore frequentar lugares como este, ele pensou, olhando em volta para as pinturas de navios atingidos por tempestades que pendiam de todas as paredes. Uma velha âncora estava pendurada atrás do balcão, enferrujada e tão largada quanto a envergadura de um homem.

O pub, além deles, estava vazio.

Eles se sentaram, Remus empoleirado desajeitadamente na beirada de seu assento, pronto para voar se necessário. Ele já tinha estado em pubs antes, é claro; Greyback não gosta de nada além de uma boa cerveja, mas Remus se sente estranhamente vulnerável entre os bruxos, ciente de que ainda está fraco.

"Remus," Dumbledore começou, olhando-o nos olhos. "Você precisará nos contar sobre algumas coisas que aconteceram no inicio deste mês."

"Sim", disse ele. "Eu sei. Apenas...deixe-me dizer essa parte como eu quiser."

Silver Bullets // Tradução // WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora