LUA DE OVO CRESCENTE

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1 de abril de 1979

O SALÃO DE CABELO

O recorte recorte recorte da tesoura e o zumbido melodioso da Sra. Potter eram os únicos sons na cozinha. Remus estava sentado em uma cadeira, os cachos um pouco úmidos, parecendo desconfortável enquanto a Sra. Potter se agitava ao seu redor, aparando o que precisava ser aparado e cortando o que precisava ser cortado.

O cabelo caiu no chão como as penas de um faisão ao cair. Os chinelos fofos da Sra. Potter se arrastaram pelas pilhas de cachos raspados, chutando-os para os lados, deixando-os espalhar-se. Remus fixou os olhos no chão, imaginando se deixar Euphemia fazer isso – cortar uma parte de si mesmo – era deixa-la molda-lo. Deixar a Ordem molda-lo. Seu corte de cabelo elegante, seu rosto limpo, suas roupas novas...era tudo uma tentativa de transforma-lo em um deles? Um lobisomem domesticado, tentando desesperadamente se encaixar?

Parecia que cada corte da tesoura arrancava outra parte de sua vida com a alcateia.

Ele afastou o pensamento. Certamente um lobisomem domesticado nunca poderia ser tão franco a ponto de ser visto no Ministério? Poderia ser tão perigoso a ponto de precisar de um guarda e uma prisão e uma organização interna cuidando dele?

Eu não sou domesticado, ele jurou a si mesmo. Eu não estarei aqui para sempre. Finalmente, ele olhou para Sra. Potter, que se arrastou de volta para examinar seu trabalho. Eu não pertenço a nenhum mago. Eu não pertenço a nenhuma bruxa.

"Parece adorável, Remus," ela disse, um sorriso vincando a pele perto de seus olhos. "Muito inteligente."

"Obrigado", foi a resposta brusca antes de ele se levantar, tirar o cabelo do colo e voltar para casa.

Seu cabelo brilhava como ouro fiado onde a luz o atingiu. Estava fora de seus olhos afora, e as íris douradas brilhavam, nuas e visíveis. Remus mordeu o lábio e franziu a testa em concentração para o papel à sua frente.

Sirius desviou os olhos e continuou pelo corredor.

INTERLÚDIO

Sirius estivera convencido durante toda a escola de que estava quebrado. Não que ele admitisse, é claro – nem mesmo para James – porque era causada por um fato que o envergonhava.

Ele teve relações sexuais pela primeira vez no quinto ano, tateando em uma sala de aula abandonada com Marianne Greenwoden. James disse a ele no dia anterior que ela tinha os melhores peitos da escola, e Sirius assentiu, sem saber realmente ou se importar com o que os tornava tão bons em comparação com os outros. Ele disse a James depois que estava errado; os seus de Marianne o enojaram, assim como tudo em seu corpo.

Ele tentou de novo, e de novo, e até mesmo a beleza de pernas compridas e pele morena que Marlene McKinnon (no ano acima deles, nada menos!) Poderia se encaixar em suas preferências.

Preferências que ele só descobriu depois de terem saído da escola. O início de 1988 a revelação.

"Puta merda, Jamesie, eu descobri – eu sou gay!"

James riu. "Eu sei."

Sirius, com os olhos arregalados, ficou boquiaberto. "O que?!"

Olhos castanhos brilharam por trás dos óculos grossos. "É bastante óbvio, cara. Sétimo ano, você estava obcecado por aquele cara da Corvinal, e eu tentei te dizer, mas...você honestamente não percebeu?"

"Por que você não me contou, seu idiota completo?!" E Sirius deu um soco no braço dele, e James o derrubou no chão, e logo eles estavam ofegantes no chão, rindo, e seus olhos se encontraram, e James disse:

Silver Bullets // Tradução // WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora