LUA NA QUARESMA

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13 de março de 1979

A CAIXA

O lobisomem sacudiu a pequena caixa.

Gritos de gelar a espinha se transformando em uivos ecoaram pela vila, onde os trouxas estremeceram e disseram a si mesmos que não havia lobos na Inglaterra,

Para Remus, a noite era uma série de coisas.

A mania induzida pela lua que fazia seus olhos rolarem e sua língua pendurar e essas paredes parecerem inimigas.

Sangue – as paredes caídas manchadas com ele, suas patas escorregando nele, seu focinho coberto por ele.

Gritos torturados se transformando em uivos torturados.

Uma coceira na parte de trás da perna (coçando; mordendo)

O fedor de humanos por toda parte – por todo o quarto, e na cama fina, e de fora da janela, em si mesmo.

Dor. Dordordordordordor.

Pintando as paredes com sangue.

Esculpindo seu próprio corpo com dentes e garras.

Narrando épicos em um código de gritos.

A lua era sua musa e esta sala era sua tela e ele era um artista e quem estava lá para impedi-lo?

O que havia para distraí-lo?

Ninguém e nada.

Ninguém e nada.

Ninguém e nada.

Sangue, uivos, gritos e dor, dor, dor, dor, dor, dor, dor, dor, dor, dor, dor, dor, dor, dor, e, a, lua, rindo, acima.




14 de março de 1979

Sirius observou quando ele acordou, quando seus olhos abriram, os braços agitados para um inimigo inexistente lutar.

"Sou eu", disse ele gentilmente. "Sou só eu, Remus. É o Sirius."

Ao ouvir seu nome, Remus se acalmou, deixando escapar o fôlego em uma única baforada desesperada.

"Foda-se", ele gemeu, mas o efeito foi perdido em sua voz frágil.

Sirius riu antes de se sentar ao lado de Remus na cama. "Como você está se sentindo?"

O lobisomem, como se acabasse de perceber que tinha sido curado, olhou para baixo em seu corpo em confusão. Ele moveu um braço, depois o outro. Uma perna, depois a outra. "Tudo bem," ele sussurrou. "Estou bem."

Houve uma tensão entre eles que não estava presenta há semanas, uma memória persistente (Remus não tinha certeza se tinha sido real em seu torpor pré-lunar) de um toque elétrico de lábios . O fantasma disso roçou seu rosto.

Ele empurrou o fantasma para longe.

"Poppy Pomfrey veio curar você. Ela é a enfermeira de Hogwarts. Sempre resolvia eu e James depois de partidas fracassadas de quadribol."

"Ela...me curou?" Perguntou Remus. "Com magia?"

"Sim."

Agora ele parecia um pouco doente, seus olhos arregalados e sua pele empalidecendo dramaticamente. "O que vai fazer?"

Sirius franziu a testa. "O que você quer dizer?"

"A mágica. Será que..." Ele esfregou a bainha da camisa. "Não sei. Vai fazer alguma coisa?"

"Isso te curou. Fechou as feridas. Reduziu o inchaço e os hematomas. Não sei o que você quer dizer, Remus."

"Ele costumava nos dizer que a magia iria...nos bagunçar, ou algo assim." Ele olhou para os dedos dos pés. "Eu não sei," disse ele novamente.

Silver Bullets // Tradução // WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora