Break Down

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Não quero levantar, nem abrir os olhos. Estou tão cansada emocionalmente, mentalmente, fisicamente. Estou exausta. Quero afundar minha cabeça nos travesseiros e ficar sem fazer nada. É claro que não tenho permissão, pois ainda preciso frequentar as aulas e tentar manter minha média alta. Lily também não permite, pois me arrasta para fora da cama. Contei tudo para ela sobre o baile. Ela me defendeu e disse que o mais certo é que não fale com o Scorpius, que ele precisa de um gelo. Mas me sinto péssima. Faz três dias não trocamos uma palavra. Ele não aparece nas rondas e eu faço questão de ignora-lo quando o encontro pelos corredores e nas salas de aula. No sábado acontecerá a festa do professor Slughorn e não quero ter que ficar encarando Scorpius, não quero vê-lo, nem ouvir sua voz. Não depois de tentar me manipular e me afastar de Leon. Claro que Leon não é um santo, mas quem cuida da minha vida sou eu.

Caminho cabisbaixa para a aula de feitiços. O professor Flitwick está na sala de aula, ditando a tarefa para os alunos. Vamos aprender sobre feitiços corpóreos e ele já havia emparelhado as duplas. Estou com Alvo e Scorpius está com Leon. Prevejo um desastre. Os dois estão soltando faíscas há dias e dessa vez vão poder dar vazão a sua raiva que estão sentindo. O professor afasta as cadeiras para o fundo da sala com um aceno da varinha. Estamos todos posicionados, um de frente para seu par. Flitwick explica que devemos apenas lançar o feitiço, sem ferir o outro. Já havíamos estudo sobre os feitiços corpóreos, essa aula seria apenas uma prática.

- Estão todos preparados? – ele pergunta a turma.

Todos respondem que sim e começamos. Eu lanço um jato de fogo para começar, Alvo aproveita e lança um de água e me provoca, dizendo que meu feitiço é muito fraco. Não deixo por menos e lanço um feitiço de vento, empurrando ele há três metros. O professor olha feio para nós e apenas rimos. Percebo que os meus colegas também estão progredindo nos seus feitiços corpóreos. Então escuto um estrondo vindo do fundo da sala. Leon conjurou uma rajada de vento para atingir Scorpius com força e ele cai sobre as mesas amontoadas. Bem diferente daquilo que fiz com Alvo, pois controlei minha magia para não machuca-lo. Lógico que ele fez isso propositalmente. Scorpius se levanta e parte para cima de Leon atingindo-o com um Expelliarmus, atirando Leon longe. Todos os alunos se afastam e alguns estão apostando quem vai ganhar essa briga. O professor intervém, retirando a varinha deles, rapidamente.

- O que é isso, por Merlin? – ele está furioso, exigindo explicações. Apesar de ser pequenino, Flitwick causa medo.

- Ele começou professor – Scorpius se defende.

Leon lança um olhar mortal para ele e direciona seu olhar para mim. Ele baixa a cabeça, parecendo arrependido. Não imaginava que Leon pudesse ser tão rancoroso. Se não gostei da atitude de Scorpius em interferir na nossa relação, não estou gostando do seu lado vingativo.

- Eu não faria isso se você não fosse um intrometido – Leon revida, encarando Scorpius com raiva – Cansei das suas ameaças e não me importo mais se você vai contar para ela o que aconteceu ano passado.

O professor olha confuso, sem compreender. Eu, muito menos.

- Isso não vai ser bom – sussurrou Alvo.

Encaro-o, buscando uma explicação, contudo ele não responde.

- Você não é digno dela, não é digno de ninguém – vocifera Scorpius, tentando partir para cima de Leon.

Dou um passo para impedir a briga dois, mas Alvo segura meu braço com força. Quando vejo, Scorpius acertou um soco em Leon no rosto. Leon encara Scorpius com raiva, cuspindo sangue no chão e parte para cima, agarrando Scorpius pelo pescoço. A gritaria começa na sala e o professor parece não saber o que fazer. Saco a varinha e faço o impensável.

Scorose - Quase sem quererOnde histórias criam vida. Descubra agora