LUA DO LOBO DIMINUI

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12 de fevereiro de 1979

O ORFANATO

Após a dor dilacerante da transformação, a alcateia só teve um momento para respirar o ar da noite antes que o alfa começasse a beliscar seus flancos, incitando-os, e logo eles estavam correndo novamente, as estrelas e a lua acima, o solo macio abaixo, a para na terra, o vento na pele, o junco canino estimulando-os. Pelas colinas, rios, florestas e vilarejos, caçando no interior de Yorkshire, a liberdade correndo em suas veias.

Remus se juntou ao amálgama de corpos, a grande maré de lobos prontos para se alimentar, o grupo corria, empurrava e esbarrava em grupos que estavam preparados, narizes altos para sentir o cheiro de sangue carregado pelo vento. Alguém uivou de alegria e todos se juntaram até que o alfa rosnou para eles, e eles partiram mais uma vez, correndo e correndo e correndo até que estavam afobados, línguas caídas e olhos girando, patas doloridas e coçando.

Então todos pararam. Eles chegaram.

Os arredores de uma grande cidade, as janelas já escuras, os postes de luz acesos e vozes distantes flutuando no ar. À frente deles um edifício maior, tijolos cinza e portas duplas de madeira. Remus recebeu um único aceno de Greyback, que levou sua metade em direção a casa na esquina. Seus olhos brilharam uma vez antes de sua forma desajeitada desaparecer na noite.

Olhando para seu grupo, ele se sentou alto como seu alfa temporário. Eles haviam discutido tudo na noite anterior. Eles sabiam o que fazer.

Alguns dos lobos encontram janelas baixas para passar enquanto Remus e três outros empurravam a porta. Vamos lá, a voz humana nele exortou, APENA ABRE ESSA PORRA!

Empurrando, esticando, e ele não poderia errar, ou ele seria café da manha.

Eles estavam dentro. Um corredor escuro. Uma escada em espiral. Garras clicando em tábuas de madeira polida. Outros lobos quebrando as janelas. Eles começaram a se espalhar, encontrando dormitório após dormitório de crianças adormecidas, e então houve gritos e um silêncio rápido no andar térreo.

Nas escadas de cima. As crianças acordaram. Sussurros. Remus foi empurrado para dentro de um dormitório por um lobo mais velho. Ele ficou puto com ela, mas entrou, sabendo o que tinha que fazer. Quatro meninas estavam amontoadas em um canto, gritando de medo. Quantos anos elas tinhas? Quatro? Cinco? Seis, talvez?

Carne fresca.

Pijamas rosa. Rabo de cavalo. Dentes batendo. Olhos abertos. Tremendo de medo.

Ele seguiu em frente, sabendo como seus olhos âmbares brilhavam. Saber que uma baba escoria de seu focinho. Saber que ele estava com muita fome. Mesmo assim, uma parte dele adoecia, chorava por dentro, dizendo: NÃO. Não faça. Por favor, por favor não faça. Poderia? Ele poderia arruinar essas vidas para o seu próprio bem?

Oh, ele estava faminto.

E a escolhe era obediência ou morte.

Ele virou por um segundo, vendo que Cadd havia entrado e estava sentado lá na expectativa, um olhar paternalista em seus olhos verdes venenosos.

Remus voltou para as crianças que tremiam.

Depois para Cadd.

Depois para as crianças.

E então ele pulou, mas não nas crianças, terminou em cima do corpo de Cadd, que cravou as presas no flanco de Remus. Eles lutaram, dentes e garras cravando em cada centímetro de pele, e cuspe voou de seus lábios rosnando e sangue escorria de suas feridas abertas e tudo que havia na mente de Remus era a luta: ataque, ataque, ataque. Dor, uma dor cegante seguida por um breve triunfo, sendo empurrado para trás e depois saltando para frente. Era um jogo de luta de ida e volta, nenhum dos dois ganhando vantagem enquanto duelavam.

Silver Bullets // Tradução // WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora